6,8 mil milhões para alterações climáticas que não existem

Exército Americano estima que o plano climático custar-lhes-á mais de 6,8 mil milhões USD em 5 anos.  Só podem estar doidos, a gastarem dinheiro em algo que não existe.

 

Da inutilidade da COP27 (e de todas as outras COPs)

A COP é uma inutilidade. Pelo menos no que ao combate às alterações climáticas diz respeito. Até no exemplo é miserável. Jactos privados, comitivas de dezenas para levar um chefe de Estado a discursar dez minutos, em desfiles intermináveis de SUVs, para não falar nos batalhões de lobistas das empresas energéticas, que aumentam todos os anos. Devem-se fazer excelentes negócios naqueles corredores. Excepto para o planeta, claro. Não se pode ter tudo.

A mentira dos que se dizem preocupados connosco

Há muitas pessoas que apesar de estarem naturalmente preocupadas com o ambiente, têm dúvidas (muitas) sobre os argumentos que histericamente (até por isso) são recorrente e constantemente arremessados. Eu sou uma delas.

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Governos desrespeitam os direitos fundamentais e liberdades

Porque os governos não se dispõem a actuar com a determinação necessária em resposta à urgência da crise climática, várias iniciativas em sede de processo judicial foram já intentadas com sucesso.

Foi o caso da decisão do Tribunal Constitucional Federal (TCF) alemão, que em Abril de 2021 deu razão aos nove jovens que apresentaram uma queixa contra a Lei de Protecção do Clima, por ser demasiado fraca para conter eficazmente as consequências da crise climática, hoje e no futuro.

No seu veredicto, o TCF afirmou serem inadequadas as políticas de protecção do clima e prejudicarem as liberdades e os direitos fundamentais no futuro. E acrescenta que a redução constitucionalmente necessária dos gases com efeito de estufa não deve continuar a ser adiada para mais tarde e, portanto, unilateralmente, à custa das gerações mais jovens, pondo em causa os seus direitos fundamentais. [Read more…]

O ódio mata

Bruno Pereira, activista brasileiro pelos direitos das comunidades indígenas, e Dom Philips, jornalista britânico ligado a várias publicações de renome, como o Guardian, estão desaparecidos há vários dias.

Os dois encontravam-se na Amazónia, a trabalhar numa investigação que apontava para graves ilegalidades cometidas por madeireiros, garimpeiros e caçadores. Foram ameaçados, continuaram, desapareceram. O mais certo é estarem ambos mortos.

Questionado sobre o sucedido, Jair Bolsonaro apressou-se a colocar em cima da mesa as duas opções que lhe ocorreram: “acidente” ou homicídio. É natural que assim seja. Poucos, como ele, têm sido tão eficazes a promover e propagar o ódio contra qualquer activista que denuncie a sua negligência e os crimes cometidos contra a floresta amazónica. E menos ainda, principalmente na sua posição, têm incentivado à violência contra a comunicação social.

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Transição energética: a mudança que deixa tudo na mesma

 

Não nego, de forma alguma, a ameaça, sem paralelo, que representam as alterações climáticas. Estou até profundamente convicto que nada é mais urgente que resolver este problema, responsável por criar e agravar um conjunto de outros problemas, todos eles preocupantes. Não obstante, e correndo o risco de ser rotulado de negacionista, tendo em conta aquele que é o pensamento dominante e já bem enraizado, parece-me que a transição energética em curso, na forma e à velocidade a que nos está a ser imposta, ignorando um sem-número de variáveis e consequências que não estão a ser tidas em conta, tem tudo para dar em nada. Na melhor das hipóteses. Pelo menos no que à defesa do clima diz respeito.

Ano após ano, ao longo dos últimos dez, quinze, construiu-se e consolidou-se uma narrativa, no centro da qual está a ideia de que recursos como os painéis solares, os carros eléctricos e os aerogeradores, entre outras tecnologias “verdes”, vão salvar a humanidade da extinção. E, durante muito tempo, poucos foram aqueles que a colocaram em causa. Contra mim falo, que rapidamente me deixei converter à nova religião verde, sem questionar grande coisa. Seguir o rebanho é sempre a opção simpática, principalmente quando tudo parece evidente demais para não ser verdade. Não que considere as tecnologias ditas verdes um embuste. Nada disso. O problema é que não nos estão a contar a história toda. Que não é tão verde como parece.

