Visitem os Portugueses de Malaca


O William de Silva dá-vos as boas vidas A Q U I

Comments

  1. Frederico Mendes Paula says:

    Nestas alturas é que me lembro que já fomos um grande país.


  2. Mas não é com esta gente derrotista que iremos sê.lo uma vez mais. Um bom exemplo daquilo que o Frederico disse noutro post, via-se em Lourenço Marques. Existiam igrejas, pagodes chineses, a mesquita da rua Salazar, a mesquita ismaelita Príncipe Aga Khan. Frequentávamos todos esses locais sem qualquer problema. A realidade era bem diversa daquilo que dizem parlapatões privilegiados, ignorantes – NUNCA viveram em África! – e atrevidos como as chusmas de doutores Soares e afins deste mundo. Os meus colegas de escola eram de várias cores e credos e tenho as minhas fotografias de miúdo que comprovam bem quem eram os meus amigos. O Cheng, o Patel, o Matavele, etc. Quer a verdade? Consulte livros de imagens de Lourenço Marques dos anos 60 e 70 e dê especial atenção às fotos das praias e escolas públicas.
    Adorávamos devorar comida indiana, chinesa, paquistanesa, goesa e claro, especialidades “da Metrópole”. Estou FARTO de escutar convenientes estorietas de cordel acerca de situações que jamais vi, embora ainda pontualmente existissem longe da vista da esmagadora maioria dos naturais. E cá, como é que são tratados os negros, brasileiros e tantos outros hoje marginalizados, sem papéis, contratos de trabalho, direitos de saúde, etc?
    A verdade é clara, indesmentível. Hoje, Moçambique e Angola ainda não atingiram nem de longe, qualquer um dos níveis reconhecidos pela ONU em 1974. Nem de longe e em nenhum sector. Deixaram de dar assistência sanitária às populações, ninguém é vacinado para coisa alguma. Um poder despótico e explorador como não há memória. E passo a vida a ouvir falar em “trolarós” ecuménicos que servem perfeitamente para dar o tom politicamente correcto. Ora esse “encontro de civilizações” já o vi e em vários sítios onde estivemos. Por exemplo, em Goa, Damão e Diu, a comunidade muçulmana era fidelíssima a Portugal e assim se manteve até à invasão de 17 de Dezembro de 1961. Fidelíssima a Portugal, não querendo isso dizer que fosse seguidista fanática do regime instalado. Até porque em Portugal via uma tolerância que não existia para lá da fronteira, onde a separação Índia-Paquistão deu no que se sabe.
    Basta de mistificação. A situação colonial estava numa fase final e em que inevitavelmente seria ultrapassada. Acabou por sê-lo, mas da pior maneira possível de imaginar e disso tenho uma certeza tão absoluta quanto irredutível.
    Estou habituado a conviver com outras gentes, outras religiões. Isso não quer dizer que tenha de abdicar do essencial substracto que queiramos ou não, nos tornou portugueses. Se a gente de Malaca, Goa, Macau, Bangkok ou Colombo entende isso, o que se passará na cabecinha dos nossos donos “metropolitanos” ? Agora dizem que são europeus? Alguma vez deixámos de sê-lo?