Os Ratos já abandonam o navio…

Quando este salta-pocinhas escreve ISTO, significa que está para breve o fim do reinado de Sócrates. É que basta andar atento e ver os ratos a fugir para se perceber que algo vai mal no reino socialista. Agora, é só esperar para ver qual o candidato a líder do PSD, se Pedro Passos Coelho ou Aguiar Branco, ele vai apoiar. Será esse o vencedor pois este tipo de meninos apenas apoia os vencedores… a ver se lhe calha alguma migalha….

2010: o Regicídio foi necessário à República


Sugerimos que este estoriador seja urgentemente nomeado presidente da tal Comissão Nacional do Centenário. Ele tem a coragem de dizer desabridamente, tudo aquilo que o bando de percevejos oficialistas pensa em absoluta reserva mental.

‘Estas mortes* foram necessárias e a prova é que imediatamente à morte, o ditador foi exonerado, foi revogado o decreto-lei que mandava para o exílio grandes vultos da República detidos como consequência da sua intervenção de 28 de janeiro, e mais tarde a República que se veio a implantar’, sublinhou.

Por isso, não se incomoda que o regicídio tenha ficado à margem das comemorações oficiais dos cem anos da República.

‘Não estamos nada chocados por causa das comemorações oficiais não integrarem este acontecimento histórico porque todos os historiadores ligados à investigação já provaram que foi importante esse acontecimento para a implantação da República’, sustentou.

* O Regicídio

MUDAR – a Justiça

Por um enorme conjunto de factores a Justiça ganhou uma particular centralidade e o seu correcto funcionamento é de grande importância para a evolução do país.

A visão que se tem sobre a Justiça está muito restringida aos Tribunais mas a verdade é que os problemas começam muito atrás, a montante, e que tem a ver com o processo legislativo. Claro, que é o núcleo mais técnico, mais operativo, que inclui a actividade dos magistrados, os assuntos de investigação, do Ministério Público, das polícias, os problemas das prisões e das penas que está mais perto dos cidadãos, que é mais visivel.

Desde logo a separação de poderes deveria fazer do parlamento a fonte da Lei, mas tal não é assim, hoje é o governo que legisliza e fá-lo à medida de casos concretos , pretendendo regular todo o tecido social, regulando a intervervenção do próprio Estado. Em vez da Lei abstrata que os tribunais depois aplicariam temos hoje a lei como forma de governar e, por esta razão, muda-se a lei por tudo e por nada.

Esta avalanche de legislação inunda os tribunais o que, arrasta, para além da quantidade o problema da qualidade, ou seja a má técnica que acompanha a feitura das leis. Por outro lado a sociedade sofre hoje de uma conflitualidade muito superior ao de antigamente, o que leva a Justiça a entrar em áreas completamente novas, para as quais os Juízes  não tiveram formação própria.

Somos o país europeu com maior número de casos levados a tribunal por habitante e como não acredito que a maioria de nós alguma vez tenha entrado num tribunal, vê-se bem a quem é que esta Justiça serve sendo, no entanto, paga por todos.

É necessário introduzir equidade no acesso à Justiça, quem tem dinheiro pode socorrer-se de um bom advogado, recorrer, quem não tem é que sofre na pele . Ora, a verdade, é que esta complexidade legislativa, tornando os casos mais complexos, favorecem quem tem dinheiro e é poderoso.

Temos que enfrentar a gravíssima situação começando por reduzir o excesso legislativo do Estado e melhorar, simultâneamente,a qualidade e a coerência legislativa. Seguir as boas experiências, no plano da qualidade legislativa verificadas nos últimos anos nos Estados de referência da OCDE e da União Europeia. Nestas experiências ressalta a necessidade de se submeter as leis mais importantes( grandes investimentos públicos,grandes reformas administrativas, efeitos relevantes nas empresas privadas e repercussão significativa nos direitos fundamentais dos cidadãos e no ambiente) a estudos aprofundados e prévios dos impactos sociais, administrativos e económico, nas quais se avaliam custos, benefícios e riscos.