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Inês Sousa Real meets Ricardo Robles

A confirmar-se que as empresas das quais Inês Sousa Real é ou foi proprietária recorrem a práticas pouco sustentáveis e amigas do ambiente, nomeadamente a agricultura intensiva e o uso de pesticidas, podemos estar perante o princípio do fim da carreira política da líder do PAN, que ainda agora começou. O episódio traz imediatamente à memória o caso Robles, também ele uma figura que teve uma ascensão meteórica, para de seguida cair com estrondo e desaparecer do mapa, descobertos que foram os seus negócios imobiliários. Tal como Sousa Real, Ricardo Robles não cometeu nenhuma ilegalidade. Mas feriu de morte parte essencial da narrativa do seu partido. Não é coisa pouca.

O momento em que este caso surge não é inocente. Ao colocar-se na posição de potencial muleta do PS, num hipotético cenário pós-eleitoral em que os deputados eleitos pelo PAN cheguem para António Costa conseguir maioria absoluta, Inês Sousa Real ficou na mira da direita, mas também dos partidos de esquerda, que disputam a parte do eleitorado mais sensível ao problema das alterações climáticas. Fez o pleno, portanto.

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Não quero pagar a transição energética

Talibãs do politicamente correcto, pretendem impor a sua visão dogmática à sociedade, apresentando como verdade cientificamente inquestionável, matéria que está longe de consensos científico e levanta questões ainda por responder. Os que não embarcam na agenda, são apresentados como negacionistas ou excêntricos, na melhor das hipóteses.
No entanto, existem evidências históricas que o clima do planeta Terra era mais quente que hoje, entre 800 e 1200 DC. Já entre 1350 e 1850 DC era mais frio que hoje. Se é irrefutável que a temperatura aqueceu nos últimos 150 anos, é questionável que seja apenas como nos tentam vender, motivada pela revolução industrial, ou poderemos então apontar os vikings como responsáveis pelo anterior período de aquecimento? Obviamente que o primeiro destes factos é omitido pela corrente dominante e acéfalos avençados, já o segundo é propagado até à náusea. Não interessa que os cidadãos, possam levantar questões que coloquem em causa o pensamento oficial. [Read more…]

O novo “normal”

As alterações climáticas e os fenómenos naturais extremos, como as cheias na Alemanha, Itália e na China, as ondas de calor no Canadá e nos Estados Unidos que chegaram a atingir temperaturas de 50°C e a provocar milhares de incêndios, têm-se multiplicado à escala global, deixando clara a necessidade da emergência climática e de um plano mundial para a efectiva redução das emissões dos gases de efeito de estufa, da protecção, conservação e recuperação dos ecossistemas terrestres, aquáticos e espécies animais, bem como da transição para modelos ecológicos e sustentáveis que protejam todos os seres existentes na Terra e nos preparem para lidar com fenómenos naturais adversos.

“A década de 2011 a 2020 foi a mais quente que alguma vez se registou, tendo a temperatura média mundial atingido, em 2019, 1,1 °C acima dos níveis pré-industriais. O aquecimento global induzido pelo homem aumenta atualmente à taxa de 0,2 °C por década.” Citado do texto sobre o aquecimento global, no site oficial da União Europeia.
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Ignorante, cruel e elitista: eis o negacionismo de Maria Vieira

Na passada semana, no Canadá, as temperaturas atingiram valores próximos dos 50°. Na Columbia Britânica, foram reportadas 500 mortes súbitas, um aumento de cerca de 200% face ao período homólogo. Um incêndio na vila de Lytton, cujas causas estão ainda por apurar, levou à imediata evacuação de todos os suas habitantes e, pura e simplesmente, deixou de existir, devido a uma mistura explosiva de trovoada, ventos fortes e temperaturas elevadíssimas, nunca antes registadas.

