A lógica da batata, novamente

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, esclareceu a AHRESP que no período da Páscoa – considerado o arranque da época turística – só os cidadãos que não tenham residência no país e sejam “forçados a circular por vários concelhos” de forma a poderem chegar aos hotéis são a exceção à regra que restringe as deslocações, à semelhança do que foi adotado no período de 30 de outubro a 3 de novembro.

Os portugueses com residência no território ficarão no período da Páscoa impedidos de circular entre concelhos, mesmo que seja com a finalidade de ficar num hotel, mantendo-se a norma de permitir “deslocações de cidadãos não residentes em território nacional continental para locais de permanência comprovada”, como é o caso dos alojamentos turísticos. O objetivo é o de “evitar a transmissão da doença covid-19, caso contrário estaríamos a desvirtuar o objetivo da norma”, especificou Rita Marques à AHRESP.

Mas tal não se aplica aos portugueses residentes que tenham de fazer deslocações ao aeroporto com o fim de realizar viagens para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. [Expresso]

A propaganda nunca teve por base a racionalidade. O objectivo, senhora Rita Marques, é claro, se bem que distinto no anunciado. O que em Dezembro foi permitido, porque sim, agora é proibido, porque sim.

Comments

  1. Filipe Bastos says:

    Em todo o lado as pessoas têm a sua vida e evitam chatices, é uma tendência geral, mas este país – para o bem e para o mal – é mesmo um país manso. Um país de mansos.

    Noutro país, nesta altura do campeonato, todos deviam ignorar as tretas deste governo. Andar por onde querem. Ver a família e fazer exercício. Abrir as lojas e ginásios. Mandar o Bosta à merda.

    Nem é tanto pela incompreensibilidade, arbitrariedade ou ineficácia das medidas que vão impondo. É pela desfaçatez e pela hipocrisia. Por esta lógica manhosa, parola, pseudo-científica que usam para se justificar e para se limpar. Raio de governo sucateiro.

    • Paulo Marques says:

      Queres matar-te, mata-te duma vez, invés de nos obrigar a ficar em casa à espera que se dignem a produzir vacinas.

    • Filipe Bastos says:

      Agradeço, mas quando quiser matar-me duvido que escolha um vírus que mata 2% dos infectados – quase todos velhos e já doentes – e isto sem contar inúmeros infectados por detectar.

      Não é o Paulo que diz “a matemática é tramada”?

      • Paulo Marques says:

        Qual quê, pode ir para um sítio onde acabaram os recursos, como Manaus, e vê como sobe rapidinho o número de mortes no seu modelo ideal.