Entrevista a Sócrates – a cassete era do Cunhal?

O nosso país, pela mão dos socialistas nos últimos 12 anos, ocupa o lugar desastroso, de ser o mais pobre e o mais desigual. Sócrates compara com os países mais ricos e mais capazes, como se perder competitividade na Alemanha seja o mesmo que perder competitividade em Portugal, em termos de nível de vida das pessoas, de capacidade das empresas lutarem nos mercados…

A Face Oculta é uma prova que o Estado de Direito não funciona e quando aparece alguem a referir-se a “chefe” não é ele é outro que nem ele sabe quem é, isto apesar de os “escutados” serem todos seus amigos pessoais e seus compinchas no PS!

O aeroporto da Portela, que segundo doutos estudos iria crescer acima dos 6% em número de passageiros, desceu – 2.5 % o que quer dizer que está ao nível de 2007, nunca se percebendo porque iria tanta gente sempre procurar Lisboa, cada vez mais em turismo e negócios. Alguém vai ter que fechar aeroportos face ao “desvio” de tanta gente para Lisboa…

O TGV não é por ser rentável é para ficarmos ligados à Europa…e os boys não são boys são pessoas propostas pelos accionistas das empresas do estado e nomeados pelo governo que, por acaso, nomeia os boys do PS!

Nunca, mas nunca aprenderá nada!

Um conto da vida de Zé Pequeno (3)

(Continuando)

Zé Pequeno mirou em redor a terra revolvida. Segurava o saco de cabedal dos picos com que moldava a pedra. A manhã estava clara, pronunciando um bom dia de trabalho. Respirou profundamente o cheiro da obra, como se tivesse acabado de conquistar uma vitória. Vagueou por entre as pedras trabalhadas soltas ao longo da propriedade, e com as mãos tacteou o relevo de cada uma delas, como se lesse o que cada pedra lhe tinha para contar.

Fora o primeiro a chegar à obra, como o seu orgulho lhe ditara e fizera ganhar forças para ultrapassar o cansaço da jornada passada.

Pela estrada surgiu o vulto de um camião a que a breve trecho se juntou o barulho do motor. E dele viu sair dezenas de homens que seriam agora os seus companheiros de trabalho.

Ao volante, lá estava o Senhor Nogueira a incitar os homens ao trabalho. Descarregou a carga humana de trabalho e parou ao largo da obra após um curto arranque. Saiu do camião e lançou o olhar sobre o novo pedreiro.

“Pareces ter vontade de trabalhar. Vamos, moço!” disse o Senhor Nogueira abrindo o caminho por entre os operários até o levar à banca de trabalho.

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É a arte contemporânea, estúpido

No seu mais recente romance, “A vida em surdina” (Asa, 2009), David Lodge põe na boca do seu protagonista a seguinte apreciação:

“Muita da arte contemporânea assenta numa enorme estrutura discursiva, sem a qual ela pura e simplesmente viria abaixo e se tornaria indistinguível de um monte de lixo.”

A observação segue-se à contemplação de uma série de obras de arte cujos significados apenas lhe são aclarados pela explicação que consta no catálogo.

Não ponho no mesmo chapéu todas as manifestações de arte contemporânea, mas sinto-me demasiadas vezes próxima do raciocínio desta personagem de Lodge .

Uma das minhas incompatibilidades é com certo teatro pós-moderno, em que os actores parecem recrutados de entre os membros de um grupo de apoio a doentes com síndroma de Tourette. [Read more…]

Uma lampreiada real

Vieram cá os cozinheiros de Congregação da lampreia do Mondego fazer a cozinha e ensinar os cozinheiros lisboetas. Cincoenta e seis comensais no belo restaurante da Associação 25 de Abril, traço de Siza Vieira, ali à Rua da Misericórdia, Largo de Camões ao Chiado.

Vinho tinto verde, carago, um arroz de lampreia da melhor que tenho saboreado e um passeio pela Baixa de Lisboa para fazer a digestão.