A Amazónia, segundo um estudo recentemente mencionado pela revista Visão, já estará a emitir mais gases com efeito de estufa de que a absorver, em larga medida devido a combinação de acelerada desflorestação e expansão da agropecuária e da monocultura da soja. Em Madagáscar, a zona sul do país secou, e a fome instalou-se porque os solos deixaram de ser aráveis. Desesperadas, as populações alimentam-se de gafanhotos e cactos. [Read more…]

Pandemia climática

Um ano depois, a sociedade, a economia, a política e o mundo em geral continuam reféns da crise pandémica, resultante do surto da SARS-CoV-2, a.k.a. covid-19. Lá longe vão os tempos dos arco-íris, do “vai ficar tudo bem” e do “vamos sair disto melhores pessoas”. De lá para cá, o business as usual voltou aos comandos da nossa mothership, de onde na verdade nunca saiu, e o novo normal não difere muito do velho normal. Os zilionários enriqueceram estrosfericamente com a crise, como sempre acontece com qualquer crise, com as 20 maiores fortunas do planeta a crescer na ordem dos 24%, durante o ano de 2020 (números da Bloomberg). Os pobres estão mais pobres, os remediados estão mais perto da pobreza e o fosso entre a super-elite e os demais aprofundou-se. O primeiro mundo luta entre si pelo acesso a mais vacinas, enquanto o terceiro depende da caridade do primeiro, que surge sob a forma de grandes operações de marketing, com grande mediatismo e poucos efeitos práticos. Micro, pequenas e médias empresas submergem sob o peso da burocracia e da inação política, contribuindo para o fortalecimento dos monopólios do costume. O desemprego e a miséria crescem, a precariedade e a exploração laboral florescem e a ausência de esperança é combustível para os novos populistas, que se alimentam do caos e da revolta.

Paralelamente a este cenário dantesco, momentaneamente esquecida ou relegada para segundo plano, a verdadeira pandemia avança, silenciosa e implacável, sem que nada ou quase nada seja feito para a travar. A tal crise climática, que nos arrasta, perigosamente, para um ponto sem retorno. A propósito, a directora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira, alertou no mês passado para a ligação entre o actual e anteriores vírus, como o Ébola ou o HIV, e os efeitos nefastos provocados pela acção humana no mundo natural. A médica espanhola aponta para a longa lista de vírus transmitidos de animais para humanos, que se relaciona, em larga medida, com a destruição de florestas tropicais. E se a palavra “Amazónia” é a primeira que nos vem à cabeça quando se fala em destruição florestal, é importante sublinhar que a coisa não se resume ao pulmão do mundo. Basta olhar com um pouco de atenção para aquilo que tem acontecido em zona como o Sudoeste asiático, para perceber isso mesmo.

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A fotografia e os interesses de negócio de António Costa

Para sair bem na fotografia, António Costa diz assim:

Claro que a prioridade climática só interessa na medida em que não colida com o negócio, sendo metida na gaveta quando se trata de empurrar a todo o vapor e contra amplos protestos da sociedade civil um acordo de comércio livre (UE-Mercosul) que promove a desflorestação na Floresta Amazónica e no Cerrado, a expansão das monoculturas e pecuária intensiva à custa da destruição de ecossistemas naturais, a utilização maciça de pesticidas e a perda da biodiversidade, para além de pactuar com um presidente negacionista das alterações climáticas e sem escrúpulos em expropriar e violar os direitos dos povos indígenas.

Não saberá António Costa que, nos dois anos como presidente, Bolsonaro já vendeu 20.000 km2 de floresta tropical às companhias petrolíferas e de gás e que em 2020 a área desflorestada aumentou 10%, para mais de 11 mil quilómetros quadrados, ou seja, cerca de um nono da área de Portugal perdida em apenas um ano? Não saberá António Costa que o acordo vai agravar as alterações climáticas e perpetuar um modelo insustentável de negócio?

E tudo isto para trazer carne, soja e etanol para a Europa e vender carros e químicos aos 4 países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai)??? Ou talvez azeite?

Sr. Primeiro Ministro, basta de hipocrisia, dê ouvidos aos portugueses: segundo resultados de um recente inquérito em 12 países europeus, 85% dos portugueses concordam que o processo de ratificação deve cessar enquanto não parar a desflorestação da Amazónia.

