Texto encontrado no mural de Facebook do jornalista Paulo Moura, republicado com autorização do autor.

Foto: Fernando Veludo
«Há uns anos, fiz, para o Público, uma grande entrevista a Rui Rio, quando ele era presidente da Câmara do Porto. Correu mal.
Em parte, a culpa foi minha: como, na altura, Rio se recusava a dar entrevistas, alegando que os jornalistas lhe deturpavam as declarações, eu propus mostrar-lhe o texto, antes da publicação, para ele confirmar que não havia declarações deturpadas ou colocadas fora de contexto.
Ele aceitou. Fui para o Porto, a entrevista durou várias horas e falámos de tudo, sem condições nem pedidos de “off”. Pelo menos um terço da conversa foi sobre o tema na ordem do dia: as relações tensas entre Rio e o Futebol Clube do Porto.
Regressei a Lisboa, transcrevi e editei o texto e enviei-o a Rio, como combinado.
Nem meia-hora depois, liga a secretária da presidência: o Sr Dr vai enviar correcções.
Quando chegaram, a entrevista estava irreconhecível. Toda a parte sobre o FCP tinha sido eliminada e as outras respostas completamente alteradas, reduzidas a frases vazias e pomposas.
Liguei a Rio lembrando-lhe que nenhuma restrição havia sido pedida quando ao tema do FCP. Se isso tivesse acontecido, aliás, eu ter-me-ia recusado a fazer entrevista, uma vez que se tratava do tema mais importante da conversa.
Rio respondeu não se ter apercebido previamente de que as afirmações dele agravariam ainda mais a crise com o FCP, pelo que decidira entretanto apagá-las da entrevista.
Quanto às outras respostas, perguntei-lhe se havia alguma incorrecção da minha parte. Disse que não. Estavam correctas, mas não poderiam ser apresentadas assim. “Eu não sou o Zé dos Anzóis”, explicou. “O presidente da Câmara da segunda cidade do país não fala assim”, disse ele, referindo-se à forma como realmente tinha falado, na entrevista. “O presidente tem de se expressar com uma certa formalidade”.
E com base neste argumento, adulterou por completo a entrevista, transformando-a num rol de declarações inócuas e ocas.
Ainda tentei um compromisso, suavizando algumas respostas, sem lhes alterar o sentido. Ele recusou, exigindo a alteração radical, eu declinei, numa série de telefonemas, cada vez menos cordais, pela noite dentro. Quando viu que não me convencia, Rui Rio começou a ser agressivo, insinuando ameaças. E quando lhe disse que o texto (inalterado) já seguira para a gráfica, tornou-se realmente grosseiro.
A entrevista seria o tema de capa da Pública, a revista de domingo do Público. Mas na sexta à noite a Direcção do jornal recebe um telefonema da redacção do Porto: “Está aqui um representante da Câmara, com dois advogados, a dizer que apresentaram uma providência cautelar ao tribunal, para que a revista não saia.”
Naquela altura, o Público vendia mais de 100 mil exemplares ao domingo. A apreensão de todos os exemplares significaria um rombo financeiro muito sério para o jornal.
Felizmente, o juiz não reconheceu mérito às razões da Câmara, e recusou a providência cautelar. A entrevista saiu, inalterada.
Publicamente, Rui Rio não se queixou.
https://www.jn.pt/…/rio-tenta-impedir-publicacao-das…»
Este texto, o editorial do público…Os cartilheiros socialistas decidiram hoje que a cartilha é o Rio como ameaça à liberdade de imprensa.
Eu ainda sou do tempo em que o Costa mandava sms a jornalistas do expresso a ameaçar. Mas 15M€ compram muita coisa.
Não vejo nesta atuação pretérita de Rui Rio nada de criticável. Um entrevistado tem efetivamente direito a editar a sua entrevista. Penso eu de que.
Isso não é uma entrevista, é um press release.
O que os pulhíticos não querem publicar é justamente o que mais precisa ser publicado. Não só entrevistas: devem estar sempre sob investigação. De preferência sob escuta.
Não gostam? Não se candidatem. Não chulem o contribuinte. Vão trabalhar. Aí já podem ter segredinhos.
Tem o direito, se for acordado. Não pode é esperar que se leve a sério alguém que quer controlar o que é dito sobre ele.
E que tal falar das jornalistas entretanto “arredadas” da RTP, e programas de informação cancelados?
No que toca ao “controlo da informação” o PS não recebe lições de ninguém. São catedráticos. Vide o que se passa com os média actualmente.
