
Chamem-me parolo, mas encheu-me de orgulho ver um bocadinho de Portugal a fazer a diferença naquela terra onde o horror da invasão atingiu proporções doentias. Não vamos ganhar a batalha pelos ucranianos, mas temos sido enormes no apoio àquelas pessoas. Somos, como os ucranianos, um grande povo.
Cada um é solidário à sua maneira. Sim, nós os portugueses, e não a Mimosa, damos o Leite da tal marca, as Sardinhas e o Atum de outras marcas, as massas alimentares, se calhar até damos a farinha, esquecendo-nos que eles são em parte o celeiro da Europa, , … os outros vendem-lhes armas.
Certo sobre os portugueses. Mas como sabe se a Mimosa deu ou não? Pois não sabe pois não?
Mas deu, a Lactogal enviou paletes completas de produtos oferecidos para campanhas humanitárias. Paletes completas em camiões, não foi caixas na mala de um veículo ligeiro.
E não fez nada de extraordinário, mas convém repor a verdade.
O seu a seu dono. Ainda bem que a Lactogal não faz como as cadeias de supermercados, ou mais recentemente, a MEO, a fazer solidariedade à conta do consumidor, utilizando de forma abusiva o som das sirenes de uma guerra na sua publicidade.
Solidariedade é abdicar daquilo que me pertence por direito, repartindo com terceiros.
Não quero retirar o mérito à Lactogal, desde que não venham a ser os produtores de leite ou os consumidores a suportar esse ónus.
Se já eram antes, vão deixar de ser agora?
Segundo a Mariana Mortágua os capitalistas da Mimosa a encher os bolsos à custa da guerra.
Pois!
Mas só os da Mimosa é que têm os bolsos cheios.
O resto da guerra é de borla. Estão só a esgotar uns foguetes que estavam a ficar fora de prazo. Durante a pandemia houve poucas festas e a pólvora estava-se a estragar.
Era mal empregada se não se lhe desse utilidade.
Entretanto, os refugiados ucranianos (e não só: já conheci cá um nepalês refugiado da Ucrânia) em Portugal passam um mês à espera de ter um número de contribuinte. Estão um mês parados na vida. Sem poder fazer nada. À espera que o SEF tenha a caridade de os deixar andar para a frente.
“O que é que lhe desagrada mais nos outros países e o que é que lhe desagrada mais em Portugal?”
“O que mais me desagrada na Alemanha é que, quando chega a ocasião, são os grandes assassinos. O que mais me desagrada na Rússia é que, quando chega a ocasião, são os grandes assassinos. O que mais me desagrada em Portugal é que, quando chega a ocasião, são os grandes assassinos. O que mais me desagrada nos Estados Unidos da América é que a ocasião está agora a chegar praticamente todos os dias… E depois disto, o resto nem conta.”
Alberto Pimenta, em entrevista a António Pocinho, revista LER – Livros & Editores, Verão de 1999, n.º 46, Fundação Círculo de Leitores, pp. 50-57.
Os portugas são do baril !! Com excepção do D. João 4. Não fora essa criatura e estávamos todos bem melhor .