Fotografia via ECO
Depois do que passei, em 2004, 2005, depois do que aconteceu, com mais culpa minha ou não, acho que se concorresse a primeiro-ministro não tinha possibilidades de ganhar as eleições. Não tenho dúvida nenhuma sobre isso, nem que o vento mudasse 10 vezes
À medida que o tempo passa e a legislatura vai caminhando para o seu termo ficamos com a nítida sensação de que o Poder Económico tão próximo do PSD, se conforma com a ideia de partilhar com o PS os lugares de topo nas empresas cotadas em bolsa, a maioria delas com um carater monopolista, diga-se, capazes de imporem ao Estado as suas próprias regras, que não as de um Estado de Direito. Foi assim com a BRISA, a EDP e a GALP. Outras se seguirão sem que o atual governo consiga impor-lhes uma agenda corretiva como o faz ao comum dos cidadãos que não cumpram, pequenas e médias empresas incluídas. com o estabelecido pela autoridade tributária, por exemplo.
Tudo isto porque os DDT (donos disto tudo) já perceberam que o PSD, com estes candidatos à sua liderança, em especial Pedro Santana Lopes, tem remotas hipóteses de uma vitória nas eleições legislativas de 2019, vá o PSD sozinho, ou coligado com o CDS. E desenganem-se aqueles que pensam que se o PS ganhar com uma maioria relativa, o PSD de Pedro, o Santana Lopes, herdeiro de Pedro, o Passos Coelho, não lhe dará a mão. Só se o CDS tiver um score eleitoral que dispense o PSD de se colocar de cóqueras. Doutra forma, e ao contrário daquilo que afirmam, correrão feitos sonsos para os Socialistas, tal qual “cavalheiros impolutos e virgens púdicas”, “imbuídos de boa fé”, com a bandeira na lapela, instruídos de forma conveniente pelas diversas confederações patronais, na expectativa de que o PS não volte à Geringonça. O que significa tão só, que o PS não caia de novo nos braços da Esquerda à esquerda do PS. Geringonça nunca mais. Será este o mote dessa direita dos negócios ancorada no PSD e no CDS.
A boyada enraivecida por ter de engolir mais um sapo, nem abstenção violenta terá direito a fazer, tomará “alka seltzer”, e fingirão que águas passadas não movem moinhos.
O que eu aprecio na direita é o seu tacticismo. Agem como as raposas. O que me dói na esquerda é o seu sectarismo. Se as coisas se inverterem garanto-vos que eles tão cedo não põem o cú tão cedo, no poleiro.
Lá diz o povo: pela boca morre o peixe…