Um verdadeiro líder de um Povo vê-se na forma como actua perante as dificuldades. Ao ver Zelensky nas televisões, a ser entrevistado por uma correspondente inglesa, em plena capital da Ucrânia, no meio de uma guerra e em verdadeiro perigo de vida, recordei-me, imaginem, de Carles Puigdemont, o antigo líder da Catalunha.
Carles Puigdemont, à primeira dificuldade, desertou para Bruxelas abandonando os seus sem qualquer hesitação. E qual o principal risco que corria? Ser preso e ir a tribunal. Volodymyr Zelensky, líder da Ucrânia, perante uma invasão do seu país o que fez? Ficou a lutar ao lado dos seus e, como se sabe, recusou a oferta de asilo dos EUA. Com esta sua atitude, corajosa e patriótica, Zelensky é hoje um herói ucraniano e Carles Puigdemont um embaraço para o povo catalão. Um enfrentou o perigo de ser morto (que ainda corre) e o outro fugiu com medo de ser preso.
Citando José Ortega Y Gasset, “O homem é o homem e a sua circunstância”. Neste caso, adaptando, um líder é um líder e a sua circunstância.
Não concordo.
Com frequência a Guerra da Ucrânia faz-me lembrar a Guerra do Paraguai. Não estará Zelensky a desempenhar um papel análogo ao do Solano López? Estarei enganada? Espero que sim. E que a Ucrânia não fique como o Paraguai no fim da guerra.
Não há comparações entre o estatuto da Catalunha e o estatuto da Ucrânia.
De qualquer modo também concordo que Carlos Puigdemont está muito longe de ser um líder. Se era com ele que a Catalunha contava para a sua causa, não me parece ir muito longe.
Mas não deixa ainda assim de ser um incómodo para a UE.
Já Zelensky, apontado como um herói, até poderá vir a ser, mas parece-me mais alguém com uma enorme falta de percepção da realidade que o envolve. Isso pode ser fatal para ele, mas principalmente para a Ucrânia.
Zelensky de há muito sabia que a Rússia jamais aceitaria a integração da Ucrânia na NATO. Foi instigado a troco de ajuda financeira e da ajuda militar dos EUA a participar num jogo de geopolítica entre Norte Americanos e Russos.
No final quem se vai lixar são os Europeus, mas a maior das tragédias humanitárias reside na Ucrânia.
Alguém que dirige a política externa em torno de um apoio que não existe, nem pode existir sem o fim do mundo, lamento, é um embaraço.
Pois não fique por aqui nos ajustes de contas!
Temos de cancelar imediatamente muitos outros desertores!
Estou-me a lembrar de gajos que deram de frosques à primeira dificuldade tais como: o Mourinho, o Bento XVI, o Barroso, o Portas (ficou por fora mas, desertou por dentro), o Passos (foi eleito, mas desertou), o Cavaco (desertou da presidência, só que puseram lá um manequim sentado no gabinete e abriram a janela. Por isso, ninguém notou.), o Sócrates (desertou para Paris e depois desertou de Paris).