E não nos queira deitar areia para os olhos com um anexo interpretativo, como aconteceu no caso do acordo EU-Canadá (CETA), que não vale o papel em que foi escrito, pois nada nele é vinculativo, “com dentes”, à altura do próprio acordo.

Ser campeão do Clima tem consequências e não são só as boas oportunidades de negócio das renováveis…

https://vimeo.com/454069419

P.S.- Petição Pública contra o acordo UE-Mercosul

A culpa é da Greta

Uma investigação do jornal britânico The Guardian revela que a factura a pagar pelos vários desastres ambientais que ocorreram durante o ano que agora termina, como os incêndios devastadores na Austrália e na Califórnia, ultrapassa os 150 mil milhões de euros. Mas esta é apenas a fatia quantificável, sendo que o total real é bastante superior a este valor.

Outro dado relevante é que o conjunto destes gravíssimos problemas ambientais foram agravados pelas alterações climáticas. A isto devemos juntar mais de 3500 mortes, 13,5 milhões de deslocados e refugiados ambientais, muitos deles provenientes de África, parte dos quais sepultados no Mediterrâneo, sem direito a honras fúnebres. [Read more…]

2020: o ano de todas as pandemias

2020 foi um ano difícil, que pode ser resumido em poucas palavras: vírus, epidemia, pandemia, medo, confinamento, distanciamento social, máscara, álcool-gel, negacionismo, contágio, zaragatoa, teste, ventilador, profissionais de saúde, SNS, layoff, crise económica, vacina e morte. Talvez pudessem ser acrescentadas mais algumas, que nem me ocorrem nem me apetece procurar, porque não pretendo fazer disto uma obra científica, mas este foi o léxico dominante, durante os nove últimos meses. E, não nos iludamos, continuará a sê-lo.

Muito foi dito e escrito sobre a pandemia. Da “gripezinha” à falsa sensação de segurança, passando pelas habituais conspirações, amplificadas pela ignorância militante, de repente éramos 7,8 mil milhões de especialistas em saúde pública, virologia e gestão de crises. Por cá fomos bestiais, depois bestas, e, quer-me agora parecer, terminamos o ano como culpados pelo agravar dos números. E não, não saíamos mais unidos, mais conscientes ou mais humanos de tudo isto. Saímos como entramos, com as nossas virtudes e defeitos, adaptados ao novo normal que, esperamos, já seja uma recordação distante daqui por um ano. [Read more…]

Os supostos valores e os verdadeiros interesses: O acordo UE-Mercosul

Chovem picaretas oriundas de múltiplas direcções contra o absurdo acordo de livre comércio UE-Mercosul ((Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que foi já assinado em 28 de Junho de 2019, mas que, para entrar em vigor, depende da ratificação de todos os países envolvidos.

Um dos posicionamentos mais actuais contra o acordo provém de 22 cientistas de diversas instituições europeias e americanas que apresentaram um estudo demonstrando que o acordo é incompatível com as diretrizes ambientais da União Europeia (UE), nomeadamente com o Acordo Verde Europeu:

Segundo os pesquisadores, os problemas centrais são que o acordo (…) não prevê sanções em caso de descumprimento de metas ambientais, não exige transparência, não traz mecanismos de rastreabilidade dos produtos e não é inclusivo – ou seja, ouviu apenas os participantes da cadeia produtiva exportadora, mas não os povos que serão diretamente impactados por ela.”

“O plano europeu objetiva preservar a biodiversidade, o meio ambiente, ser socialmente justo e inclusivo. Assim, as cadeias produtivas de alimento que abastecem a Europa precisam atender a esses critérios”. “Mas o acordo comercial pretende aumentar importações [por parte da Europa] de commodities que trazem riscos de desmatamento e de violações de direitos humanos, sem observar esses critérios de sustentabilidade, como participação [dos povos locais], consulta e inclusividade, transparência, rastreabilidade.”

