“Pára de negar, a Terra está a morrer”

Exactamente: pára.

Foto: Inês Fernandes/Público.

Comments

  1. estevesayres says:

    POEMA…TERRA…TORGA…A PRETEXTO DAS MANIFESTAÇÕES DE HOJE EM DEFESA DO NOSSO PLANETA…
    A TERRA
    Também eu quero abrir-te e semear
    Um grão de poesia no teu seio!
    Anda tudo a lavrar,
    Tudo a enterrar centeio,
    E são horas de eu pôr a germinar
    A semente dos versos que granjeio.
    Na seara madura de amanhã
    Sem fronteiras nem dono,
    Há de existir a praga da milhã,
    A volúpia do sono
    Da papoula vermelha e temporã,
    E o alegre abandono
    De uma cigarra vã.
    Mas das asas que agite,
    O poema que cante
    Será graça e limite
    Do pendão que levante
    A fé que a tua força ressuscite!
    Casou-nos Deus, o mito!
    E cada imagem que me vem
    É um gomo teu, ou um grito
    Que eu apenas repito
    Na melodia que o poema tem.
    Terra, minha aliada
    Na criação!
    Seja fecunda a vessada,
    Seja à tona do chão,
    Nada fecundas, nada,
    Que eu não fermente também de inspiração!
    E por isso te rasgo de magia
    E te lanço nos braços a colheita
    Que hás de parir depois…
    Poesia desfeita,
    Fruto maduro de nós dois.
    Terra, minha mulher!
    Um amor é o aceno,
    Outro a quentura que se quer
    Dentro dum corpo nu, moreno!
    A charrua das leivas não concebe
    Uma bolota que não dê carvalhos;
    A minha, planta orvalhos…
    Água que a manhã bebe
    No pudor dos atalhos.
    Terra, minha canção!
    Ode de pólo a pólo erguida
    Pela beleza que não sabe a pão
    Mas ao gosto da vida!
    Miguel Torga

  2. Julio Rolo Santos says:

    Não será só com um dia de greve dos putos das escolas que vão mudar o comportamento dos governos e das pessoas individualmente, mas ajuda. Se nos juntarmos a eles o protesto ganhará maior dimensão.

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