
Foto: @ojogo
Há muito tempo que deixei de discutir futebol com a camisola vestida, ou seja, falando de lances, de polémicas, de casos e casinhos. Dou sempre por mim, quiçá como todos, a entrar numa dimensão paralela no qual deixo de ser um ser racional e passo à irracionalidade. Em vez disso, prefiro discutir o jogo, a estratégia, os golos, as jogadas. E está tudo bem.
Mas as últimas semanas têm sido prolíficas, a propósito do futebol, em demonstrações do servilismo bacoco que grassa neste país, há demasiado tempo.
O primeiro caso foi a passagem do FC Porto aos quartos de final da Liga dos Campeões. A equipa “dos intervencionados” fez tombar o eneacampeão italiano, onde joga um dos melhores jogadores de todos os tempos, mas também uma daquelas personagens que provoca o tal servilismo de comentadores e jornalistas.
Se nos jornais desportivos a 2ª mão de Turim era um pormenor escondido num qualquer quadrado, quase tapada pela vitória do (à altura) 4º classificado Benfica sobre o Belenenses, consumada a passagem à elite europeia foi ver uma panóplia de justificações tão sem sentido quanto idiotas: porque a Juventus “não tem grandes jogadores”, como disse José Manuel Delgado, não conseguindo disfarçar o desapontamento quando Sérgio Oliveira marcou o segundo golo. Boa, boa, era a Juventus que o Benfica eliminou. Felizmente, já sabemos o que gasta a casa e já conhecemos bem as peças.
Este fim de semana, Sérgio Conceição e Paulo Sérgio envolveram-se num bate boca que os deveria envergonhar, qual discussão de miúdos no recreio da escola. Bem expulsos por Rui Costa, nada a dizer na questão disciplinar. O problema veio, claro, no circo montado à volta da confusão.
O jornal “A Bola”, do qual o já referido José Manuel Delgado é director adjunto, publica “as palavras da polémica”, iniciando o discurso por altura da falta que dá origem ao segundo golo do Porto. No entanto, a discussão começou antes, perceptível na transmissão do jogo. Ficamos sem saber esse início. Talvez não existissem caracteres suficientes.
Mas o ponto alto de tudo foram as declarações do treinador do Portimonense que disse, em conferência, num estranho exercício de humildade e esquecimento, que nunca tinha sido expulso até ali, o que é falso. Foi a sua quarta expulsão, sendo que na anterior o motivo foi fazer um “manguito” ao árbitro, no Chipre, ao serviço do APOEL.
No entanto, o foco da comunicação social é em Sérgio Conceição, nas suas 18 expulsões em Portugal (não tem nenhuma em jogos europeus) e no seu comportamento, que incomoda.
Discordo de Conceição em algumas coisas, futebolisticamente falando, e considero que se excede por vezes (como no caso com Carvalhal). Com Conceição, não há que enganar. É aquilo, com os exageros e as qualidades, é aquilo. Não o verei, com certeza, a dizer aos jornalistas que é um menino de coro, como fez Paulo Sérgio. Porque sabe que não é, porque parece ter perfeita noção de até onde se estica. Saúdo a genuinidade em vez da hipocrisia.
Mas parece-me indiscutível que existe, claramente, um gosto especial pela imprensa e pelos comentadores nos defeitos de Conceição, na sua postura agressiva e reactiva. Um gosto especial enviesado, pois a comunicação social desportiva, em Portugal, tem grandes dívidas à isenção e ao tratamento coerente e igualitário perante todos os seus intervenientes.
Que o diga Abel Ferreira, que teve 1/10 da propaganda e do acompanhamento por parte da imprensa que teve Jorge Jesus. Enquanto o actual técnico do Benfica esteve no Flamengo, Portugal e a sua comunicação social viveram com um pé cá e um pé lá. Quanto a Abel… bem, ele próprio terá noção da diferença.