Foram para a CMTV. São, de facto, uns coitadinhos. Já agora: a RTP não é pública?
Era uma vergonha a televisão pública ter um programa daqueles. Foi para a CMTV, onde está bem, e segundo consta vai para a direção da revista Sábado, uma revista idónea, também à medida dessa jornalista.
O Correio da m****
Feito á medida dos seus espectadores e leitores
Foram privatizadas para onde o seu mérito seria reconhecido, que a qualidade daquilo é demasiada para o canal público.
E, tal como Ihor e muitos outros casos, ninguém vê nem quer saber excepto quando usa como arma política tosca.
Não deixa de ser curiosa a oportunidade com que Paulo Moura decide revelar esta história (seja ela verdadeira ou falsa) no Facebook. Já teve 18 anos para o fazer, somente agora o faz. E porquê? Porque lhe convém agora denegrir Rio. No passado tal não era preciso, mas agora é. Assim se vê que tipo de jornalista Paulo Moura é.
Pois, pois!
E não deixa de ser curiosa a oportunidade com que o “balio” decide escrever o presente comentário.
E porquê? Porque lhe convém agora enaltecer Rio. No passado tal não era preciso, mas agora é. Assim se vê que tipo de comentador o “balio” é.
Quando a mensagem desagrada aos poderes instituídos, ataca-se sempre o mensageiro. É truque muito antigo. Agora a culpa é do jornalista, nunca do nazizinho.
O jornalista em questão começa logo mal.
Começa mal, porque combina com o entrevistado que ele terá que aprovar a entrevista.
É aqui que o jornalista falha.
Ele aqui devia ter sido intransigente e não aceitar a pré-condição ou então teria de elaborar em que termos admitiria essa “ingerência” do entrevistado .
Mas em Portugal as escolas de jornalismo tornaram-se em escolas de jornalixo.
Esta opinião não é suportada por algo que eu saiba sobre como funcionam as ditas escolas. Esta opinião é fundamentada nos frutos que de lá saem.
Também os próprios jornais são escolas de jornalismo, ( já houveram tempos que os jornais eram as únicas Escolas de Jornalismo ).
E o Público deve ser uma péssima escola de jornalismo. Ou uma óptima escola de jornalismo se pensarmos que como o seu actual director.
O actual director do Publico acha que uma das funções do Público é censurar opiniões divergentes do governo vigente.
Ou não se lembram do caso médico Pedro Girão?
É esta a escola do jornalista , e como já aqui alguém bem notou , o Paulo Moura lembrou-se disto justamente quando sai a primeira sondagem em que o PSD fica acima do PS !
O Paulo Moura se achava tão importante esta situação , publicava-a após 30 de janeiro. Após 18 anos mais 1 mes não faria muita diferença .
Dito isto o Paulo Moura tem pouca credibilidade, o Paulo Moura representa um jornalismo pouco credível.
Um jornalismo que desde que começou a precisar de subsídios para sobreviver se tornou subserviente.
Joana Quelhas
Pois citemos:
“Em parte, a culpa foi minha: como, na altura, Rio se recusava a dar entrevistas, alegando que os jornalistas lhe deturpavam as declarações, eu propus mostrar-lhe o texto, antes da publicação, para ele confirmar que não havia declarações deturpadas ou colocadas fora de contexto”.
Desculpe lá, ó Quelhas: isto significa “aprovar a entrevista”?
Cá p’ra mim significa apenas ultrapassar uma desconfiança, que até podia ser, em abstrato, justificada.
E, se leu até ao fim, não houve “jornalixo” nenhum!
A existir aqui mau comportamento, não foi do Paulo Moura!
A literacia e a escolas, neste país, estão uma desgraça.
Esta opinião não é suportada por algo que eu saiba sobre como funcionam as ditas escolas. Esta opinião é fundamentada nas Quelhas que de lá saem.
O FCP – esse puteiro – ‘ tratava do tema mais importante da conversa’.
Aí parei de ler…
Não gostas de fado, de futebol e de Fátima? Estou para a minha vida!
Doeu-te o Vieira, foi? Paga e cala.
Queria comentar, mas não quer ser ingrato. É que devo um grande favor ao Paulo Moura: ter deixado de comprar o Público. Mais grato (porque é mais caro e foi há muito mais anos), só ao Miguel Sousa Tavares, porque, graças a ele, deixei de tocar no Expresso.
Ora aqui está um comentário esclarecedor! Muito obrigado!