PS: continuamos amanhã

ANTROPOLOGIA

James Frazer.

Longe de mim esse estar feliz pelos comentários que andam por ai sobre a nossa ciência. Dizem que a Antropologia não tem valor porque não trabalha com estatísticas e percentagens. Não trabalha com amostras, trabalha um universo completo, estuda todas as pessoas, um universo. A Ciência Social da Sociologia e outras como a Ciência Política, inquirem apenas dentro de um grupo selecto de pessoas e aprofundam o seu comportamento de interacção social, enquanto analisam os seus afazeres engenharia social a educação e a gestão das empresas e do governo ou o comportamento político de uma sociedade, por outras palavra, o governo da polis o cidade, estado o nação.

A Antropologia tem outros objectivos, derivados da sua própria definição, anthropos ou homem, e logos pensamento, palavra grega que indica a ciência preocupada em estudar o homem e a humanidade de maneira total, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões, como diz Rossano Carvalho Nunes, no seu texto de 2007, intitulado Anthropology, editado pelo Instituto Grupo Veritas de Pesquisa em História e Antropologia. [Read more…]

Sócrates já não tinha vergonha, agora perdeu o pudor

O que mais me impressiona no agora caso Mário Crespo não é o facto de o JN se ter recusado a publicar a sua crónica, nem a dita conversa de Sócrates e seus rapazes.  Já esamos habituados.

Mais grave é a acusação de a conversa ter ocorrido num restaurante, de forma audível para os clientes mais próximos. Tão grave que ainda tenho as minhas dúvidas. Porque os tiques ditatoriais dos actuais donos do PS já não espantam ninguém.  O terem perdido o pudor simboliza um passo em frente no caminho do posso, quero e mando, que uma conversa destas em público não passa de um strip-tease não encomendado pelos clientes da casa.

E não me venham com moralidades, que escutar as conversas das mesas vizinhas é feio, eu sei, mas num caso destes trata-se apenas de não ser surdo.

Teixeira dos Santos e a pá do Orçamento


No Sábado à tarde, nos jardins da Fundação de Serralves, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, fez-se fotografar em frente à grande pá que domina a entrada dos jardins. Gracejando, disse que era para tapar o buraco do Orçamento. A nossa repórter Carla Romualdo estava lá e conta tudo aqui.
Pois bem, ontem estive eu no mesmo sítio, mas não me fiz fotografar junto da pá, porque é uma coisa um bocado parva de se fazer. Entretanto, enquanto tirava a fotografia que ilustra este «post», ouvi um brilhante comentário de um cidadão anónimo: «Está castiça, a pá do trolha».
Só fiquei com uma dúvida: Aquilo é uma obra de arte?

O antimalária

Comecei hoje a tomar um comprimido para prevenir os efeitos de um mosquito lixado que vive em certas zonas e que mata milhões de pessoas, especialmente crianças.

Tenho que tomar sete dias antes de viajar, durante todo o tempo que estiver no território e mais sete dias depois de voltar. Isto dá 24 comprimidos que comprei sem participação do Estado o que me levou a desembolsar noventa e um euros e quarenta cêntimos, a que tenho que acrescentar mais uns euros (poucos) do repelente, e um completo arsenal medicamentoso que já tinha comprado por ter viajado ao Brasil e Argentina.

A malária é uma doença em várias vertentes, antes de tudo o mosquito gosta de águas paradas e não tratadas, lixeiras e esgotos a céu aberto. Ora quem vive nestas condições não tem capacidade financeira nem para mandar fechar os esgotos e tratar as águas nem para comprar os comprimidos.