Começa-se pelo Teatro da Trindade, ali naquele largo onde se encontra tambem a casa decorada com azulejos alusivos à maçonaria ( uma bela fachada com os símbolos macónicos ) e descendo aí está o Largo do Chiado, com a estátua do poeta que deu o nome ao lugar e tambem lá temos a estátua do Pessoa sentado na esplanada do café Nicola um lugar magnifico para se ver as pessoas bonitas que cirandam por ali e ouvir os artistas de rua, desta vez um par do Norte da Europa, loiríssima ela e ele com uma boa voz, tocando ambos uma espécie de bandolim. [Read more…]

Liberdade de Expressão e Liberdade de Imprensa

O meu texto ‘A Incomodidade dos Blogues’, aqui publicado no Sábado, e as respectivas consequências convidaram-me para uma reflexão sobre a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. São conceitos correlacionados, mas definidos em função de domínios e condições distintas.

Com o recurso à teoria dos conjuntos, julgo poder classificar a segunda das liberdades, a de imprensa, como subconjunto da primeira, a de expressão. De facto, esta última, no que respeita à fruição, corresponde ao direito reconhecido a todos os cidadãos de expressar em liberdade ideias, opiniões e pensamentos. A liberdade de imprensa, por sua vez, consiste em fruição de idêntico direito, restringida, porém, aos meios de comunicação social – jornais, publicações regulares temáticas, rádio e televisão que, embora regulados legalmente, actuam livres de censura institucionalizada.

Diversamente das sociedades de comunicação social, os blogues, suportados por tecnologias de telecomunicação via Internet, funcionam livres de condicionamentos legais, excepto no que se refere a ‘segredos do Estado’ e alguns crimes informáticos; ou seja, os blogues estão sobretudo subordinados a normas formais e informais estabelecidas entre os seus membros. Gozam, assim, de pleno direito de liberdade de expressão, beneficiando, ainda, da oportunidade de grande propagação de conteúdos, no tempo e no espaço; acima mesmo do que sucede com alguns órgãos beneficiários da liberdade da imprensa. Esta, de resto, está a ficar mitigada em Portugal, e a tendência é para piorar – a dependência da comunicação social relativamente a grupos económicos, associada à precariedade das condições de trabalho e à fatalidade da submissão de jovens jornalistas a disciplinas autoritárias estão, de facto, a perverter, passo a passo, a liberdade de imprensa.

Dentro da evolução esperada, o futuro dos blogues é, portanto, mais promissor no uso da liberdade de expressão e poderá privilegiar, creio, aqueles que se orientem por princípios de ética, responsabilidade, e tolerância. Os políticos, em particular, estão conscientes da força do fenómeno, e do crescimento potencial.

Por último, a propósito da liberdade de expressão, e de regresso ao ‘Aventar’, não me inibirei de exteriorizar o que sinto e penso, mesmo em desacordo relativamente a opiniões de companheiros desta caminhada; opiniões estas que respeitarei sempre e, quando for o caso, contraditarei no estrito cumprimento de regras da salutar convivência democrática. Estou convicto de não estar isolado na observação destes princípios.

Pensamentos XV e XVI

XV

Em vez de subires a subida, desceres a descida, avançares para a frente, recuares para trás, não te mexas.

Dar erros é cansativo.


XVI

Se és inimigo dos teus inimigos, mantém-nos junto a ti.

Alguém como tu é a pior coisa que podes dar-lhes.


Conheça o primeiro Caderno de Pensamentos do Sr. Anacleto da Cruz.

Poemas do ser e não ser

Passei o dia a ouvir música

sempre a mesma

alternando Madredeus e Erik Satie.

Como foi possível

parecerem-me tão semelhantes?

Que percebe de sons

este monocórdico espírito?

Mas foi o mesmo

o que produziram em mim:

a sensação amarga

de ter atirado fora uma paveia de sentimentos.

