A Natureza – Morta na Gulbenkian

Belíssima exposição na Fundação Calouste Gulbenkian, reunindo um singular conjunto de obras de primeira qualidade, algumas das quais raramente expostas e a maioria nunca vistas em Portugal. É o caso, entre outras,de uma rara natureza-morta de Rembrandt, de uma das melhores obras de Chardin, pouco conhecida, e de um trabalho de Francisco Goya, a que se juntam produções fundamentais de Fede Galiza, de Juan Fernandez, El Labrador, de Paolo Porpora e de Juan Sánchez Cotán.

Mais de sete dezenas de obras expostas, vindas de 34 instituições públicas e 11 colecções particulares, ilustram a evolução deste género desde as suas primeiras manifestações, dando conta das múltiplas expressões que foi assumindo ao longo dos séculos.

Representações de frutos, caça, mesas de cozinha e de banquete, pintura de flores, vanitas e trompe-l’oeil, embora durante séculos o desafio tenha sido imitar a natureza, esta exposição revela uma multiplicidade de respostas diferentes.

Embora a natureza-morta tenha sido considerada em muitos aspectos um género marginal, estão em Lisboa obras importantes de pintores europeus mais conhecidos da época e trata-se de uma ocasião única para ver algumas obras verdadeiramente notáveis!

“Ainda estou atónito com o facto de termos nesta exposição uma das raras naturezas-mortas de Rembrandt,uma das melhores obras de Chardin e até um Goya!” diz um entusiasmado comissário da exposição Peter Cherry do Trinity College de Dublin.

Exposição de João Alexandre

O meu amigo João Alexandre vai expôr na Casa das Artes de Sever do Vouga, tendo-me pedido para escrever um texto para o catálogo. Ele aqui está para quem tiver a pachorra de o ler.

Modus operandi

 Como eu já disse num outro texto sobre João Alexandre, falar dele não é fácil, porque não é fácil falar de um pintor que é, ao mesmo tempo, amigo, filósofo e criador.

O João resolveu dar a esta sua exposição o título Modus Operandi, que é uma expressão latina utilizada para significar um modo de agir ou de operar, mantendo sempre, de uma maneira geral, procedimentos idênticos.

Na verdade, objectivo e positivo como é o João, não poderia escolher melhor título. É que toda a sua obra, desde que o conheço, mais do que em qualquer outro pintor, revela um permanente modus operandi do qual ele não mostra vontade de sair, a despeito de uma imaginação dinâmica e de uma inteligência sempre activas.

Isto não impede que a sua pintura seja de uma singular originalidade, elaborada numa espécie de redundância conceptual, materializada na esfera de uma filosofia palpável, que, pelo facto de ser palpável, não deixa de ser profunda.

Materializada dentro dessa filosofia palpável, a sua pintura parece adquirir, filosoficamente, um carácter quase imaterial, onde não se vislumbram gestos nem mãos. Há uma expressão que já utilizei, mas que me parece tão adequada à pintura do João Alexandre, que não resisto a relembrá-la: a sua pintura vai aparecendo como se o artista soprasse a camada de pó que a cobre, não se sabe se há séculos, há milénios ou há um tempo fora do tempo. Uma espécie de alma para lá da translucidez da estrutura corporal da tela. [Read more…]

Sem progresso ou regeneração possíveis.


O aparente declínio da actual maioria parlamentar e a iminente eleição do novo presidente do maior partido da oposição, são demonstrativos do funcionamento daquilo a que em Portugal se convencionou chamar de “rotativismo”. Expressão cunhada nos finais do século XIX e à época conotada depreciativamente, espelha afinal a natural alternância no poder de forças que aparentemente antagónicas nas suas bases programáticas e sociais, são a essência da manutenção daquilo a que os marxistas apodaram de “democracia burguesa”. Este tipo de organização constitucional firma o seu edifício no primado da Lei, liberdade de pensamento, expressão e reunião e os consequentes direitos adquiridos ao longo do processo de modernização social que se estenderam à saúde, educação, habitação, etc. Portugal foi um dos Estados pioneiros na construção daquilo que se convencionou designar por liberalismo, pois a consolidação do regime da Carta a partir da década de 60 – a Regeneração -, normalizou o relacionamento inter-institucional, criou as condições para um impressionante desenvolvimento económico e possibilitou o país a constitucional e gloriosamente consagrar ad eternum princípios fundamentais, como a abolição da pena de morte.

