“É com palavra e actos que nos inserimos no mundo humano; e esta inserção é como um segundo nascimento, no qual confirmamos e assumimos o facto original e singular do nosso aparecimento físico original. Não nos é imposta pela necessidade, como o labor, nem se rege pela utilidade , como o trabalho. Pode ser estimulada pela presença, mas nunca condicionada, pela presença dos outros em cuja companhia desejamos estar; o seu ímpeto decorre do começo que vem do mundo quando nascemos, e ao qual respondemos começando algo de novo por nossa iniciativa. ”
Antes de ser o navio escola Sagres
Lançado ao mar em Hamburgo, a 30 de Outubro de 1937, o Leo Schlageter foi construído para servir como navio escola da Kriegsmarine. Numa fase de rápida expansão da marinha alemã e após os acordos de limitação de tonelagem celebrados com os ingleses, Berlim decidiu-se pela construção de uma esquadra de alto mar, cujo fim estratégico seria a intercepção das principais vias comerciais atlânticas.
A tripulação na festa da passagem do equador
Um conto da vida de Zé Pequeno (1)
O dia começara como tantos outros.
Era mais um dia de trabalho.
Zé Pequeno levantara-se com o corpo dorido do trabalho que o fustigara no dia anterior. E na boca conservava o mesmo sabor amargo com que a vida o ia marcando, aos poucos, os socalcos que galgavam a pele escurecida pelo trabalho árduo. Não era velho. A sua juventude apenas se ia esvaindo por entre a fome e a labuta, que o fizera forte como os trepos que circundavam a pobre casa de seus pais que também era a sua.
Uma vez de pé, respirou fundo o ar de fuligem e caruma que impregnava a casa, a que se misturava ainda ao cheiro do azeite da sopa fervida, no preto caldeirão que parecia ter aterrado pela chaminé na lareira.
Seguiu mecanicamente os seus próprios passos até à rude porta. Abriu e sorveu o ar fresco da alvorada que corria livre e selvagem.
Para Zé Pequeno, a única liberdade que havia era a dos ventos e dos rios. O Portugal de então cobrara o preço da não participação na Segunda Guerra Mundial.
De selvagem ficara o coração de Zé Pequeno e a sua força que não cedia ao cansaço nem ao medo.
Mirou em volta à busca de um pedaço de pão que enganasse o seu estômago e iludisse a fome que sentia. Levou-o à boca e mastigou-o com a mesma convicção com que enfrentava cada dia. A mesma convicção que o fazia acreditar. Acreditar que um dia tudo iria mudar pela força do seu braço e da sua arte.
Madeira: Pessoas da Madeira comentam a situação no Aventar
Temos recebido mensagens de pessoas que se encontram na Madeira a dar-nos conta da situação que se vive. Veja os comentários aqui.
Calamidade na Madeira [em actualização]
Parece que na nossa comunicação social não se passa nada. Via net fala-se em 7 mortes confirmadas, devido a inundações.
RTPMadeira fala em 9 mortes. Meios médicos falam em mais de 20 mortos.
17h23 – já se fala em 31 mortes
Norte da Madeira com sol e sem chuva.
Entretanto pelo menos a RTPN acordou. Siga a emissão.
Se está na Madeira coloque informações neste mapa.
Ligação para mais informações.
…
…
Madeira Storm February 20, 2010 from Wind Birds on Vimeo.
…
Madeira: 32 mortos
Madeira, mau tempo não dá tréguas.
As notícias da Madeira continuam escassas. Afirmou-nos uma leitora que não consegue contactar via telefone ou net com familiares na ilha, talvez por estarem cortadas as principais comunicações. Se acompanha a situação possibilitamos-lhe as ligações de que dispomos. Veja aqui, aqui, aqui, aqui, e ainda aqui. Algumas críticas ao ordenamento do território começam já a surgir.
Adenda: A nossa leitora Henriqueta Costa enviou-nos a seguinte mensagem:
Sou da Madeira e estou na Madeira, mais propriamente no Funchal. O cenário é assustador até porque também aqui não conseguimos contactar com os familiares e conhecidos. Estamos em casa, neste momento sem TV, sem telefone e sem água. Esperemos que tudo se resolva depressa!
Esperemos que sim, Henriqueta. Os leitores que queiram utilizar a nossa caixa de comentários para saber ou prestar informações podem fazê-lo. O Aventar está à vossa disposição.
Pensamentos XI e XII
XI
Há vida para além da morte.
Pelo menos há dú-vida.
XII
Há uma história cujo princípio e meio tu conheces.
O seu fim ser-te-á revelado no dia da tua morte.