Como vou misturar

é quase certo que nada existe

nada está perto nem eu estou triste

com Embryons desséchés

e Peccadilles importunes? [Read more…]

Vergonha em cima de vergonha

Anda tudo muito indignado com a repressão no Irão e outras coisas do género, que também a mim me incomodam. Mas fecham os olhos à barbárie diária e às chacinas da OTAN, eufemismo de EUA e seus lacaios, no Afeganistão. Chacinas em série, nas quais se insere esta última. Um ataque da aviação contra três autocarros, matando, segundo dizem, mais de 30 civis, entre eles mulheres e crianças.

Dizem eles que o ataque aéreo das “forças internacionais”, (nas quais Portugal está metido!), visou uma caravana “suspeita” de três veículos que se aproximavam de uma unidade militar conjunta de tropas da NATO e afegãs, tendo os militares no terreno descoberto posteriormente “várias pessoas mortas e feridas”, incluindo mulheres e crianças. Ó pá, atira e depois se vê. [Read more…]

Da Madeira ao PGR, do IRS ao sexo oral

Na Madeira vai-se fazendo contas ao que sobrou, e constata-se como das adversidades surgem unidades.

O mau tempo, esse parece estar decidido a chatear-nos, sendo também notícia um mini-tornado em Aveiro. No geral, são 11 Distritos em alerta.

Na Justiça, mais uma novela de violação do “Segredo de Justiça”, agora com o PGR mandar investigar mais uma fuga . Desta vez deverá ser mais fácil, pois que, segundo o próprio, só 6 pessoas conheciam o seu Despacho. E eu que estava na ideia que, não vai há muito tempo, foi este PGR que afirmou que por si, as escutas eram publicadas.

A título de utilidades fiquem com duas dicas:

1 – Pode ficar a saber como poupar no IRS. Dá sempre jeito, por muito que nos “peçam” para contribuir;

2 – E pode escrever na versão portuguessa do Google (*) a palavra “como”, e logo vai ter várias informações de diversa utilidade, numa hierarquia no mínimo interessante, porquanto insiste no sexo oral…

(*) Já agora, fiquem a saber que a Google vai vender electricidade.

a liberdade de expressão revisitada

É  impossível deixar de lembrar e rememorar uma e outra vez, os acontecimentos do Século XVIII no continente europeu e as repercussões em terras do dito mundo novo. Digo dito mundo novo e não novo mundo de forma directa, porque de novo nada tinha para os habitantes nativos do continente descoberto pelos europeus. Nativos que moravam nas terras hoje denominadas Estados Unidos de Norte Américas, o Canadá, México.
Os monumentos, especialmente no sul das terras do Norte, eram impressionantes edifícios dedicados aos deuses que adoravam e para os sacrifícios oferecidos às divindades, ou seres humanos nascidos para se preparar para a morte na idade da puberdade e que eram criados em paços especiais e treinados para uma morte temprana, com alegria e felicidade: não pertenciam às famílias, pertenciam aos deuses, como tenho relatado em detalhe em outro ensaio anterior a este.
Novo era para para os europeus que começaram a explorar a terra além dos seus reinos e algumas repúblicas, especialmente na Itália.
Os mais ousados eram no das Monarquias do Estado Britânico, da Espanha e Portugal. No Século XV já andavam a explorar terras denominadas hoje  o sub continente da Índia e o continente africano, que não sabiam que eram continentes, é dizer, um conjunto de pequenas monarquias, principados, ou simplesmente etnias. [Read more…]

Rosebud (Memória descritiva)

O edifício do Cinema Rex, na hoje degradada zona lisboeta do Intendente, foi sede da Federação Espírita Portuguesa, fundada em 1925. Ficava ao lado do Real Coliseu onde depois abriu a garagem Auto Lis, junto ao belo chafariz do Desterro. Quando a Ditadura Nacional se transformou, por obra e graça do referendo de 1933, em Estado Novo, a Federação seria perseguida pelo regime e, em 1939, a sede passou a ser um cinema – o Rex. A propriedade do edifício continuou a ser da Federação Espírita, mas a exploração foi atribuída a um particular, o senhor Eduardo Ferreira, um «industrial», como o classificam os documentos, que procedeu às obras de adaptação e construiu um belo cinema com capacidade para 478 espectadores.

