
Ilustração: Matt Kenyon / The Guardian
Cresce a olhos vistos o mal no mundo e na Europa, em particular. São sinais de um passado que se julgava ultrapassado. O “não há alternativa”, o “rigor” e a “austeridade” aplicados às pessoas (a novilíngua do Orwell tomou conta da política), quando para o sector financeiro e para as multinacionais há sempre um “resgate” pronto a sair, está a trazer o pior das pessoas à superfície.
Na semana passada foi a Siemens a anunciar o despedimento de 2500 pessoas. Terá o negócio desaparecido? Certamente que não, mas há onde produzir mais barato a riqueza da empresa, apesar disso se traduzir na pobreza dos que a fizeram.
É um exemplo entre imensos. Os medos levantam-se e os oportunistas políticos usam-nos como estratégia.
A extrema-direita deverá entrar nos parlamentos dos três estados, tendo largamente superado a barreira necessária dos 5% dos votos. Este partido, que nasceu apenas há três anos, passa assim a estar representado nos parlamentos de oito das 16 regiões da Alemanha, a 18 meses das eleições legislativas, e quando ainda são esperadas até lá mais eleições [PÚBLICO, 13/03/2016]
Aproximam-se tempos ainda mais difíceis.
O mal não cresce por si.
Cresce porque as pessoas são más.
E elegem políticos maus, péssimos.
Que as pessoas más, a seguir, culpam pelo mal.
Esquecendo-se de que foram elas que os elegeram.
Exemplo: hoje os produtores de carne e leite manifestaram-se no Porto e queixaram-se dos políticos que não os defendem. Mas foram estes produtores de carne e as suas famílias e os seus amigos que elegeram (ajudaram) estes maus políticos que se estão a cagar para os produtores de carne.
Quase de certeza que não foram os marcianos os responsáveis.
De quem é, então, a culpa do mal? Da estupidez humana.