Para vencer o mosquito bastava pois, sanear o território, a doença é endémica, o mosquito morreria com o tempo. Foi com o urbanismo e a medicina pública que se derrotaram doenças que durante séculos mataram milhões de pessoas. As famosas “pestes” que grassavam em Lisboa deviam-se à falta de sanidade pública(sabiam que apesar do génio de Pombal e a sua equipa de engenheiros, os prédios da Baixa Pombalina, não têm uma só sanita de origem?)

Depois, e apesar de haver milhões de pessoas a sofrerem com a malária, só há bem pouco tempo se começou a investigar a sério no combate à doença (ainda nos lembramos todos que o melhor medicamento era o “gin tónico” porque a água tónica tem quinino). Temos em Portugal uma investigadora que já recebeu um prémio muito importante a nível mundial pelas descobertas que fez sobre os malefícios que o parasita faz ao nosso fígado.

Esta conversa toda, bem necessária, por sinal, é tambem porque estou a sentir uma série de efeitos colaterais que vêm na “bula” ( calor, vermelhão na face, zumbidos…) mas espero que logo que o corpo se habitue isto passe.

E se eu aderisse novamente ao “gin tónico” e me deixasse de modernices ainda por cima caras?

Miguel, já compraste os comprimidos? Vendo com desconto…

Manuel Serra (1932 – 2010) e as batalhas campais no PS de 1974


Morreu no Domingo Manuel Serra, um histórico do PS. Nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril, foi protagonista, no Partido Socialista, de alguns dos momentos mais quentes, liderando uma ala que defendia a aproximação ao Partido Comunista. Foi eleito para o primeiro Secretariado Nacional do Partido em Dezembro de 1974, mas acabaria por abandoná-lo poucos dias depois.
Nos «Contos Proibidos», num episódio que já se publicou por aqui, Rui Mateus descreve esses momentos quentes do PS: ««Entretanto, o tempo se encarregaria de revelar novos episódios em matéria de financiamentos. Vinte anos após o 25 de Abril, ao ser preso por alegado desvio de fundos públicos, o ex-presidente da Venezuela, Carlos Andréz Perez, declararia que uma parte desses fundos teria sido entregue a Mário Soares. Foi a primeira vez que eu ouvi falar do assunto, que foi confirmado à Agência Lusa por uma fonte não identificada do Palácio de Belém («Público», 22/05/1004). (…)
Os trabalhos [do I Congresso do PS depois da Revolução] iniciaram-se com a leitura de um telegrama de saudações enviado por Mário Soares ao Presidente da República Costa Gomes. O mesmo, segundo os joranis da época, foi vibrantemente aplaudido de pé pelos congressistas.
Logo no início foi aprovada uma moção subscrita por Manuel Serra e Maria Barroso em que se afirmava que «o PS defenderá o modelo constitucional democrático que melhor consolide a aliança do Povo e das forças democráticas com o MFA. Depois, tendo em conta que a ratoeira comunista passava por sensibilizar o seu conhecido egocentrismo, Mário Soares foi reconduzido na Secretaria-Geral sem qualquer oposição, o que já não aconteceria com a orientação do Partido.
Para a Comissão Nacional, Manuel Serra não preconizou tal unanimidade e, depois de uma autêntica guerra campal, a lista da direcção histórica do Partido sairia vencedora pela escassa margem de 94 votos, tendo a lista de Manuel Serra obtido quase 44% dos votos dos congressistas. O nome de Mário Soares aparecera nas duas listas concorrentes, por ordem alfabética na lista da direcção histórica e à cabeça da lista que o PCP promovera por meio de Serra. Aliás, só por milagre Mário Soares não sairia daquele Congresso como secretário-geral de dirigentes afectos a Manuel Serra e ao Partido Comunista. [Read more…]

Guilhermina Rego

O que leio nos jornais deixa-me boquiaberto!

Suspeita de corrupção ao mais alto nível!

Cem milhões de euros!

Professora da Faculdede de Medicina!

Vereadora da Coesão Social!!!

Professora de Ética!!!!!!

