Por Daniel Resende
As eleições em 2018 já deixaram claro o quanto fomos claramente manipulados e divididos em bolhas.
Ficamos surdos com o barulho do eco dentro da bolha e nos perdemos em causas indentitárias (justíssimas, aliás), mas que nos afastaram de grande parte da sociedade.
O discurso reacionário, violento, opressor e cheio de ódio de Jair Bolsonaro encontrou abrigo em uma sociedade neo-pentecostal, egoísta, rancorosa, abalada pela crise econômica e assustada com a violência.
Não falo apenas dos ricos ou da classe média tão bem definida por Marilena Chauí. “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”, disse em 2013.
Essa turma se acha elite enquanto observa um horizonte de prédios medíocres sentada na varanda (área gourmet para ser mais chic) e ajusta a bússola da essência na busca por encontrar no Norte um SUV branco.
Estão sempre a serviço dos verdadeiros ricos. São os sabujos da engrenagem social. Bajulam o andar de cima, pois temem que o elevador chegue com outras pessoas no andar que estão.
Se destacam nessa fauna os burocratas do judiciário e ministério público com gravatas e camisas pretas (que coisa brega!), os chefinhos de merda das redações, os militares que fedem naftalina, os médicos sem humanidade entre outros que exercem grande influência no debate público e arrastam a reboque a opinião pública.
Contra isso só há um discurso capaz de reduzir as imensas desigualdades de um país vítima da colonização e escravidão:
Luta de classes.
É o que une a ativista transexual e a fiel da Universal no mesmo campo.
Por isso, a fala do Mano Brown na terça-feira, em evento do PT no RJ, foi sensacional: “Deixou de entender o povão já era. Se somos o Partido dos Trabalhadores tem que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta pra base e vai procurar entender. As minhas ideias são essas. Fechou”.
Vamos virar e se não virar vamos resistir.
Mas vamos resistir pra caralho!
Quantas asneiras em um só texto.
Quem sabe o que é o melhor para o Brasil somos nós, a grande maioria do povo brasileiro.
Bolsonaro só não ganha se for roubado e muito!
Porque se as urnas representarem o povo brasileiro será uma surra!!!!!!!
Se o PT em conluio com o STE nos roubar, esperamos que o Exército Interfira!!!!
Milhões e milhões foram às ruas no último domingo!!!! Isto a mídia de cá pouco mostrou.
Vendidos!
Bolsonaro 👏 👏 👏 👏 👏
Roubado? Não me diga que lhe estão a ir ao bolso…neiro! Ah! Ah! Ah!
Já estou a ver o Exército, em peso, de cú p’ró ar, à procura de votos bolsonaros…virtuais!
“Milhões e milhões foram às ruas no último domingo!!!! Isto a mídia de cá pouco mostrou”.
Tem V. Exa. toda a razão!
Aqui, na minha terra passou-se o mesmo: milhões sairam à rua no último domingo e ninguém mostrou.Por exemplo, a minha vizinha foi á missa das onze e voltou logo para casa, lentamente, a ver se alguém a filmava, mas nada!
Eu próprio fui comprar o jornal e ninguém viu! Passei por um funeral e câmaras não vi, nem uma!
Isto tudo é muito preocupante Lucinha! Só um reparo: bota menos moela nos cmentários, vai ser preciso para o candomblé de domingo!
A virada já começou. Aceite pois já estamos nas ruas. Facistas não passarão.
Não te preocupes, não só o exército vai interferir, como te vai manter fechada em casa sobre pena de um balázio na testa.
…cantés se Bolsonaro não ganha ! ou quem sabe se ganha, esta é para a Lucinha :
António de Almeida, conhecido postadeiro liberaleiro procurando, afanosamente, descansar a sua liberaleira consciência, resolveu fazer aqui um “post” onde manifestava elevada compaixão peos liberaleiros que estão a Bolsonar.
A certa altura citou um “amigo paulista”, e disse:
“quando lhe perguntei se acredita mesmo que Bolsonaro irá acabar com a corrupção, a resposta foi inequívoca, “provavelmente não, seguramente que não, mas o facto de mudarmos alguma coisa já vai ser positivo”…
Ora aqui temos um bom início de novela! Cena dos próximos capítulos:
O amigo paulista vai parar à cadeia por se ter rido durante um discurso do Presidente Bolsonaro. Aí apanha um arraial de pancada por não querer denunciar os vizinhos que se riram ao mesmo tempo. Pergunta o torcionário:
Quer continuar a levar pancada, ou passamos aos choques elétricos? Pensa que vai ser melhor para si?
Resposta do paulista: “provavelmente não, seguramente que não, mas o facto de mudarmos alguma coisa já vai ser positivo”…
Qual é a cena seguinte? Ainda não se sabe. Mas os produtores já receberam várias propostas de agências funerárias para o “product placement”
Há dias, num comício, Bolsonaro, através de videoconferência, para mostrar erudição e respoder aos que acusam de falta de cultura, resolveu reproduzir o célebre Grito do Ipiranga de D. Pedro, ao decalarar a independência do Brasil : “independência ou morte!”.
Resposta dos apoiantes: “Morte! Morte!!!!!”