Na sexta-feira passada foi a vez da comissão francesa para a avaliação do acordo UE-Mercosul, criada por Emmanuel Macron, divulgar o seu relatório. E diz: o acordo é uma “oportunidade perdida” em questões ambientais e sanitárias que irá acelerar a desflorestação nos países do Mercosul, enquanto que não inclui “quaisquer medidas eficazes para a implementação dos compromissos climáticos”.

São tantas e tão diversificadas as frentes que denunciam este anacrónico acordo – tanto do lado de cá, como do outro lado do Atlântico -, que pode ser que seja desta que o resultado venha a ser propício aos povos e ao Planeta e não ao agronegócio e à indústria química e automobilística. Macron e até Merkel já declararam que tal como está não passará e a Áustria e o Luxemburgo também acenderam o sinal vermelho. Mas nada disto é de fiar, mais jeitinho menos jeitinho.

A ver, a ver, se a fossanguice gananciosa do negócio e o seu lobby vão fazer a comissão tirar da cartola o truque da “separação” da parte comercial do acordo (retirando-a do acordo geral de cooperação mais amplo) para que possa ser ratificado por maioria qualificada no Conselho e sem passagem pelos parlamentos nacionais ou/e aquele inútil “instrumento interpretativo” que sacaram para  o CETA. Tanto quanto se tem manifestado, o governo português, com especial ênfase durante a próxima presidência, tudo fará para que este acordo avance – com ou sem as chamas no Amazonas a agilizarem as alterações climáticas, com ou sem extermínio dos povos indígenas.

Poluição, alterações climáticas e desigualdade social

Será néscio negar a excessiva poluição que o Ser Humano provoca, em especial a queima de combustíveis fósseis para o fornecimento de energia à indústria e aos transportes, com especial gravidade nos aéreos e marítimos, ou a produção de plásticos e baterias para tudo quanto é aparelho.
O problema é grave e urge encontrar soluções que modifiquem os hábitos de todos os consumidores, como já vai acontecendo, e não castigar os mais desfavorecidos através da penalização com impostos que, para além de não alterarem hábitos, criam uma desigualdade inaceitável entre ricos e remediados, onde os primeiros poderão continuar a poluir quanto quiserem desde que paguem!

Left – Mellimage/Shutterstock.com, center – Montree Hanlue/Shutterstock.com.

De uma forma geral, podemos dizer que os governos, nomeadamente o de Portugal, [Read more…]

Grey New Deal

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Anomalias de temperatura por país entre 1880 e 2017

Anomalias de temperatura por país [-2ºC .. +2ºC], entre 1880 e 2017, com base em dados GISTEMP da NASA.
Fonte: Pascal Bornet (@Linkedin & @Flickr).
Portugal está ali no quadrante direito inferior.

Para a discussão: [Read more…]

“Pára de negar, a Terra está a morrer”

Exactamente: pára.

Foto: Inês Fernandes/Público.

Vamo metralhar o clima, car****!

Imagem via Change.org

E estas alterações nada vertiginosas de temperatura, que tal? Ontem estava ameno, de manhã roçou o polar, durante a tarde esteve ameno outra vez e, se tudo correr como esperado, voltará ao polar dentro de minutos.

Mas está tudo bem, não há nada de anormal. Aliás, recebi há minutos uma mensagem num grupo do Whatsapp, ao qual fui adicionado por um empresário brasileiro, onde um pastor da IURD me garantiu que as alterações climáticas não existem, e se existem a culpa é das mulheres, dos homossexuais, das feministas, dos negros e de tudo o que mexe à esquerda.

Se ao menos pudéssemos comprar armas semiautomáticas no supermercado, para enfiar dois balázios no ambiente, vocês logo viam se o planeta não arrefecia sem piar. Ai arrefecia, arrefecia.