Por cima da sala de cinema, equipada com um palco que podia funcionar para espectáculos teatrais, havia um grande salão onde se celebravam carnavais e réveillons. O cinema encerrou em 1967, reabrindo em Dezembro do ano seguinte com o nome de Teatro Laura Alves. Actualmente, implantado na zona mais degradada do centro de Lisboa, está transformado numa feia superfície comercial. [Read more…]

A Parque Escolar EPE está pelos ajustes…

Mais uma empresa criada pelos socialistas agora para apresentar ràpidamente obra feita. Para isso vale tudo, especialmente os ajustes directos que vão directos aos mesmos de sempre! Não se sabe qual foi o critério, mas segundo o Presidente da empresa há poucos ateliers de arquitectura com dimensão para responder à encomenda.

Se for para responder à preocupante concentração em meia dúzia de ateliers ( os mesmos de sempre) é capaz de ser verdade, mas se for entregue um ou dois projectos a uma maioria de ateliers todos são capazes, e com uma grande vantagem. Aparecem ideias novas, soluções para o futuro. O atelier que recebe por ajuste directo uma série de projectos para escolas, conceptualmente não cria nada, copia uns dos outros, com alterações aqui e ali, mas no essencial, como é bom de perceber, até pela pressa que justifica estas adjudicações sem concurso, são todos iguais.

Diferentemente, seria, se dezenas de ateliers estivessem a trabalhar independentemente uns dos outros, teríamos concepções diferentes, escolhiam-se as melhores soluções ao nível das diversas especialidades ( arquitectura, engenharias…) neste projecto há uma boa solução, naquele há outra e a concepção iria evoluindo para uma escola exemplar. Assim, muda-se a cor e a largura das janelas, e força no azimute…

Eu estive envolvido na concepção/construção dos hospitais, eram sempre as mesmas empresas a concorrerem, quando uma ganhava repetia a solução “ad eternum”, pois além de ter nas mãos um projecto vencedor beneficiava das alterações para melhorar nas áreas mais fracas discutindo com os técnicos que iriam apreciar os projectos futuros, a seguir era só dar à manivela, até que aparecesse alguem com uma solução diferente e melhor.

Temos aí bons hospitais? Pois temos, mas quando os andavamos a construir ía lá fora ao estrangeiro ver hospitais e já naquela altura eram bem diferentes, mais amigáveis, mais ecológicos e ao nível tecnico muitas coisas novas que só agora cá chegaram.

A pressa, como é bom de ver, serve sempre a quem quer fugir à Lei, ao Estado de Direito, entrega-se aos amigos e já está!

Apontamentos do Porto (5)

(Ribeira, Cidade do Porto)

Porque está Pinto Monteiro estarrecido com as fugas de informação?

Vá-se lá perceber porque, mas o jornal i diz que Pinto Monteiro “terá ficado estarrecido” com a divulgação de um dos seus despachos em vários jornais, no fim-de-semana. O "Diário de Notícias" e o "Correio da Manhã" transcreveram mesmo diversas frases do despacho de Pinto Monteiro que arquivou as certidões para eventual investigação de um eventual ‘atentado ao Estado de Direito’ que envolveria o primeiro-ministro, José Sócrates, no caso Face Oculta.

Até já mandou abrir um inquérito “com prioridade e urgência" para determinar de onde surgiu a fuga de informação.

Não se percebe a razão do espanto do Procurador-Geral da República. As fugas de informação em questões de justiça são quase o pão nosso de cada dia. Seja ou não segredo de justiça.

Se calhar é altura dos órgãos de justiça olharem para o umbigo e procurarem ai as causas do estarrecimento permanente em que vivemos.