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O golo do Benfica

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/Zt3al52Di1kD5wUmkI7J/mov/1

Golo que derrotou o Belenenses. Ver crónicas e opiniões sobre o jogo por aqui

O caso do pobre coitado acusado de tentativa de assalto em Almancil

Um estupor de um indivíduo decidiu visitar, fora de horas, um supermercado em Almancil. Fez um buraco na parede como forma de entrar, porque isto de entrar pela porta é algo do passado. A malta agora prefere janelas, telhados ou buracos na parede. Acontece que o buraco laboriosamente executado ficou pequeno. Demasiado pequeno. O fulano tentou passar, ignorando algumas leis da física, e ficou preso no espaço. Nem para dentro, nem para fora. Ali ficou, constrangedor. Metade do corpo dentro, outra fora.

caso_almancil

Quando alguém o detectou, em vez de ajudar o pobre coitado, resolveu primeiro chamar a polícia. Veja-se que pensaram que ele queria roubar o supermercado. Lá por ter ido fora das horas de abertura não quer dizer que o fosse roubar. Ele não tinha culpa do dono do estabelecimento ter vistas curtas e não querer trabalhar 24 horas por dia.

O proprietário, apesar de desconfiar que teria sido alvo de furto, na figura do supermercado, decidiu não apresentar queixa. Consta que não tem muita confiança na forma como a justiça funciona. Vá lá saber-se porque.

Agora, o nosso amigo, injustamente acusado de ladrão, quer processar o dono do estabelecimento por alegadas agressões nas pernas. É certo que com as pernas de um lado e os olhos do outro lado da parede não poderia ver quem eventualmente lhe espetou uns tabefes nas pernas. Mas só pode ter sido o malandro do dono, não é?

Por mim, vou-me solidarizar com o estafermo e até vou fazer uma manifestação de apoio. Sempre senti um certo carinho por quem é injustamente acusado. Conto com todos vós.

Apresentem vocês uma moção de confiança

Resolveram-vos o vosso principal problema, o dos professores. Aprovaram-vos o principal instrumento da governação, o Orçamento. O que querem mais, meus senhores? Mordaças é para os vossos amigos da comunicação social. Os da Controlinveste e quejandos.
Querem uma moção de censura? Queriam, não queriam? Olhem, parafraseando o outro, apresentem vocês uma moção de confiança e, já agora, besuntem-se nela!

Um caçador de magnólias conta o seu ofício

Quando chega Fevereiro passo os  dias a caçar magnólias. Não qualquer magnólia que se me apresente, atenção. Interessa-me unicamente a magnólia branca, mais invulgar, mais frágil, um erro genético. A magnólia rosa, cujo suave tom acetinado constitui o cenário ideal para fotos de casamento, aborrece-me.

Conheço bem o território de caça. Sei que há dois exemplares, um ligeiramente mais tímido, outro mais confiante, frente à igreja dos Congregados, a dar guarida à estátua do Ardina. A rua de Sá da Bandeira recebeu recentemente uns quantos jovens que este ano dão flor pela primeira vez. Sítios insólitos, como o pátio do ACP, também albergam por vezes esplêndidos indivíduos, de grande maturidade e porte digno. Mas costuma ser no largo 1º de Dezembro (onde literalmente se esconde a grande maravilha barroca da cidade, a igreja de Santa Clara) que se encontra uma assinalável concentração de especímenes. [Read more…]

Todos (eles) à Fonte Luminosa, por SMS

Parece que circula um SMS a convocar “os socialistas” para uma manife. Mais uma tentativa de demonstrar que o país está amordaçado e o próprio partido do  governo tem necessidade de usar estes meios para fazeer passar uma mensagem?

