É confrangedor ver a ligeireza com que jornalistas e comentadores televisivos de direita (passe o pleonasmo…) manipulam os factos nas suas análises. Nem digo que seja sempre má fé; muitas vezes é pura ignorância. Não têm conta as considerações que já ouvi sobre o alegado embaraço que a corrente situação política provoca ao líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, considerado próximo e até colaborador dos governos de Sócrates. Ora vão lá estudar a história, criaturas. Ferro Rodrigues foi ministro nos governos de Guterres (XIII e XIV) e não nos de Sócrates. Da sua acção – e sou insuspeito de qualquer simpatia política por tais governos – retenho uma imagem de decência e de capacidade de diálogo à esquerda que os seus sucessores nunca tiveram. Foi o líder do PS antes de Sócrates e não merecia as circunstâncias em que foi substituído por este. Por isso, parem lá com as telenovelas e ajeitem a “narrativa”.
É evidente que tem toda a razão.
Mas deixo de qualquer modo um apontamento.
Ferro Rodrigues está claramente a “pôr-se a jeito”, ao dizer e assumir uma postura de “madalena” em frente dos microfones que as galinhas chocas do jornalismo lhe põem à frente.
Aliás a única pessoa que está a ter uma atitude verdadeiramente inteligente na gestão deste complexo processo Sócrates – política, é claramente António Costa que se demarca de forma a não serem colocadas questões. Personagens como Ferro Rodrigues, Maria de Belém Roseira e outros, demonstram que estão claramente “órfãos” e isso, para este jornalismo miserável que temos (de direita, como muito bem diz) é mortal.
Portanto apontar o dedo aos jornalistas, estarei sempre de acordo. mas convém que não nos esqueçamos que eles fazem aquilo que deixamos fazer.
Olhem para António Costa e percebem.
A ele, não lhe fazem perguntas.
Tudo muito bem, desde que não nos esqueçamos que Ferro Rodrigues se tá “cagando para o segredo de justiça” e que segundo o António Costa “talvez o teu irmão seja altura de procurar o Guerra”.
SÓ DIGO ISTO:
RELVAS: 1 – PS: 0
(agora interpretem)
Espero que da imagem de decência dos governos de Guterres não estejam incluídos o queijo limiano, nem o pântano, quando o então P.M. bateu com a porta.
Decência nesses governos retenho as demissões de António Vitorino e Jorge Coelho.
Não vou entrar em questões de debater o que foi bem ou mal feito em termos de acção política. Isso está mais que debatido.
facto:tem-se assistido a uma enorme “euforia” por parte do CM e SOL.e de alguns comentadores(por ex.JM tavares) tambem.portanto como o mundo não acaba hoje,e como nada hoje em dia pode sêr dado como certo,cá estaremos para escrutinar…estes jornalistas.
Onde é que será que eu já vi a cena de 700 insuspeitos democratas da coltura e artes a prestarem homenagem ao daodebastiao de serviço? Ah já me lembra foi ao Socrates!!!