Anedota

Pai, tenho uma confissão a fazer.
Então? O que se passa? Senta-te aí.
Não é preciso. Isto é rápido.
— OK.
Pai, fui condenado a dois anos de prisão efectiva por branqueamento de capitais.
— Branqueamento de capitais?
— Branqueamento de capitais.
— Branqueamento de capitais?
— Sim, branqueamento de capitais.
És bom aluno?
Não. Aliás, nunca fui.
Trabalhas?
Não!
Tens carro?
Não…
Tens casa própria?
Não. Moro em tua casa.
Então, não foste condenado por branqueamento de capitais, foste condenado por lavagem de dinheiro!

Foto: Ricardo Lopes (https://bit.ly/3xE3JYO)

Comments

  1. Alexandre Barreira says:

    ……não….não………”abuso de confiança”…..!!!!

  2. Rui Naldinho says:

    Muito bom.
    Diante das nossas elites, só mesmo o jogo das palavras para nos amaciar a raiva que nos vai na alma.

    • Filipe Bastos says:

      Receio que não esteja a funcionar. Não tenho a raiva macia. É áspera como uma moca cravejada de pregos.

      O pulha Vara devia ter medo de sair da cadeia: devia ter paulada à espera cá fora. O mega-pulha 44 não devia andar à vontade na Ericeira. Devia ter medo. Não tem.

      O mesmo para o Mamão Salgado e o Rendeiro, o Bava e Granadeiro, o Relvas, o Loureiro e o Arnaut, o Berardo, a escumalha paralamentar e um longo etc.

      Todos gozam connosco porque se sabem impunes. As leis foram feitas por eles. Não servem. A justiça não funciona. Qualquer ilusão de mudança, como celebrava há dias o João Mendes, é isso mesmo: uma ilusão.