Logo por azar a mensagem já está nos jornais. Estes jornalistas são mesmo do contra.

no me ensucien el agua!

Alejandrita tomando baño a sus tres años

Era su hábito decir. Un hábito que no sabíamos si era para respetar o para reír… [Read more…]

Os dias do fim – 12 de Fevereiro de 1910

É Sábado. Na política nacional, Francisco Beirão não parece disposto a continuar à frente do Governo depois do falhanço das negociações relativas à reforma da lei eleitoral. Diz a boataria que lhe sucederá um Governo liderado por Júio de Vilhena.
Saiu a público o primeiro número da revista «Alma Nacional», dirigida pelo republicano António José de Almeida.
Morreu ontem o Conde de Tattenbach, que esteve em Portugal durante alguns anos como ambaixador da Alemanha. Ainda do estrangeiro, um sacerdote foi envenenado em Roma enquanto rezava a missa. Em Paris, começou a ser representada a peça Chantecler, no Teatro de Port Saint-Martin.
Faltam 236 dias para a instauração da República.

MAT ao contrário

1. É ou não verdade que a rejeição pelos responsáveis do poder judicial baseia-se numa interpretação altamente subjectiva e, face ao que veio a público, criticável, de factos (e não de direito) por orgãos não colegiais, que, ainda por cima, no caso do Presidente do STJ, não analisa matéria de facto regularmente há cerca de 12 anos, dado essa função não caber, em regra, ao STJ?

2. É ou não verdade que José Sócrates é o primeiro português que, face a despachos como os do teor do Juiz de Aveiro e do Procurador Adjunto, não é sequer alvo de inquérito?

3. É ou não verdade que, face a atentados ao Estado de Direito, até, em ultima ratio, o recurso a armas é legitimo, sendo, por isso, a questão da violação do segredo de justiça perfeitamente irrelevante?

4. É ou não verdade que, o despacho emanado do Presidente do STJ é subjectivo e fruto de uma interpretação e convicção de dois únicos magistrados (os mais políticos de todos)?

5. É ou não verdade que sem o apoio de José Sócrates, Pinto Monteiro não seria procurador?

6. É ou não verdade que, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça é um orgão não colegial, e que o teor das escutas o desmente e o descredibiliza?

7. É ou não verdade que José Eduardo Moniz saiu da TVI, que o Jornal de Sexta acabou, que José Manuel Fernandes já não é director do Público, e que Sócrates falou com o director de programas da SIC que era necessário resolver o problema Crespo?

8. É ou não verdade que, o jornal Sol foi cúmplice da violação do segredo de justiça para defender valores muito mais elevados do que a eficácia das investigações e o bom-nome de quem não é sequer dele digno?

9. É verdade que, da leitura da peça jornalística do jornal Sol, se pode inferir, a partir de uma conjugação global dos factos que complementam as escutas, uma interferência do 1º ministro na liberdade de imprensa.

10. É ou não verdade que, o nome de José Sócrates só aparece ligado a este alegado plano porque é ele o principal beneficiado?

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É domingo, é carnaval…

…vá passear.

Divirta-se.

Apanhe sol.

Vá brincar antes que alguém leve a mal…

O comentador MAT é objectivamente um bocado subjectivo

O argumentário do Governo para a crise que o atravessa tem sido distribuído na forma de comentador MAT, começando sempre por largar a prosa no blogue oficioso da corporação socrática, onde ganha logo direito a publicação, seguindo-se o percurso habitual das assessorias por outras caixas de comentários.

É fraquinha a capacidade argumentativa, que a causa não dá para mais, e desta vez agarra-se à subjectividade da coisa: as escutas, os pareceres, é tudo muito subjectivo, tópam? tão a ver?

Objectivo era Sócrates ter entrado pela TVI dentro e dado um murro nas fuças ao casal Moniz, essa é que era objectiva, percebem, mas não aconteceu, ou pelo menos não há provas.

Objectivo era o orçamento geral do estado contemplar a nacionalização de todos os grupos de comunicação social. Mas não contempla e se contemplasse era objectivamente chumbado.

