O Expresso perdeu o pio há 345 e meio

O print screen que abre estas linhas foi sacado hoje, pelas 13:50h, quando esta posta acabou de ser escrita, pelo que se encontra já desactualizado. Trata-se do contador criado pela página de Facebook Os truques da imprensa portuguesa, que hoje regista a passagem de 345 dias e umas quantas horas, minutos e segundos desde que o Expresso anunciou a famosa bomba, que dava conta de uma lista de jornalistas avençados pelo saco azul do GES, revelada no âmbito do escândalo Panama Papers. Uma bomba que nunca detonou e sobre a qual o Expresso continua a recusar qualquer tipo de explicação objectiva.

Volvido quase um ano, a lama continua espalhada pela imprensa portuguesa. Ninguém ficou imune, jornalistas do Expresso incluídos, mas nem um pio se voltou a ouvir da parte da redacção do semanário. Pensei que era disso que se tratava quando me deparei com a mais recente crónica do Pedro Santos Guerreiro no Expresso – Um monte de gente perdeu o pio – mas afinal o tema era a banca. Até á data, só mesmo Miguel Sousa Tavares teve a coragem e a isenção de colocar o dedo na ferida. E de pouco lhe terá valido.

Mas já que estamos nisto, importaria perceber se alguma vez nos será revelada a dita lista ou se se tratou apenas de uma manobra mediática com vista a um aumento da procura dos conteúdos do Expresso. Um facto alternativo, digamos. Porque da forma como a redacção do Expresso perdeu o pio sobre o tema, ou era facto alternativo ou gerou uma investigação de tal forma complexa que entrou em segredo de justiça. Ou será que apanharam algum amigo do senhor Balsemão? Um patrocinador envolvido, perhaps? Não sabemos. Sabemos apenas que nos prometeram a revelação do século e que, desde então, nada. Rigorosamente nada. Não admira o pânico que se vive na redacção.

Imagem via contador Os truques/Panama Papers

Comments


  1. e pelo meio a sic continua a ter uma política editorial … curiosa.

  2. Dr. Fonseca Galhão says:

    O consórcio de jornalistas de investigação – do qual supostamente faz parte um dos jornalistas do Expresso (ergo, o “exclusivo”) podia – e devia – saber disto. Se o souberem e se calarem, é porque são tão maus ou piores que aqueles de quem nos dizem defender.