Costa ganhou o braço de ferro entre o PS e PCP mais BE. Não quis ceder à negociação, como fizera nos anteriores 6 orçamentos, e deixou cair o governo.
Cheirou-lhe a fraqueza do PSD e CDS, bem como do PCP e do BE e, qual matador, avançou para o golpe final.
Na sua sofreguidão, criou o palco perfeito para o reforço de deputados do esgoto da extrema-direita. Pelo caminho, secou o PAN e, quiçá, o CDS.
Não vou entrar no discurso do povo ser sábio. Uma possível maioria absoluta para um partido que teve Cabrita e os sucessivos escândalos, Sócrates e sua entourage e a má memória da corrupção não pode vir de um povo sábio.
De nada valeram as manipulações que, de repente, passaram a colocar Rio colocado a Costa e, às vezes, até à frente, nas “sondagens” e como fez o PÚBLICO nesta capa. Título onde Costa é dado como estando à frente de Rio, mas fica em segundo plano, com uma carantonha, em contraste com um Rio sorridente.

Adenda: nem tudo é mau. O execrável Rio não tem grande futuro pela frente.
É um povo que se lembra da Troika, da peste grisalha, das metas não cumpridas apesar do custo, e das ameaças das outras paragens, que saiu do sofá e votou na estabilidade. Até voltar a fartar-se e pensar que para mais do mesmo, não vale a pena.
O país, esse lá continuará o seu caminho de auto-colonização a seguir o consenso, seja lá qual ele for, que também não mudará muito até dar um trabalhão para qualquer lado.
Houve 6 anos de estabilidade. Vamos ver o que aí vem nos próximos 4 anos.
Se não sabe, fica a saber que a estabilidade para mim não vale muito depois de um mínimo. Mas é fácil assustar os eleitores que o mundo acaba se os partidos divergem, ainda estamos mal habituados.
Já que não cabe em mais lado nenhum…
Engraçado vai ser mais uma reviravolta das pessoas muito sérias sobre Rio, e como afinal é um líder horrível outra vez.
Enfim, Rio… Ao menos, algo positivo nesta noite eleitoral – a derrota do tiranete.
Há vários derrotados nesta noite.
Primeiro, os partidos à esquerda do PS.
Mas para esses a derrota é sempre relativa, uma vez que nunca foram governo, e pelos vistos, nem aspiram a sê-lo. Ainda assim o melão deve ser grande.
Já o PSD apostou tudo no desgaste deste governo, que, diga-se, cometeu erros imperdoáveis, mas ainda assim não lhes trouxe qualquer benefício.
Qual a razão?
Enquanto os portugueses não se esqueceram da Troika, enquanto o PSD não abandonar aquele discurso miserável, enquanto não se demarcar do Chega, nunca mais ganhará umas eleições.
Já a maioria absoluta do PS é para mim uma surpresa, e digo-o com franqueza, só foi possível em parte, pela forma como as várias sondagens durante a campanha criaram a suspeita de uma presumível vitória do PSD, mas acima de tudo, na vitória dos partidos da direita, todos somados.
Mas há outro perdedor do qual ainda não se falou. Está calado que nem um rato. Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente nunca lhe passou pela cabeça que o PS ganhasse com maioria absoluta.
Bem, ao menos, desta vez, Costa não terá que segurar o guarda-chuva ao Marcelo. Nem que não seja porque estamos em seca.
É um povo que se lembra da Troika, da peste grisalha, das metas não cumpridas, que saiu do sofá e votou na sucata.
De acordo com J. Cordeiro: sábio, este povo? Depois da desastrosa I República uma ditadura saloia, depois uma partidocracia podre. Quando, onde é que foi sábio? Sábio em quê?
Este povo, a metade deste povo que ainda vota, deu a maioria a uma máfia sucateira. A um aldrabão descarado e cabotino, apanhado em escutas vergonhosas, um FDP que faz ‘focus groups’ após tragédias, um merdas que se arma em calimero para desgovernar sozinho com ainda maior impunidade. Fora os que votaram em Chegas e ILs.
O povo que assim vota merece tudo que lhe aconteça.
“É um povo que se lembra da Troika, da peste grisalha, das metas não cumpridas”
Será que se lembra mesmo? Ou estará deslumbrado com os noventa e tem por cento de vacinados?
Estava a citar o Marques, mas sim, é provável que se lembre. E acho bem que se lembre do saque de Passos Coelho, o convicto cobrador fiscal da Troika e outros mamões.
O problema é esquecer-se de quem trouxe a Troika; de quem enche os mesmos mamões; de quem consegue ser ainda mais podre que a Laranja Podre. Nada neste esgoto a que chamamos ‘democracia’ é pior que o PS. Nada.
“saiu do sofá e votou na estabilidade”. Para não achar que estou a ser críptico, porque tinha duas escolhas em quem escrevia o orçamento; pelo menos, acima de outros motivos.
A pergunta a fazer é se o Dr. Costa sempre vai avançar com aquele orçamento calamitoso que tinha feito para fingir que estava a dar tudo ao BE e à CDU (quase tudo – tudo era demais). É que, sem precisar da esquerda para nada, ele é gajo para manter só a capa.
Faz o costume: aprova e executa outra merda qualquer; e nada de rectificações!
Correcto. Com a geringonça deixou de haver orçamentos rectificativos (isso era coisa do Passos) e passou a haver orçamentos “suplementares”. Gente esperta.
O Passos rectificava e continua a falhar completamente. Isso é que eram tempos de seriedade!
continua -> continuava
Andas amuado! Come toucinho que isso passa-te.
“De nada valeram as manipulações que, de repente, passaram a colocar Rio colocado a Costa e, às vezes, até à frente, nas “sondagens” e como fez o PÚBLICO nesta capa.”
Ai valeram, valeram. Valeram uma maioria absoluta. Não fora essas sondagens, e o Costa jamais lá chegaria.