E como não aconteceu nada disso, nada aconteceu, toda a gente objectivamente vê  isto, até nas sondagens do Rui Oliveira Costa que não são nada subjectivas salta à vista que o povo o ama,  só um conjunto de gente  é que anda subjectivamente a lançar o país no caos;  “desde o caso da licenciatura de Sócrates, há um conjunto de gente convencida que José Sócrates não tem carácter“, é verdade, conjunto esse de gente que em Setembro se juntou para votar contra Sócrates que por acaso só teve o apoio de um conjunto de gente um bocado mais pequeno, mas claro que isto é muito subjectivo porque não votaram todos na velha, e isso é que tinha sido uma derrota.

Como aventa o Luís Moreira em resposta a um comentário do mesmo género:

Então as escutas não existem? É uma hipótese…

Pois é. Uma hipótese um bocado subjectiva, mas porra, é o que se pode arranjar.

O pesetero Luis Figo – breve biografia


Luis Figo sempre foi uma personalidade controversa e não é de hoje que está no meio da polémica. Revejo-me muito no que foi escrito aqui, no «post» e sobretudo na caixa de comentários.
Aqui ficam, na óptica do Aventar, alguns dos momentos mais significativos da sua carreira desportiva:
– Em 1989, estava no Sporting, era presidente Sousa Cintra, e assinou ao mesmo tempo pelo Benfica. Voltou atrás quando o Sporting dobrou a proposta do Benfica.
– Em 1995, estava ainda no Sporting quando assinou por dois clubes italianos ao mesmo tempo, Parma e JUventus. Ficou impedido pela Federação Italiana de Futebol de se inscrever em qualquer clube italiano durante dois anos.
– Ainda nesse ano, recusou a renovação pelo Sporting, razão pela qual, em fim de contrato, acabou por sair para o Barcelona por um valor irrisório.
– Em 1997, no rescaldo do «Caso Paula», pelo que se disse na altura, terá arremessado, no Hotel onde a Selecção estagiava, um saco de urina ao jornalista da SIC, Nuno Luz, que estivera envolvido na cobertura daquele execrável «Os Donos da Bola».
– Em 2000, idolatrado e reverenciado pelos adeptos do Barcelona e por toda uma região, a da Catalunha, assinou contrato com o Real de Madrid sem qualquer explicação, dando origem ao epíteto pelo qual é mais conhecido, o de «pesetero».
– Em 2001, quando foi eleito o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, fez o discurso da vitória em espanhol.
– Em 2006, já no Inter de Milão, festejou de forma efusiva e despropositada, no banco de suplentes, o golo do Inter de Milão contra o Sporting.
– Em 2007, anunciou que iria jogar na Arábia Saudita e chegou a ser apresentado em conferência de imprensa pelo clube saudita.
– Em 2008, disse que gostava de ter voltado ao Sporting, mas que nunca fora convidado.
– Em 2009, terminou a carreira colocando uma cabeleira de palhaço na cabeça.
– Em Setembro de 2009, durante a campanha eleitoral para as Legislativas, terá alegadamente anunciado o seu apoio a José Sócrates a troco de 750 mil euros.

A Carbonária, a «coruja» e a conspiração do Regicídio – 2 (Centenário da República)

Bandeira da Carbonária Portuguesa.

Pelos últimos dias do ano de 1907, por ocasião do Congresso Internacional de Imprensa que se realizou em Paris, tiveram lugar algumas reuniões entre políticos republicanos portugueses e revolucionários franceses. Os encontros realizaram-se no café de um hotel, que creio ainda existir, pois não há muitos anos fiquei lá hospedado uns dias – o Hotel Brébant, no Boulevard Poissonière (um hotel relativamente barato, mas que não recomendo – um rato resolveu fazer-me companhia e comer parte de uma tablete de chocolate que deixei sobre a mesa da televisão…).

Nessa reunião de há 103 anos o assunto em agenda era, nem mais nem menos do que a supressão física de João Franco, chefe do Governo português. Na sequência dessa e doutras reuniões, foi criado o «Grupo dos 18», com a missão especifica de organizar a execução de João Franco. Um mês depois, em 28 de Janeiro de 1908, eclodiu a chamada «Revolta do Elevador», da qual falei aqui. Como disse, a revolta falhou e muitos dos líderes foram presos.

