— Pai, tenho uma confissão a fazer.
— Então? O que se passa? Senta-te aí.
— Não é preciso. Isto é rápido.
— OK.
— Pai, fui condenado a dois anos de prisão efectiva por branqueamento de capitais.
— Branqueamento de capitais?
— Branqueamento de capitais.
— Branqueamento de capitais?
— Sim, branqueamento de capitais.
— És bom aluno?
— Não. Aliás, nunca fui.
— Trabalhas?
— Não!
— Tens carro?
— Não…
— Tens casa própria?
— Não. Moro em tua casa.
— Então, não foste condenado por branqueamento de capitais, foste condenado por lavagem de dinheiro!

Foto: Ricardo Lopes (https://bit.ly/3xE3JYO)
……não….não………”abuso de confiança”…..!!!!
Muito bom.
Diante das nossas elites, só mesmo o jogo das palavras para nos amaciar a raiva que nos vai na alma.
Receio que não esteja a funcionar. Não tenho a raiva macia. É áspera como uma moca cravejada de pregos.
O pulha Vara devia ter medo de sair da cadeia: devia ter paulada à espera cá fora. O mega-pulha 44 não devia andar à vontade na Ericeira. Devia ter medo. Não tem.
O mesmo para o Mamão Salgado e o Rendeiro, o Bava e Granadeiro, o Relvas, o Loureiro e o Arnaut, o Berardo, a escumalha paralamentar e um longo etc.
Todos gozam connosco porque se sabem impunes. As leis foram feitas por eles. Não servem. A justiça não funciona. Qualquer ilusão de mudança, como celebrava há dias o João Mendes, é isso mesmo: uma ilusão.