Das duas uma: ou eu não entendo esta merda de mundo ou esta merda de mundo não me entende a mim.

Por tudo o que se passa à minha volta, cada vez mais me convenço de que a única barrela deste planeta está no desaparecimento da raça humana, único ramo da evolução que acabou com a dignidade natural do ser vivo.

As interpretações dadas, na época , às causas do terremoto de 1 de Novembro de 1755 #1

Comunicação apresentada à Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa, na sessão de 29 de Outubro de 1987 pelo Académico efectivo Rómulo de Carvalho (também conhecido como António Gedeão).

Em 1 de Novembro de 1755, pelas nove horas e três quartos da manhã, começaram a sentir os habitantes de Lisboa, com espanto e angústia, que o chão lhes tremia por debaixo dos pés. O tremor fora antecedido de um ruído tumultuoso que vinha do interior da terra e que, por si só, não seria assustador, de acordo com a descrição de um contemporâneo que o comparou ao «de muitos coches correndo». E acrescenta: «de modo que os que estávamos na Igreja da Senhora das Necessidades, onde os Soberanos costumão ir aos sabbados, julgámos que chegava Sua Majestade».

Em breves instantes o tremor, que se iniciara por uma sacudidela lenta, cresceu com grande intensidade. As paredes dos edifícios começaram a dar de si, a estalar, a abrir fendas e em breve se desmoronaram abatendo-se sobre as pessoas que alucinadamente fugiam de suas casas, correndo pelas ruas. Era um sábado, e dia santificado, dia de Todos-os-Santos. Por ser dia de especial devoção, e por ser de manhã, estavam as igrejas a transbordar de fiéis que assistiam às missas, o que foi causa de grande mortandade. As pedras das abóbadas dos templos, as colunas dos altares, as paredes em redor, abateram-se abruptamente sobre as pessoas desvairadas e indefesas, erguendo nuvens de poeira que sufocavam os poucos que ainda conseguiam fugir a tempo. [Read more…]

Nem todo o perigo é tão perigoso como a cabeça de alguns adultos

É mãe galinha? Super-pai? Salta-lhe o coração quando o seu filho quer subir a uma árvore? Desata aos gritos se ele brinca com um pau? Esconde o martelo para que ele não dê uma martelada num dedo? E um fogo? O seu filho já acendeu um fogo? Já usou um canivete? Você acha que o ajuda afastando-o de TODO o perigo? Gever Tulley acha que não. Decida-se, o seu filho é uma criança ou uma alface? Ou melhor, quer o seu filho pronto para enfrentar o mundo, ou para ser devorado por ele? Ou de outra forma: quer que o seu filho compreenda o mundo e o risco ou está à espera que o mundo se adapte a si e ao seu medo do risco?

Quando a República capitulou à banca: o empréstimo de 1919

A participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial teve enormes custos, não só humanos como financeiros e económicos. A economia ressentiu-se fortemente no pós-guerra, a par do fluxo migratório de muita mão-de-obra portuguesa que se seguiu, no processo de reconstrução dos países que haviam sido palcos de guerra.

A banca portuguesa precisava de financiamento, e o Estado foi o seu fornecedor: quatrocentas mil Libras, entregues aos principais bancos, com a obrigação de pagarem tal empréstimo em Libras-ouro.

Corria o ano de 1925 e nenhum pagamento havia sido feito. Os bancos auxiliados iam adiando a sua obrigação, ao mesmo tempo que argumentavam com o pagamento não em Libras-ouro mas sim em Escudos. E o tempo passava.

Houve quem não se calasse, e demandasse pelo cumprimento que era devido por parte da banca. Um homem de coragem, entre outros, que não se inibiu de criticar publicamente o incumprimento dos bancos, foi Arthur Cupertino de Miranda, dono de uma Casa Bancária no Porto que mais tarde se transformaria no Banco Português do Atlântico.

