A liberdade de manifestação explicada aos mais novos

Contra a vontade dos pais, dos colegas e da própria direcção da Escola Secundária de Penacova, os três alunos que, no ano lectivo anterior, foram condenados pelo tribunal a prestarem 20 horas de «serviço de interesse público» naquele estabelecimento de ensino por terem organizado uma manifestação contra o Estatuto do Aluno, começaram esta segunda–feira a cumprir “pena”.

Por decisão da direcção da escola, nomeadamente da directora, Ana Clara, os três jovens – um deles já aluno do Ensino Superior neste momento – terão de deslocar-se àquele estabelecimento de ensino todas as segundas-feiras (…) ficando responsáveis pela elaboração do primeiro regulamento das eleições para a Associação de Estudantes, documento que não existia na escola até então.

(…)

«No fundo, eles acabaram por não infringir nenhuma regra», adiantou Ana Clara, recordando que os três alunos, hoje todos com mais de 18 anos, não chegaram a fechar o portão da escola a cadeado. Para além disso, como contava a associação de pais na altura em que soube da necessidade de cumprimento de «serviço de interesse público», tratou-se de uma acção «que teve o apoio unânime dos estudantes, com a recusa colectiva de ir às aulas, nessa manhã».

«Foi um fecho simbólico, eles estavam a exercer os seus direitos e nunca usaram a falta de educação ou a desobediência», reforçou a responsável, adiantando que ao escolher esta forma de os três alunos ocuparem as 20 horas a que foram condenados, a intenção era que «eles fizessem um trabalho que mostrasse que o que eles queriam era incentivar ao uso do que a democracia permite».

no DC

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