Terrorismo liberal-fascista ao serviço da destruição da natureza

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A Grande Barreira de Coral sofreu um “colapso catastrófico” nos últimos anos. É o que afirma um grupo de cientistas em artigo publicado na revista Nature, suportado por um estudo iniciado em 2016, que dá conta do aquecimento do mar, fruto das alterações climáticas, que matou cerca de um terço dos corais na zona norte do recife, com impacto directo em toda a flora e fauna marítima daquele santuário natural. E os danos são irreversíveis. [Read more…]

Clima: do negacionismo a Trump

Publicado no Esquerda.net

Dados National Centers for Environmental Information

O ano 2017 foi o quinto mais quente desde que se regista a temperatura global. O mais quente foi o ano de 2015, seguido de 2013, de 2010 e de 2004. Durante os 10 anos precedentes, em 7 destes registaram-se temperaturas médias globais que os colocam no top ten dos anos mais quentes (ver figura). O mês de dezembro de 2017 foi o 396.º mês consecutivo cuja temperatura média foi superior à média de temperaturas registadas durante o século XX. Obviamente, a temperatura global está sempre sujeita a oscilações à escala anual. A este período de acentuado aquecimento, poderá seguir-se um período de temperaturas globais mais baixas. No entanto, à escala de décadas, a tendência da evolução da temperatura global não engana. Nas últimas quatro décadas registou-se um período de acentuada subida da temperatura média global.

Durante anos assistimos a discursos em que se negava o aquecimento global pelas mais variadas razões. Em 2008, João Corte-Real, professor catedrático da Universidade de Évora acusava os modelos de simulação do clima de estarem a “ser forçados para aquecer”. Na mesma altura, Delgado Domingos, professor catedrático do IST, assegurava que a temperatura não subia desde 1998 e que os cientistas não conseguiam explicar a descida de temperatura da Terra… Outros produziam discursos mais enviesados pela fé no ultra-liberalismo. Em 2014, Alexandre Homem Cristo garantia no Observador que “o aquecimento global estagnou” que se tratava de “uma derrota política da corrente ideológica que usou a ciência para legitimar o seu radicalismo contra o capitalismo”. Ainda em 2014, Henrique Raposo ia mais longe e afirmava no Expresso que o “aquecimento global está parado desde 2000”. O deputado do PCP Miguel Tiago, ilustrando o desnorte da CDU sobre questões ambientais, apoiava no Avante o discurso negacionista. [Read more…]

O triunfo do fundamentalismo liberal

A confirmarem-se as notícias avançadas hoje, primeiro pelo site Axios, posteriormente confirmada por um dos órgãos oficiais do regime Trump, a Fox News, os Estados Unidos poderão estar a ultimar a saída do país do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, juntando-se assim à Síria e à Nicarágua, os dois únicos Estados-membros da ONU que, segundo o DN, não apoiam o acordo.

Nada disto nos pode admirar. Trump é um negacionista das alterações climáticas, rodeado de fundamentalistas da poluição, nomeou Rick Perry secretário da Energia (departamento que o próprio Perry queria ver extinto, por ser um autêntico activista dos combustíveis fósseis, ou não fosse ele governador do Texas) e ainda conseguiu a proeza nepotista de escolher a filha Ivanka para liderar um painel de especialistas que irá rever a posição dos EUA nos vários acordos aos quais está vinculado, nomeadamente o Acordo de Paris. De pouco adiantou o presente oferecido pelo Papa Francisco. [Read more…]

Quando os papéis se invertem

via Uma Página Numa Rede Social

Para acabar o dia, e a propósito da troca de presentes entre o Papa Francisco e Trump.
Durante séculos, a Igreja foi considerada um dos maiores entraves à evolução da Ciência. Há mesmo quem diga que o estado actual da ciência poderia estar cerca de cem anos mais avançado, se não tivesse existido a repressão que a Igreja Católica aplicou, na Idade Média, sobre cientistas cujas descobertas contestavam os dogmas teológicos.
Pois bem, avançamos até ao presente e estamos no século XXI. Hoje, vimos a Igreja a posicionar-se ao lado da ciência, quando o Papa Francisco entregou a Trump uma carta de consciencialização para as alterações climáticas resultantes da poluição humana.
Reparem bem no insólito: o líder de um dos países mais avançados do planeta Terra, uma pessoa que deveria ter a capacidade intelectual para compreender a importância deste tema e que tem ao seu dispor recursos científicos quase infinitos, este homem teve de ser chamado à razão por um líder religioso, precisamente, num tema de natureza exclusivamente científica.
Hoje, um sacerdote indicou a um governante que a nossa existência neste planeta está em risco, não por intervenção divina, mas por irresponsabilidade grosseira e ignorância humana.
Dá que pensar, não dá?