O empréstimo dado à banca e o seu não pagamento constituía uma clara violação contratual em prejuízo do erário público e uma distorção das regras da concorrência. Arthur Cupertino de Miranda demandava que o Estado agisse e cobrasse o que lhe era devido. Mas o tempo continuava a passar.

O resultado é que em finais de 1925, Arthur Cupertino de Miranda, entre outras personalidades, foi arrastado para o “caso Banco Angola Metrópole” de Alves Reis. Foi implicado e detido à conta do famoso processo de emissão de notas de 500 Escudos, com o claro intuito de calar uma voz incómoda quer à banca quer às conivências particulares de políticos e de gestores, numa época em que o Banco de Portugal era uma instituição privada, ainda que, formalmente, controlada pelo Governo.

Um processo crime serviu de motivo para perseguição política, submetendo a investigação criminal e a própria Justiça a lógicas de interesses privados, havendo mesmo aplicação retroactiva de legislação criminal mais gravosa.

Arthur Cupertino de Miranda foi ilibado, assim como outras personalidades que foram vítimas por se baterem pela verdade e pela justeza. Mas as raízes tinham-se firmado: a República, nas suas diversas instituições, capitulou aos interesses da banca.

Olhando ao que se passa actualmente no país, após mais de 30 anos de democracia constitucional, continuamos a identificar claros reflexos na República de hoje, o que foi e o que representou o empréstimo de 1919.

Adenda: a quem queira perceber  melhor e aprofundar a temática, aconselho a leitura do livro de Francisco Teixeira da Mota, “Alves Reis – uma história portuguesa”.

Sócrates avalia a saúde mental de Mário Crespo: a Ordem dos Médicos não diz nada?

Mário Crespo publicou um artigo, que hoje não foi publicado do JN, narrando uma conversa entre Sócrates, Lacão, um responsável televisivo não identificado e Sócrates II.

Nessa conversa Mário Crespo  terá sido descrito como mais um problema para resolver, e

publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”)”.

A confirmar-se esta acusação espero que a Ordem dos Médicos diga qualquer coisinha. É que engenheiro sem o ser, ainda vá, agora psiquiatra, parece-me mais grave.

Actualização:

O referido artigo pode ser lido no site do Instituto Sá Carneiro (é o que se chama dar o flanco, mas o Mário Crespo é que sabe), e dele destaco esta frase:

Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.

Programa de radio Vidasalternativas.eu-sinopse

O programa de radio semanal VA 205 começa com uma entrevista com um dos líderes do movimento dos precários, Tiago Gillot, que nos conta as inúmeras inujstiças de que são vítimas cerca de 900 mil jovens que estao a recibos verdes.

Depois temos uma conversa com o actor Diogo Dória, do Teatro de Almada, a propósito da peça de dramaturgo Kopi ,”Uma visita inesperada” que o teatro apresenta, até ao dia 7 de Fevereiro.
Enfim,terminamoscom chave de outro, ouvindo o musicologo Raul Mesquita a explicar-nos o sentido de uma ópera do compositor barroco Handel , de nome Júlio César.Pelo meio algumas peças musicais alusivas.
Esperemos que gostem.
Nao deixem de se inscrever na nossa newsletter ,indo ao site http://www.vidasalternativas.eu .
Mas antes de terminar fica o anuncio de que a a Opus Gay, graças a uma poio do QREN, quadro de referência estratégica nacional , e da Comissão pela Igualdade, vai abrir em Évora em parceria com a Camara da cidade, um local de apoio às vítimas de comportamentos homófobicos e da violência no casal homossexual por 3 anos, com a cooperativa “Pelo Sonho é que vamos” do Seixal .
Antonio Serzedelo-editor
anser2@gmail.com

