
Porto, 20 de Maio de 2021. Poucos dias após o arranque da época balnear, deparo-me com esta fotografia, enviada por um camarada aventador, na qual podemos ver uma estrutura em betão armado, construída sobre o areal da Praia do Ourigo, na Foz do Porto. Será certamente um deleite para os turistas estrangeiros, ali poderem contemplar o Atlântico, enquanto comem e bebem algo chiquérrimo, mas o que ali se passa, verdadeiramente, é um atentado ambiental. Mais um.
Resta saber quem são os cúmplices do construtor e do proprietário, sendo sabido que a zona sobre a qual nasce este absurdo edifício é e continuará a ser propriedade do Estado, logo de todos nós. Isto teve o aval do Ministro do Ambiente, que vêm a ser portuense? A APA aprovou esta aberração? Rui Moreira licenciou? Os ambientalistas já se pronunciaram? O PAN, o PEV, o BE e o Livre, sempre tão activos na defesa do ambiente, já tomaram uma posição relativamente a mais este crime ambiental? Ou estará tudo a assobiar para o lado?
Inacreditável! Betão na areia?!
Pois claro! Já lá diz a canção:
Os ricaços lá da Foz,
Vão passar este verão,
Lá na Praia do Ourigo,
Estendidos no betão.
Xô
“Queriam ensinar o jumento
a cantar, declamar poesia,
mas cansado e ignorante…
autoflagelou-se num lamento,
já não sabia o que fazia!”
(TPC: vai lá ao google conhecer o autor que tão bem te descreve.)
Pois não estou interessado.
Aliás, não estou nunca interessado em poemas inspirados em V. Exa. E que bem tenta disfarçar, engraxando sabujamente alguns aventares, mas sem sucesso. A psicopatia ostensiva de V. Exa. há muito não passa despercebida.
É natural, no entanto, que alguns dos nossos melhores poetas tenham essa tentação: a de aproveitar a grotesca figura de V. Exa. para produzirem material para vender nas feiras. Temos de aceitar que a vida custa a todos e mesmo os melhores têm contas para pagar.
Xô,
Por falares em psicopatia lembrei-me de partilhar contigo uma receita do dito pisicopato:
Numa panela coloque meio psicopato em pedaços e acrescente chouriço e presunto.
Junte também cenoura, cebola, alho e louro, e por fim meio cálice de Vinho do Porto.
Regue com água, tempere com pimenta e leve ao lume durante 45 minutos.
Quando estiver bem cozinhado, retire o psicopato do lume e desfie. Reserve também o chouriço, o presunto, parte do caldo e a gordura que sobrou da cozedura.
Para o arroz, comece por picar uma cebola, e leve a refogar na gordura do psicopato.
Entretanto, lave arroz vaporizado em água fria e junte ao tacho para que frite ligeiramente.
Regue com o caldo da cozedura do psicopato, tempere com sal, e deixe cozinhar durante 10 minutos.
Enquanto isso, corte o chouriço em rodelas e o presunto em pequenos pedaços. Por fim, disponha tudo numa assadeira.
Faça uma cama de arroz, coloque por cima o psicopato e o presunto, volte a tapar com arroz e termine com o chouriço, antes mesmo de levar ao forno durante 10 minutos.
Sirva este arroz de psicopato bem tostadinho, na companhia de toda a família.
Como digestivo toma umas bombadas de “Xarope de Karcela” servido em utensílio das caldas.
Bjs
“Xô”????
Não! É xôôôôôôôôô! xôôôôôôôôô! xôôôôôôôôô melga abestancionILsta! Xôôôôôôôôô XantILpa psicopata!
Uma boa notícia! V. Exa. vai cozinhar pedaços de si mesmo? Ótimo! É o chamado autocanibalismo, um comportamento psicopático amplamente estudado.
Em boa verdade, deveríamos ter compaixão e avisar as autoridades das pulsões autodestrutivas que o atormentam. Eu próprio tentei ligar, mas a linha tem estado ocupada.
Acho que a melhor solução é avisar a ASAE. V. Exa. há muito que passou do prazo e está completamente impróprio para consumo.
Último parágrafo. Para mim o mais importante no teu texto, face ao atentado.
O mais provável é estarem a assobiar para o lado, até ao dia em que a CS “botar a boca no trombone”. Nessa altura vêm todos BE, PAN, PCP, para a CS dissertar sob os atentados ambientais na coisa pública, na costa, no rio, no mar, e no raio que os parta.
Uma das coisas de que me apercebi nas últimas décadas, foi a de que Portugal não está à venda. O que está à venda são as nossas últimas relíquias históricas, ambientais, naturais.
Queres construir um hotel ***** na ponta de Sagres? Pois bem, desclassifica-se o património, altera-se o PDM, muda-se o estatuto de reserva ou Parque Natural, porque o importante são aqueles 500 milhões de investimento imobiliário, a maioria das vezes especulativo.
https://www.facebook.com/aereal360/photos/a.1575419359453952.1073741828.1575333209462567/1769115966750956?type=3
Em Esposende, aqui há uns anos, construiram-se vários passadiços para acessar à praia, no sentido de proteger as dunas e a vegetação que as fixava.
Múltiplos letreiros avisavam que era expressamente proíbido pisar as dunas com uma explicação da necessidade de proteger a praia.
Avisavam ainda que pesadas coimas estavam à espera dos infractores.
No ano seguinte passei por lá e, no local onde existia um desses letreiros ao lado dum passadiço, iniciava-se a construção de mais uma vivenda.
Foi fácil: tiraram o letreiro e iniciaram os alicerces.
(Excelente João, este post é serviço público.)
“Ministro do Ambiente abre inquérito a obra em curso na Praia do Ourigo que tem gerado polémica”
(Observador)
Afinal sempre vale a pena denunciar estes atentados, especialmente em época de artárquicas.