Imagem via Osservatore Romano/Handout/Reuters@Exame.com

Uma verdade inconveniente

Um homem dá por si a actualizar-se sobre o que se passa no mundo, e descobre que Ivanka Trump, a filha do presidente norte-americano cujos produtos foram ilegalmente promovidos pela alucinada conselheira Conway, com o selo e a bandeira dos Estados Unidos como pano de fundo, foi escolhida pelo pai para liderar um painel de especialistas que irá rever a posição dos EUA nos vários acordos aos quais está vinculado, nomeadamente o Acordo de Paris, no âmbito do combate às alterações climáticas.

Escusado será dizer que a filha do troglodita tem literalmente zero experiência na área que vai agora liderar. Claro que, depois da nomeação de um negacionista das alterações climáticas com ligações à indústria petrolífera para a pasta da Energia, entre outras que me fazem por vezes duvidar se tudo isto é real ou uma spin-off do House of Cards, já pouco me surpreende. O fundamentalismo neoliberal está preparado para arruinar definitivamente o ambiente, quiçá na expectativa de no futuro facturar milhões com oxigénio e derivados. [Read more…]

Ao cuidado dos fanáticos da Heritage Foundation

Alterações climáticas põem em risco 18 bases militares dos EUA“. Eat this Koch suckers!

Retrocesso e radicalização: o alarmante destino de Theresa May

New British Prime Minister Theresa May speaks to the media outside her official residence,10 Downing Street in London, Wednesday July 13, 2016. David Cameron stepped down Wednesday after six years as prime minister. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

A chegada da eurocéptica Theresa May ao poder no Reino Unido não está a ser particularmente animadora. Poucos dias após se mudar para o nº10 de Downing Street, a nova primeira-ministra inglesa já conseguiu a proeza de promover uma onda de retrocessos de proporções consideráveis. Margaret Thatcher iria adorar.

Para a pasta do Ambiente, May convidou Andrea Leadsom, a Ministra da Energia de David Cameron que recentemente questionou a veracidade do problema das alterações climáticas, flagelo que ainda esta semana regressou à ordem do dia, após a divulgação de um relatório encomendado pelo executivo Cameron que avisa para a necessidade do país se preparar para cheias, vagas de calor e escassez de alimentos provocadas precisamente pelas alterações climáticas. Leadsom é também uma apoiante da caça à raposa, do abate da floresta e do regresso em força do carvão, caminho que o seu antecessor tentou reverter.  [Read more…]

O disparate volta sempre ao local do crime

Primeiro era o Verão mais frio desde 1816, agora é o frio polar. É o que dá ter faltado às aulas de Geografia quando ainda mais pequenino.

O Verão de 1816

Diz o IPMA que

 4 sistemas de previsão acoplados: três europeus – ECMWF, Met Office, Météo-France – e um norte americano – NCEP [prevêem] para o trimestre junho, julho e agosto, (…) um cenário para Portugal Continental em que a probabilidade da temperatura média ser inferior ao normal é de 40 a 60%, com uma anomalia negativa entre -0.5 e -0.2 °C.

Brrr, que gelo. Mas como já estamos na estação idiota da comunicação social, e há sempre um a colaborar na nobre causa do capitalismo não fazer mal a ninguém, a poluição nunca ter existido e o planeta ser tão descartável que o posso ir tramar onde me der mais lucro, já estou cheio de frio.

boneco-neve-praia

O aquecimento global volta a fazer das suas…

Ou talvez não, mas certamente os teóricos dos mitos climáticos cientificamente por comprovar, irão argumentar com as alterações, blá, blá, blá… No entanto, ao que parece em 1816 o Verão não terá sido nada quente e nessa altura, ainda não existiam várias das causas apontadas pelos crentes especialistas na matéria. Nem os EUA eram na época uma superpotência. Registo que desde o fim do mandato de W. Bush, com Obama na Casa Branca, estas matérias passaram a ter uma menor projeção internacional…