Conheça o primeiro Caderno de Pensamentos do Sr. Anacleto da Cruz.
Roube-me por favor
A privacidade é uma coisa tramada. Num momento estamos a zelar por ela de forma furiosa, capazes de tudo para preservar o nosso cantinho, a nossa intimidade. Afinal, o que é que os outros têm a ver com a minha vida. Acaso eu me meto na deles? Faço-lhes perguntas incómodas? Sim, daquelas perguntas que eu não quero responder se as fizessem a mim? Não, pois não. Então não se metam na minha vida.
Imagine como seria ‘divertido’ se um ladrão posta-se no Twitter, Facebook ou noutra rede social: "A assaltar a casa do utilizador tta34yty que está de férias nas Caraíbas. Ena, tem plasma de 42 polegadas".
A não ser, claro, que eu permita isso mesmo. É evidente que há certas perguntas que não respondo cara a cara mas que quiserem mesmo saber, o melhor é analisarem o que faço na internet. Lá podem saber tudo. O que penso, onde estive, onde estou ou para onde vou. Catita, não?
Na internet estamos muito mais à vontade. Primeiro não temos ninguém à nossa frente a fazer-nos perguntas e isso é muito mais tranquilo. Hei-de agora dar respostas a uma pessoa à minha frente, que até conheço, quando posso muito bem dar todas as respostas a um mar de gente que não conheço de lado nenhum…
Madeira a água e fogo
As notícias são ainda escassas, a Antena 1 da RDP vai actualizando o que pode.
Tudo começou por volta das 9, 10 da manhã e ainda não parou. Enxurradas, deslizamento de terras, sete mortos confirmados, desaparecidos, um número indeterminado de feridos, casas afectadas, automóveis levados pelas águas e até um incêndio.
É o que, por agora, se sabe. A Madeira, para quem a conhece, é um lugar onde a natureza pode ser generosa mas, igualmente, perigosa. As belíssimas levadas e ribeiras, as ravinas, as encostas, a ocupação territorial, em grandes declives e muito junto ar mar, são um cocktail que pode passar rapidamente de quadro romântico a tragédia dramática.
Estamos solidários com o povo madeirense. Para já, infelizmente, é tudo o que podemos fazer.
A gente vê-se por aí
Motivos de carácter pessoal obrigam-me a deixar o Aventar hoje mesmo. Quando criei este blogue, a ideia era contribuir de forma positiva para a blogosfera política portuguesa e, valha a verdade, obter alguma visibilidade em termos de audiências. Parece-me que o objectivo foi conseguido.
Estou certo que a minha falta não se irá notar. O essencial continua cá: a verdadeira alma deste projecto, que é o Luis Moreira; a racionalidade e frieza, tipo cérebro, do Zé Freitas; e a combatividade – o coração – do João Cardoso. E depois todos os outros, com quem tive um enorme prazer em colaborar. Que ninguém leve a mal, mas quero deixar uma palavra muito especial para aqueles que começaram comigo naquele dia 30 de Março: a Carla Romualdo, o Carlos Loures, a De Puta Madre, o Isac Caetano, o João Paulo, o José Freitas e o Luis Moreira. A todos os outros, um muito obrigado.
A gente vê-se por aí.
Ricardo Santos Pinto
Calendário da cintura industrial (Poesia & etc.)
Tinha dito que neste série Poesia & etc., publicaria poemas, inclusive poemas meus. Até agora não tinha publicado nada da de minha autoria. Este poema, “Calendário de Cintura Industrial” foi escrito há muitos anos. Foi escrito ao mesmo tempo que os poemas inéditos de «O Cárcere e o Prado Luminoso», publicado em 1990. Sempre o achei um pouco lamecha e, além isso, excessivamente longo para o meu gosto. À última hora, retirei-o do livro. Tenho-o guardado, hesitando entre o deitá-lo fora ou reformulá-lo. Assim, foi mantido inédito durante vinte anos. Até hoje. [Read more…]
nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO 2010 Fev #13:
Mais um conjunto de novidades num mês particularmente activo.
Uma colectânea de homenagem aos The Walkabouts (Got no Chains) de boa qualidade, seguida de mais um trabalho da Charlotte Gainsbourg (IRM) provando ter bons genes e, por fim, uma surpresa excepcional, Isbells (Isbells). Ora, siga para bingo continuando com musiquinha da boa!
Papoilas Saltitantes
Lamento informar os meus leitores que não estou em condições de cumprir com as minhas obrigações.
Ressaco.
May and Ale are improving
There is not parent that may be called as such, if their children are not well and they do not care. [Read more…]
Comentários Recentes