E termino com uma palavra para aqueles que acham que o Porto é um clube pequeno por, ainda hoje, em 2021, ter na rivalidade com o Benfica e na lutra contra o centralismo muita da sua força. Dizem que é “regional”, que é uma forma de estar que não se percebe num clube grande. Deixem-me corrigir-vos: o Porto não é um clube pequeno. É o único clube que engrandece o nome deste País lá fora, com boas exibições, com conquistas tremendas, frente a adversários poderosos e que, mesmo assim, não tem o apoio, o tempo de antena ou o seu valor reconhecido por quem cá anda.
E com isto não quero dizer que sou um yes man e que tudo no Porto são rosas. Muito longe disso. Há tanto por explicar destes últimos 10 anos. Mas isso não apaga nem invalida tudo o que disse acima.
Por isso, para o Porto e para os portistas, o caminho é em frente, olhos nos olhos com os adversários europeus, porque a Liga dos Campeões é para ganhar.
E o campeonato também.
…mas toda a gente sabe que……o Porto nunca andou a “encher pneus”……..à CS e não só……!!!!
Pudera, iriam falar do agressor da autoridade que voltou para enganar tolos antes da reforma?
Com Conceição, não há que enganar. É aquilo, com os exageros e as qualidades, é aquilo.
Verdade. É um grunho. É um bronco mamão e grunho.
Também aprecio quem diz logo ao que vem. Com o Conceição e o Pintinho, não há mesmo que enganar. Um grunho e um mafioso. Ambos pulhas. Ambos mamões.
O Jasus e o Vieira, por comparação, são menos abrasivos. O Jasus é um bronco mais afável; o Vieira um trafulha menos mete-nojo. Mas ambos também mamam. Só muda a carneirada e a teta.
Como é que o FCP quer ter atenção e reconhecimento se a sua forma de estar é dizer mal de todos que não sejam do FCP, nem os Portuenses não portistas escapam.
O lema é sozinhos, contra tudo e contra todos, … então que sigam sozinhos.
E depois há muitas situações relacionadas com o FCP que não ajudam. Afinal o Porto é uma cidade de Portugal, dos portugueses com qualquer outra em Portugal, e não dos portistas.
Vamos a um facto simples, se o FCP ganha o campeonato os portistas residentes em Lisboa podem comemorar no Marquês de Pombal apesar de a praça ficar pouco preenchida, no entanto no Porto se o Benfica ganha, os benfiquistas residentes no Porto não podem comemorar na Av. dos Aliados, tem de ser na rotunda da Boavista. A ultima que tal aconteceu houve batalha campal na Av. dos Aliados.
Enfim um pequeno facto do “civismo” dos portistas que talvez leve a que os não portistas os ignorem e até desprezem.
Quanto à imprensa, há o fator vendas, qualquer noticia do Benfica vende muito mais do qualquer uma do FCP, até O Jogo sabe disso.
Que giro, como se o clube não fosse meigo comparado com os insultos constantes branqueados por toda a comunicação social.
E argumentos? Disse alguma mentira? Clube meigo? Dependendo da comunicação social, todos os clubes tem comunicação social “amiga” que insulta os adversários. Em questão de meiguice estamos falados. Aliás, se o FCP é o menos falado, queixa apresentada no post, então deverá ser o menos insultado.
Mas quanto a insultos os adeptos do FCP são recordistas universais, afinal conseguem insultar os benfiquistas em ocasiões em que o Benfica não é visto nem achado. Enfim, civismo e educação partilhada por boa parte, quiçá a maioria, dos portistas.
Perdeu uma boa ocasião de estar quieto.
Exacto. Basta ver a quantidade de atrasados mentais que correm a este blogue nem para defender o estado dentro do estado, mas para projectar os seus defeitos nos outros, desde a bronquice ao completo desrespeito do estado de direito.
Mas vamos fazer de conta que Jesus não é Jesus.