Português de bem ou bandido?

Detido homem que fingia ser polícia para passar à frente no supermercado.

Amigos, amigos…

O líder do Chega, André Ventura, e o próprio Chega, são tão, mas tão, mas tão anti-corrupção e tão, mas tão, mas tão anti-sistema, que não se fazem representar nas Comissões de Inquérito ao Novo Banco. Porque será?

Ó tempo… volta p’ra trás…

As pedras, os telhados de vidro e um que é branco

HUGO GODINHO (BRANCO – nunca TINTO)

Como diria o outro, é que isto é mesmo assim

É exactamente como diz RSP (aka CFA): «O Expresso, a SIC Notícias, o Observador e outros publicam a notícia como a recebem. Provavelmente sem sequer lerem. Como fazem tantas vezes». Efectivamente, só não sabe quem não vê/lê.

O seu filho menor está desempregado? O Burger King precisa dele

Na cidade de Lorain, no Ohio, o Burger King local colocou este anúncio, dirigido a pais de crianças entre os 14 e os 15 anos que queiram por os seus petizes a trabalhar. Em princípio não contará como exploração infantil, porque o Burger King é um ícone do capitalismo e essas coisas não acontecem no capitalismo. Caso contrário, aplicar-se-ia, como vem sendo habitual, a máxima comunista adaptada: “isto não é verdadeiro capitalismo”. Por norma funciona. Se não funcionar, tapam-se os olhos e os ouvidos e conta-se até Venezuela. Nunca falha.

É este sopro humano Universal/Que enfuna a inquietação Liberal

Fechar acordos parlamentares à Direita, incluindo e legitimando a extrema-direita, num arquipélago “distante”, tudo bem. Dá para disfarçar.

Ficar sozinho, lado a lado com o Chega, no pedido de uma revisão constitucional? Isso não, dá muito nas vistas.

Dito por quem me fez chegar a notícia: “Quando percebes que estás a embarcar num jogo do qual só podes sair chamuscado”. E sabemos: quem brinca com o fogo, queima-se.

Ps. Um pedido de desculpas pela profanação da obra de Miguel Torga. Por tal, deixo a estrofe que dá nome ao texto, aqui, na íntegra:

Viagem

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.

(…)

Foto: LUSA

(imbecil)

Alguém se sentir tratado de forma diferente pelo seu género ou etnia deve ser horrível. O episódio de ontem demonstrou a qualidade do jornalismo, em que nenhum teve o trabalho de ler a notícia. E demonstra a imbecilidade de quem a escreveu.

Hamas, o Chega da Palestina

A ver se a gente se entende, no meio de tanta parvoíce: o Hamas é uma organização política de extrema-direita, anti-comunista, ultranacionalista, anti-semita, que se opõe à separação de poderes e que se bate pelo primado da religião sobre qualquer forma de laicidade, que rejeita. Já agora, organizações como a Al-qaeda e o Daesh também se encontram no mesmo enquadramento ideológico, ainda que com algumas nuances. Contudo, não diferem no essencial: fundamentalismo religioso, anti-semitismo, anti-comunismo, ultraconservadorismo e totalitarismo.

A esquerda, na Palestina, é representada pela Fatah (social-democrata) e pela Frente Nacional de Libertação da Palestina (marxista-leninista), entre outras pequenas organizações. O Hamas, no fundo, é uma espécie de Chega lá do sítio: o discurso de ódio está lá, o populismo também, fundamentalismo religioso paga contas e o anti-semitismo, tal como anti-comunismo, são pedras basilares das suas fundações ideológicas, como de resto o eram para o nazismo, ao qual o Chega tem vindo a pedir emprestado algumas ideias e slogans, como o habitual “um partido, um líder, um destino”, decalcado do nazi “ein volk, ein Reich, ein fuhrer”. Portanto deixem-nos de merdas, e chamemos os bois pelos nomes, sim?

Fernando Medina: uma lição de “eleitoralolismo”

Fernando Medina tem-nos dado uma lição de como saber surfar a crista da onda. Isto sem que se lhe conheçam quaisquer “actividades extra-curriculares” que incluam surf ou outra variante.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa é uma espécie de camaleão político, comporta-se como o aluno do quadro de honra, querendo passar a imagem de que é dos que diz irra! quando bate com mindinho na perna da mesa.

Está, portanto, do lado certo da política: a escola do Partido (pouco) Socialista. Oportunista, dissimulado e charlatão.

Puxemos o filme atrás.

Em 2011 dizia que precisávamos de José Sócrates como Primeiro-ministro, graças à sua “liderança”, ao seu “conhecimento”, “experiência”… ou seja, quando convinha, #JoséSócratesNoComando.

Em 2021, José Sócrates traiu a confiança dos portugueses. Depois de descoberto o véu à noiva, de ter sido dito o “sim” e de tantas noites de núpcias calorosas, naquilo que parecia ser um casamento para durar, afinal era violência conjugal e, portanto, #MeToo.

Pronto, tudo bem. José Sócrates ganhou duas eleições, uma delas com maioria absoluta, perdoemos Fernando Medina por esta, tendo em conta que muitos de nós fomos enganados.

Avancemos, continuando, ainda assim, em 2011. [Read more…]

Romualda Fernandes (Preta)

Um “jornalista” da Lusa, Hugo Godinho, que por acaso costuma acompanhar as iniciativas do Chega, escreve uma notícia sobre a Comissão de Revisão Constitucional.
Nessa notícia, entende qualificar uma das deputadas, Romualda Fernandes, como a Preta. Nenhum dos outros parlamentares é o Branco ou a Branca, mas Romualda Fernandes é a Preta.
O Expresso, a SIC Notícias, o Observador e outros publicam a notícia como a recebem. Provavelmente sem sequer lerem. Como fazem tantas vezes.
Seria de rir se não fosse tão lamentável.
E não, não existe racismo em Portugal.