Manuel Alegre e Marcha católica dos passadistas

Hoje 31 de Janeiro começaram no Porto as comemorações do centenário da Republica, implantada em 5 de Outubro de 1910. Ali, falaram em sessão oficial o Primeiro Ministro e o Presidente da República.
Mas o mais interessante foi o discurso proferido por Manuel Alegre, num almoço de confraternização, onde disse que não era candidato de “nenhum partido”, que não era “salvador da Pátria”, que não ia interferir na governação quotidiana do Governo e que ia exercer a sua “magistratura de influência”, tã necessária, durante a crise.
Não deixou tambem de referir os jovens, para quem o futuro muitas vezes parece comprometido, mas falou também das “minorias”, o que é importante, e não deixou de referir a importância de Portugal na União Europeia.
Falou sobre as contas públicas que oneram o futuro do país e lembrou que Portugal precisa de um “projecto novo”, que lhe dê futuro.
Passamos agora para um outro tema que está a fazer a cobertura dos midia e que é o anuncio da manifestação promovida pelos antigos anti interrupção da gravidez e que nessa altura já anunciaram o colapso da familia, de que agora querem desfilar em Lisboa, no dia 20 de Fevereiro, em prol da “salvação da familia”, com a benção da Igreja, ou seja, anunciar outra vez mais do mesmo.
Já em Espanha, foi ensaiado também este modelo, aquando dos casamentos com Zapatero, e fracassou. Agora, vai ser reptido cá.
A defesa da famíla que esta manifestação propõe não é a da familia tal como deve ser hoje, com reconhecimento dos direitos da Mulher, no trabalho e em casa, e da paridade no casal. Não é a reivindicação para que se dêem aos jovens casais mais meios para poderem planificar o seu futuro familiar de forma independente, para que as mulheres tenham um papel igual aos homens na sociedade, e os homens em casa partilhar com elas os múltiplos afazeres domésticos.
Nada disso!                                                                                                                                         
É só para impedir o alargamento de um direito civil, o dos casamentos dos homens e mulheres.

Presente e futuro da Advocacia: uma questão de República (2)

 Tal como anunciei aqui, inicio uma série de textos dedicados ao tema “Presente e futuro da Advocacia”, abarcando as matérias da Justiça que lhe estão conexas.

Mas antes de mais, cumpre desde já esclarecer – e daí a razão deste texto -, quais os motivos e as finalidades.

Esta iniciativa não se enquadra em nenhuma preocupação corporativa e muito menos sindical. Esse tipo de preocupação e de lógica corporativas e sindicais, em sede de Justiça, já fizeram estragos que cheguem para também a Advocacia seguir tal caminho.

Decidi iniciar esta série porque a matéria não se esgota na esfera dos interesses de uma classe profissional. E porque do presente e do futuro da Advocacia, bem como das questões da Justiça com que se interligam, depende grande parte do rumo e da defesa da cidadania, do regular funcionamento das instituições da República, da paz social e da garantia pelo respeito da dignidade humana.

O Advogado representa os interesses dos cidadãos através do patrocino forense, sem o qual não adianta ter Juízes e Procuradores, pois que só há verdadeira administração da Justiça quando em tribunal, estão presentes quem representa a Sociedade (Procurador), quem diz e aplica o Direito (Juíz) e quem defende o cidadão (Advogado). Pelo menos num Estado de Direito Democrático, consagrado no artº 2º da nossa Constituição.

É de recordar que mesmo durante o Estado Novo, na barbárie que foram tantos julgamentos nos tribunais plenários, em que réus (naquele tempo não havia arguidos) chegaram a ser espancados por esbirros da PIDE em plena audiência perante os olhos complacentes e cúmplices de Juízes que jamais responderam por tais actos, foram os Advogados quem sempre estiveram ao lado do cidadão contra a brutalidade e o despotismo.

Como também estiveram, lutando tenazmente em 1926 e nos anos seguintes, aquando da politização do processo movido contra Alves Reis (o famoso falsário português), em que se chegou ao cúmulo de se aprovar leis criminais com efeito retroactivo que prejudicavam a defesa dos então réus, e de arrastar para a lama gente impoluta e honrada como Arthur Cupertino de Miranda, entre outros. Também aqui os Advogados lutaram sem temores contra um Estado e uma Justiça manipulada por interesses de grandes instituições bancárias (cuja temática irei, também, abordar, ainda que de modo muito sucinto e em sede própria).

