Há uns meses escrevi sobre as suspeitas que recaiam sobre a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que teria apresentado despesas de deslocações aldrabadas. Levei na cabeça, claro.
Agora, meia dúzia de meses volvidos, o Ministério Público acusou Ana Rita Cavaco e outros 13 dirigentes da Ordem de falsificação de documentos e peculato.
Segundo o acórdão do DIAP de Lisboa, os 14 acusados adulteraram informação “com o intuito de obter um benefício que sabiam ser ilegítimo”, através do “forjamento de mapas de deslocação, declarando quilómetros que não percorreram”.
A bastonária, refere o acórdão, declarou ter percorrido 58.947km, entre 14 de Março e 19 de Outubro de 2016. O que dá uma média de 280km por dia. Fins-de-semana incluídos. E o Ministério Público acusa-a de ter duplicado o número de KMs, apropriando-se indevidamente de mais de 10 mil euros.
Ana Rita Cavaco acusou a maçonaria de estar por trás de uma conspiração com o intuito de a derrubar. Parece-me rebuscado. E descabido. Mas, sobretudo, soa imenso a desculpa esfarrapada de político. E Ana Rita Cavaco, militante do PSD que dá o ocasional saltinho ao conclave do CH (partido onde, curiosamente, milita um amigo a quem ajustou directo 72 mil euros, para serviços jurídicos a prestar à Ordem) sempre deu a entender ter ambições políticas. Mas isso é só um achismo meu.
Por falar em políticos, o André Ventura do Bem (ou alguém da unipessoal do Bolsonaro da Wish) já comentou as acusações deduzidas pelo Ministério Público contra a sua amiga? Como ele costuma estar tão em cima destes temas, deve ter comentado.
Só que não.
Bolsonaro da Wish, muito bom! 😀
Como ouvi hoje, novamente, até transitado em julgado, tudo é inocente.
País sem corrupção, não queiram descredibilizar a democracia.
Um poucochinho de forma extremamente óbvia para quem olhasse. Que fossem todos assim, e já nem era preciso cadeia.
Já não se fazem gatunos como antigamente.