“Em 2485 vamos celebrar os 500 anos do nascimento de Cristiano Ronaldo e por esse motivo, os responsáveis das cidades do Funchal, Lisboa, Manchester, Madrid, Turim e Miami aqui reunidos, decidiram criar a ACRM (Associação das Cidades Ronaldianas no Mundo) que terão como responsabilidade criar o programa das festividades em todo o ano de 2485 ficando a sede desta associação aqui, na cidade de Madrid” – anunciou em conferência de imprensa a governadora da província de Madrid.
Isto admite-se?
Francamente, eu até sou uma pessoa algo liberal, mas isto? Isto? Ai, se a censura de excelência que ainda existia no dia 24 de Abril de 1974 continuasse o seu digníssimo trabalho…
Ele há coisas que não se pode admitir. Eu sei que os tempo vão modernos e que as criancinhas devem começar desde cedo a preparar-se para a vida, mas um livro juvenil com este título? É que nem sei o que dizer. Espetador e ainda por cima intrometido? Mas ele vai espetar o quê? Em quem? Ai, que eu prefiro nem pensar!
Ridículo, o único possível herbicida
Universidade Lusófona, hoje, foto gentilmente emprestada
Há uns anos, e para lá de Vilar Formoso ainda há países onde tal acontece, as pessoas tinham vergonha e demitiam-se perante o escândalo. Talvez os cidadãos se escandalizassem mais, face à ainda estranha coabitação com o pântano. E talvez, também, as pessoas tivessem profissão sem ser viver da política.
Hoje em dia não se demitem. Agarram-se aos cargos, se preciso com recurso aos tribunais, recorrendo ao recurso da legalidade como se houvesse uma lei para a decência.
Mas se a vergonha não faz cair estrelas ascendentes, já o mesmo não se passa com o ridículo. Este mata. A enchente de anedotas que tenho recebido sobre a última escandaleira indicam uma de duas coisas. Ou alguém morrerá de ridículo ou estaremos a entrar numa nova fase pós-pântano. A fase de nem o herbicida do ridículo pôr termo ao alcarnache.
A moção do BE serve para quê?
José Manuel Pureza declarou hoje à Antena 1 que a direita cairá no ridículo se votar a moção de censura ontem anunciada por Francisco Louçã. Acrescentou ainda que a moção se destina a separar águas e distinguir esquerda e direita. É assim a modos que uma moção-electrólise, digo eu.
O raciocínio é mais ou menos este: nós vamos apresentar uma moção mas vocês não sejam ridículos, não votem nela. Não votem, porque se votarem, a moção faz efeito e não é para isso que a apresentamos, é só para dizer que nós somos nós e vocês são vocês. Nós chamamo-nos B. de Esquerda e vocês assumem-se de centro direita e de direita. Toda a gente sabe isso, mas nada como uma moçãozinha para deixar claro o que todos sabem.
Dito de outra forma: se vocês votarem a nossa moção são ridículos. Caso contrário, a moção não serve para nada (antecipadamente assumido por JMB) e torna-se ridícula.
Sócrates esfrega as mãos e ri-se. Pudera.
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