Tal como outrora, aos Advogados cumpre garantirem a defesa dos direitos, liberdades e garantias do cidadão, o respeito pela dignidade humana, seja face ao Estado seja nas relações sociais, firmando a diferença entre a barbárie e a civilização, entre a vingança e a Justiça.

O Advogado é  e deverá ser sempre, um garante civilizacional, e como tal deverá ser encarado. E, também, como tal deverá comportar-se.

O presente e o futuro da Advocacia diz, pois, respeito a todos os cidadãos, porque o Advogado é o seu procurador. Pelo que interessa ao cidadão saber, estar esclarecido, qual o estado e o rumo de quem está e deverá continuar a estar a seu lado.

No próximo texto falarei do problema da massificação crescente da profissão, das suas razões, dos seus perigos para a classe e para a sociedade, com especiais cuidados na administração da Justiça, e de possíveis rumos e soluções.

Sei que a matéria é polémica. As caixas de comentários estão disponíveis.

As castanhas (outra do puârto)

Um vendedor de castanhas assadas, já velhote e não muito satisfeito com a vida, envolto no fumo e na típica neblina do fim da tarde de um dia de inverno.

Minha irmã pediu uma dúzia de castanhas e perguntou:

-Quanto é?

-Três euros.

-Três euros por uma dúzia de castanhas!?

-E metade são puâdres!

Bye, bye, Kléber, volta Farías

Kléber veio e vai-se. Farías ia-se e não vai. Afinal, dizia há dias um aventador azul e branco, “no FCP contrata-se primeiro e fala-se depois. Outros falam primeiro, e entretanto são ultrapassados pelos acontecimentos…“. Excepto quando os acontecimentos ultrapassam o FCP, digo eu.

O Regicídio (Centenário da República)

Já muita coisa foi dita sobre o Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, data sobre a qual passa hoje o 102º aniversário. As versões do que se passou são muitas e, segundo pude apurar, raramente se aproximam da verdade. As que li nos jornais da época, contradiziam-se entre si. As próprias imagens divulgadas não são aceitáveis. Por exemplo, o desenho que vemos acima, publicado na «Ilustração Portuguesa» (e reproduzido de uma revista de Londres), não é rigoroso. A perspectiva que vemos só poderia ter sido tomada já na Rua do Arsenal. Ora, o Buíça que vemos a ser acutilado pelo oficial da Guarda, ficara ainda no Terreiro do Paço, de onde disparara, aí sendo morto.

Aliás, está errada, como todos as outras reconstituições que foram aparecendo em publicações portuguesas e estrangeiras, dezenas e dezenas de versões iconográficas do atentado. São todas elas mais ou menos fantasiosas. Ou seja, podem ter um ou outro pormenor correcto, mas logo falham, por exemplo, na localização dentro do landau dos quatro membros da família real, no posicionamento dos regicidas ou na correcção do cenário. [Read more…]

A meni-saia (sugerida pelo post da Carla)

À porta de cima do Bolhão estava uma velhota, vendedeira, e uma rapariga, provavelmente sua filha ou nora. Dizia a velhota:

– Andas praí de meni-saia, com essas pernas carregadas de barizas, até parece que num tens bergôinha!

Responde a moça, de imediato:

– Qué que bocê quer, é assim co meu home gosta, é sinsual!

Apontamentos do campo (3)

(Murça (3))

I am the master of my fate: I am the captain of my soul

Através deste belíssimo texto, a Leonor “mostrou-me” este poema.

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

William Ernest Henley

E aqui uma breve história do poema e do senhor que o escreveu.


(Admito: chorei um bocadinho com este poema)