Entre os republicanos que a polícia encarcerou, estava Luz de Almeida, o comandante supremo da Carbonária. Grandes vultos do Partido Republicano Português – João Chagas, França Borges, António José de Almeida e muitos outros, foram também presos. Alguns conseguiram fugir, como os monárquicos dissidentes do Partido Progressista, entre eles José Maria de Alpoim e o visconde da Ribeira Brava. Como é que monárquicos estavam ligados a republicanos e com eles conspiravam para derrubar a Monarquia? [Read more…]

Ainda Os Polvos

«Meia tonelada de polvos mortos foram recolhidos entre as praias do Canidelo e de Valadares, na região de Vila Nova de Gaia. Desconhece-se a razão pela qual tantos polvos deram à costa, mas é pouco provável que tenham sido atirados ao mar ou que tenham sido afectados por poluição».

Notícias de última hora informam que estes polvos, encontrados mortos há algumas semanas, mais não eram que  polvinhos descartáveis, já sem préstimo algum, queimados e sem telemóveis, que somente teriam servido para certos controlos menos recomendáveis.

Aos donos/patrões dos ditos, detentores de enormes apêndices não segmentados e geralmente flexíveis, só restava mesmo o seu descarte durante a noite, antes que o sol nascesse e se visse tudo.

Para mal dos seus (deles) pecados, o sol tudo vê e tudo encontra, e pelos vistos não teme as queimaduras das ventosas dos tentáculos. O sol tudo trata , o sol tudo sara, mesmo que à força das palavras, e da divulgação de escutas que ninguém quer que sejam ouvidas.

As alternativas a Sócrates

Começa a falar-se nas alternativas a Sócrates. António Costa, o candidato mais óbvio, diz que só indo a votos e que há compromissos com Lisboa. Pudera, Santana Lopes serviu de lição a todos.
Em contrapartida, sugere o nome de de António Vitorino. Quem? Por favor, de gente com esqueletos no armário já nós estamos cheios! Quem não se lembra do caso Eurominas, do monte alentejano ou das pressões na TVI?
Fala ainda de Jaime Gama, mas passando ao lado da Casa Pia, cujo envolvimento nunca se confirmou cabalmente, é caso para dizer que tenha juizo. Fala ainda de Teixeira dos Santos, o rosto da política socratista nos últimos anos…
Quanto a Vitalino Canas, diz que é preciso reunir… para encontrar um nome consensual.

PSD prepara-se para governar

Agora que a continuidade de José Sócrates à frente do Governo é uma questão de semanas, e não se sabendo qual vai ser a decisão do Presidente da República, o PSD prepara-se para governar. É por isso que já há quatro candidatos – o cheiro a poder é cada vez mais intenso. Agora, sabemos que as directas foram marcadas para 26 de Março, permitindo a Manuela Ferreira Leite sair pelo seu próprio pé no fim do mandato. A partir do dia seguinte, a Assembleia da República pode ser dissolvida.
Quanto a José Sócrates, deve cair antes – talvez não na próxima sexta-feira ou na outra, porque o «Sol» irá fazer render o peixe e fidelizar leitores nesta janela de oportunidade que se lhe abriu, mas – avento – na sexta-feira de 5 de Março. No dia seguinte, é o Congresso extraordinário do PSD.

