A “justiça” de serviço

“as autoridades portuguesas se esmifram para prender o ‘perigoso’ whistleblower que denuncia corruptos“. Rui Pinto e o seu trabalho entregues à bicharada.

2018

2018

(aka benfica’s worst nightmare)

Homem mau

Lembro-me de ter ido pela 1ª vez a um comício por alturas da campanha de Mário Soares em 1986, contra o Freitas do Amaral. Quando tudo era bem mais simples, perguntei porque é que ia a um comício do Soares e não ia a um do Freitas. A resposta foi de uma limpeza cristalina:

– Soares é o bom! Freitas é o mau.

Mesmo quando tento explicar a crise a quem vê o mundo nessa simplicidade, tenho dificuldade em explicar algumas coisas. É verdade que, na situação presente, é fácil identificar os maus!

A complexidade do dia de hoje é o de procurar um significado para a sigla BPI.

Sim, claro que é complicado e não estou a misturar a árvore com a floresta- quando fala Cavaco eu não estou a ouvir o sr. Silva. É o Presidente que fala.

E quando ouço Vítor Gaspar é o Primeiro-Ministro que estou a ouvir- não é o familiar do Louça.

Logo, quando fala o tipo, é o BPI que eu estou a ouvir.

Felizmente não sou, nunca fui e, por este andar, nunca serei, cliente do BPI!

(Se és, deverias, desde já, deixar de o ser!) [Read more…]

Ser gente

(adão cruz)

Quando eu era criança, diziam-me os meus pais que eu tinha de fazer tudo para ser gente. Ser gente? Mas o que é ser gente?

Ao ver hoje o que se passa à nossa volta, ao ver a deterioração mental, a total ausência de escrúpulos, o desprezo da honra e da dignidade, a proliferação de criminosos, corruptos e vigaristas de toda a espécie, mais evidentes nos estratos superiores da sociedade e nos sectores da Administração e do empresariado, de onde deveria vir o exemplo e não o assalto miserável a quem trabalha, eu entendo o que os meus pais quereriam dizer, com o ser gente. Ser gente seria, porventura, ir mais além do que trabalhar com seriedade e honestidade. Ser gente pressuporia a construção de alguma coisa dentro de nós e fora de nós que assenta, a meu ver, em quatro pilares fundamentais: [Read more…]

Ladrões, gatunos, corruptos, podres

Ladrões, gatunos, corruptos, podres.

Gente sem ponta de dignidade

 

Sempre que abro o jornal eles aparecem.

Na operação X, na Operação Y, na operação Z, a Polícia Judiciária lá os vai apanhando.

Qualquer dia não há alfabeto que chegue para o número de operações.

Ele é nos Bancos, nas empresas, nos governos, em todas as instituições!

E eu com medo quando regresso a casa um pouco mais tarde. Comparada com o país, a minha rua é um sossego, uma segurança e tranquilidade. Perigoso, muito perigoso é viver nesta sociedade engravatada, pois o ladrão, o vígaro, o gatuno, o larápio surge de Mercedes, gravata e luva branca. São tantos que já se tornam banais. O carteirista de rua, esse está fora de moda, em extinção. Rouba vinte ou trinta euros, o que não é motivo para operações de judiciária, vai dentro, mas como dá mais despesa do que o roubo, salta para a rua. O que rouba vinte ou trinta milhões, fica fora, goza ainda por cima, diz que tem a consciência tranquila e as mãos limpas e é tratado como um senhor sério. Esta gente não terá pais, filhos, netos? Com que lata lhes mostram a cara? Quem perde o respeito por si próprio, não tem mais nada a perder. Como não há justiça, a única solução seria uma pandemia de gripe dos corruptos, com virulência tal que nem semente deixasse.

 

Calabote – Foi há 50 anos

 

Era só para relembrar…