A propósito da vitória de Rio, Cristas deixou cair a tese da usurpação, defendendo agora que o que importa é ter uma maioria de deputados a suportar o governo.
Este facto tem dois aspectos notáveis. O primeiro é que, por fim, Cristas descobriu a letra da Constituição, deitando por terra um argumento que alimentou a PAF desde 2015. Importa agora, segundo a líder do CDS, chegar ao poder, ganhando ou não a eleição. Há que fazer pela vida.
A segunda curiosidade deste golpe de costas é que apenas foi noticiado pela Rádio Renascença – ou então o Google anda distraído. Os outros órgãos de comunicação social limitaram-se a citar a parte insonsa da declaração, nomeadamente a importância de os dois partidos terem uma maioria de deputados – de preferência graças ao CDS, subentende-se. Eis o estado da tal comunicação social supostamente dominada pela Esquerda.
Ironicamente, suponho que a RR esteja muito longe de ser um órgão de comunicação de social de Esquerda.
Exactamente.
Ainda hoje o Expresso, naquela versão on line para otàrios, que se dignam abrir o link do semanário, tal como eu, liam nas gordas:
Costa sobre Rio:
“Não será seguramente difícil ser melhor que Passos Coelho”.
A seguir, a notícia mais detalhada dizia isto:
“não será dificil que o entendimento com Rio seja melhor do que foi com o seu antecessor, Pedro Passos Coelho”
Digam-me se a frase inicial tem alguma coisa a ver com a segunda.
É a arte de fazer títulos.
Cristas, afinal, não é burra de todo. Acordou para a realidade e foi à fonte bebê-la. Ela sabe que um embuste tem a perna curta.
Assim a esquerdalhada engula sapos assim o PS contiuará no governo.
Agora veremos se o deixam ser charneira – essa espécie de União Nacional em ponto pequeno e ao serviço de uma matilha com largas tradições de comedoria.
E a direitolhada está a engolir o quê? Diga lá, já que V. Exa deve sentir por experiência própria!
Sim, quando Rio e Ferreira Leite falam em viabilizar um governo PS para o afastar da “esquerda radical” é porque estão dispostos a que os direitolhos engulam qualquer coisa…
Resta saber o quê…
Eu chamo-lhes “direitralhas”!
Está mais de acordo com a espécie
Ou direitrolhas! Também está de acordo!
JgMenos, embora o desespero não o deixe raciocinar, um dia há-de perceber que isto da política é uma maratona, nunca uma prova de velocidade.
JgMenos, embora o desespero não o deixe raciocinar, um dia há-de perceber que isto da política é uma maratona, nunca, uma prova de velocidade