A face oculta de Carlos Magno


O que leva um jornalista aparentemente inteligente como Carlos Magno a comparar o caso Monica Lewinsky ao caso das escutas que envolvem o primeiro-ministro?
Aconteceu ontem no «Contraditório», programa da Antena 1 onde participam também Ana Sá Lopes e Luis Delgado?
Carlos Magno não sabe – ou não quer saber – qual é a diferença entre actos privados da vida privada pessoa e actos privados da vida pública?
Pois eu explico: se o primeiro-ministro combina ao telefone um encontro amoroso com a «Rainha das Meias», esse encontro não deve ser público – é um acto privado da vida privada. Ora, se o primeiro-ministro combina ao telefone o silenciamento de um canal de televisão, isso é um acto feito em privado nas que tem a ver com a vida pública e que, por isso, deve ser público. Porque não diz respeito à vida privada do primeiro-ministro.
Sempre gostei de Carlos Magno, mesmo quando lhe chamavam caixeiro-viajante (programa na SIC com Paulo Alves Guerra) e em especial na fase dos programas que fazia na TSF com o professor «Não é?». Mas nunca compreendi, nos últimos anos, a feroz defesa que sempre fez de José Sócrates. Defende-o em todas as circunstâncias, compara o que não tem comparação, parece um desses socratistas cegos que não vê nem quer ver.

E o sr. PGR, sr. Presidente do Supremo?

Diz V. numa entrevista (algo manca, sr. Presidente…) que num dos seus despachos (estou a escrever de ouvido) escreveu que as escutas não teriam índicios sérios “…se não se viessem a verificar novos factos que exigissem a abertura de inquérito…”

Ora, se no mesmo despacho V. manda destruí-las…

Face a esse despacho, onde V. coloca a hipótese de relevância criminal a existirem novos índicios, não seria obrigatório o sr. PGR mandar investigar? Como é que se podem encontrar novos índicios se não se investiga?

A verdade, pelo que se percebe em tudo o que são declarações de gente do PS, é que V. e o Sr. PGR dão as escutas (as que não foram julgadas ilegais) como “…não tendo relevância criminal…” mas V. nesta recente entrevista acrescenta-lhe um “se” que muda tudo! Temos ou não um inquérito sobre esta matéria? As pessoas escutadas estão ou não sob inquérito? Ou a existência de inquérito é, nesta fase, segredo de Justiça?

É que em plena Assembleia da República o que se ouve são os senhores deputados do PS e o próprio primeiro ministro dizerem que a Justiça já se pronunciou, o que aquele “se” que V. deixou escapar, desmente, a não ser que o Sr. PGR não tenha continuado a investigar, como o despacho de V. exige! (embora também já se comece a ovir isto)

Vossa Excelências importar-se-iam de explicar publicamente por forma a que o povo deixe de ter estes racíocinios, evidentemente ignaros, mas que não nos deixam dormir em paz?

O Sol quando nasce não é para todos


Em busca do «Sol»

Como eu compreendo a Morgada. Em Rio Tinto, terra desgraçada, pelo menos na zona que confina com Fânzeres, o «Sol» não se vende. Em Gondomar, já tinha esgotado. Felizmente, ainda há terras como Ermesinde. Num quiosque do centro já tinha esgotado a edição, mas vendiam as sete páginas das escutas, fotocopiadas, a 1 euro. Para o leitor serve e, para o quiosque, o lucro é bem maior.
Afinal, tenho de reconhecer que o João Cardoso tem razão: o Sol quando nasce é para todos.

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O Sol em formato pdf

O Sol quando nasce que seja para todos.

As primeiras 7 páginas da tal edição. http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf

Crónicas de um governo sem receio que já  levam um granadeiro a sentir-se encornado.

O ex-Presidente Sampaio aconselha Cavaco?

Por muito menos, o Presidente Jorge Sampaio, demitiu um governo, convocou eleições e deu o poder ao PS!

Não será aconselhável sabermos qual será a sua opinião sobre o que se passa com o primeiro ministro de Portugal? Aconselhável e desejável?

Será que se as sondagens fossem outras Sampaio teria decidido como decidiu ?

E Cavaco teria já tomado uma posição firme quanto a estas histórias se as sondagens fossem outras?

O Presidente Sampaio e o Presidente Cavaco falam sobre estas coisas? Quanto tempo é possível sustentar uma situação politica e económica muito grave com um primeiro ministro sem qualquer credibilidade?

Ou são mesmo as sondagens a decidir o destino dos governos em Portugal?

O resumo do Paços – Sporting

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/M1rcuGGZ4dzwCcqvLusS/mov/1
E o Sporting cada vez mais longe do quarto lugar, a sua maior aspiração para esta época