Maria João Abreu (1964-2021)

Fotografia: André Marques/OBSERVADOR

Vamos crescendo e vivendo com certas figuras no imaginário, que nos entram pelo dia-a-dia adentro, através da televisão ou da rádio, dando por garantida a sua presença, como se a eles, ao contrário de nós, simples mortais, a morte não fosse tocar.

Partiu a Maria João Abreu, aos 57 anos. Cedo e inesperadamente. Far-nos-á falta, ao público, à arte da representação e aos seus seus mais do que a qualquer outro. Pela surpresa do acontecimento, porque faltam as palavras, só uma coisa fica por dizer: obrigado, Maria João Abreu. Até um dia.

Palhacita

“(…) uma pergunta pertinente que corre célere, sobretudo nas redes sociais e que urge esclarecer por quem de direito”: A Maria Vieira foi vacinada contra a filha da putice?

Isto já nem é extremismo de direita. É, tão só e apenas, atraso mental voluntário. Sabendo qual o partido a que pertence esta “senhora”, urge dizer: só se estraga, de facto, uma casa.

Alguém que inocule a Maria Vieira. No cérebro. Já.

Futebol e sociedade

Há 31 anos, o Maksimir, estádio do Dínamo Zagreb, foi palco de uma batalha entre os adeptos croatas e sérvios. Diz-se que foi um “pontapé de saída” para a Guerra.

Na foto, Boban, considerado um herói por muitos por ter defendido um adepto contra a polícia.

Futebol e sociedade de mãos dadas.

Liberalismo vs Iliberalismo

A Iniciativa Liberal não é por ter liberal no nome que se torna automaticamente defensora dos valores liberais. É pelas atitudes. Pelas propostas. Pela postura.

O Chega é um partido que está nos antípodas da Iniciativa Liberal. A única coisa que pode parecer terem em comum é o combate ao socialismo, mas nem isso. Não basta parecer, há que ser de uma forma construtiva.

Aqui, aos 8mim27sec, JCF afirma não se coligar com o Chega. Mas talvez seja antigo. Nas presidenciais, devem ter sido mais meigos para tirar o segundo lugar à Ana Gomes.
Aqui, Tiago Mayan desconstrói na perfeição a narrativa iliberal do André Ventura. Mas pronto, também não eram legislativas.
E aqui, aos 15min e 25sec, mais recentemente, JCF volta a afirmar, pela última vez, que não há hipótese com o Chega.

Tal como o João, também gostava que fosse a última vez que um liberal tenha de repetir o óbvio.

P.S.: Esperemos que da próxima vez o Primeiro-ministro não tenha de gastar mais do que o seu tempo para responder a um deputado único que representa uma ideologia ultrapassadéééérrima.

O Mayan é bloquista ou a Marisa é liberal?

Ou quando assumem a coligação? É que até acabam as frases um do outro… 😍😍 (Este merecia emojis de um recém-adulto, perdoem)

Diane Keaton e a coligação IL-Chega

Woody Allen, numa homenagem a Diane Keaton, explicou ao público que a cidade natal da actriz é tão reaccionária que ajudar um cego a atravessar a rua é considerado socialismo. Parece uma piada, é uma piada, mas, como geralmente acontece com as piadas, não é absurdo. Entenda-se, aqui, “absurdo” como algo necessariamente inexistente. O curioso do absurdo é ser real. A realidade, aliás, é sempre mais improvável do que a ficção (e do que o humor, uma das suas manifestações).

Ontem, na Assembleia da República, António Costa destacou a importância dos valores democratas e cristãos, na esteira do papa Francisco, considerando que este não era socialista, o que provocou uma reacção de discordância de João Cotrim de Figueiredo e de André Ventura (este com mais entusiasmo, é verdade) – o papa, para estas duas luminárias, não anda longe do socialismo, o que, nestas bocas, não é um elogio. O amor anda no ar – Cotrim e Ventura já acabam as frases um do outro.

A direita, que, em Portugal, assume, frequentemente, uma essência católica, é, com a mesma frequência, pouco cristã, especialmente se seguir a cartilha liberal. Para esta gente, não há desfavorecidos, há preguiçosos e parasitas. Do mesmo modo, não há privilégios, apenas mérito. O ideal (também cristão) de que uma sociedade justa seja um sistema solidário e redistributivo causa-lhes alergia e tudo aquilo que lhes cause alergia, incluindo ácaros, é socialismo – no fundo, são como os conterrâneos de Diane Keaton: o cego que se desenrasque. E o papa que se deixe de cristianismos.

Costa segura Cabrita

(autoria do Aventador Rui Correia)

Faz o que eu digo, não o que eu faço

Com que então, pactos de silêncio? Se os donos da virtude descobrem ist… Afinal não. São os mesmos. Vindo de onde vem, isto é o cúmulo da hipocrisia.

P.S.: Isto não é sobre o caso, mas sim sobre a conduta do Partido. Não confundir.

Breve nota a sobre guerra ideológica em curso

Trouxe esta imagem do Facebook do Ricardo Paes Mamede, que nos propõe um exercício em que a sondagem da Universidade Católica para o Público/RTP surge como um espelho dos vários combates ideológicos em curso, pese embora a ausência de critérios ideológicos no centrão das negociatas, bem espelhada na legenda.

Destaque positivo para a queda do Chega, deixando claro que a extrema-direita começou finalmente a perder terreno, apesar do desfecho da Operação Marquês e da existência de Eduardo Cabrita, que Ventura já não consegue cavalgar com a destreza populista de outros tempos. A máscara anti-sistema caiu e já não há muito que a propaganda possa fazer por ele. Com tanta cabritice, haja uma boa notícia para animar a democracia.

Bidonville-sur-Odemira

Em Odemira, Portugal olhou-se ao espelho e contemplou um dos resultados de anos de abandono e negligência a que o país profundo foi condenado pelo eucalipto centralista, comandado por um centrão incompetente que se está nas tintas para aquilo que se passa para lá da sua bolha, com uma ou outra excepção pontual.

Poderíamos falar sobre os danos profundos que alguma daquela agricultura intensiva causa nos solos, esgotados e envenenados por fertilizantes cancerígenos, ou na quantidade absurda de água que algumas daquelas culturas consomem, que aprofundou a sua escassez, num distrito onde sempre falta água e pouco ou nada chove.

Poderíamos falar sobre o abandono e o esquecimento a que está entregue o Alentejo, seja Beja ou o monte mais recôndito, com uma população envelhecida, empobrecida e que se sente invadida – e é manipulada a senti-lo – por imigrantes mais novos, diferentes, com uma língua e uma religião diferente, e tudo isto no quadro de uma estrutura social incapaz de absorver o impacto da nova realidade populacional, sem forças de segurança, cobertura de serviços de saúde ou infraestruturas básicas adequadas. [Read more…]