As eleições estiveram mais próximas da lógica do Big Brother, ou de qualquer concurso televisivo, do que de um exercício capaz de esclarecer os eleitores para uma escolha democrática. Por isso mesmo o Viagra do Cotrim, o Albino do Rio ou a Acácia do facho foram mais citados do que os temas centrais da governação ou as aberrações programáticas dos respectivos partidos. Assim, a direita que quer proibir greves e acabar com a negociação colectiva, radicalizar a liberalização do mercado de trabalho, vender o que sobra da estrutura económica do país, cobrar os mesmos impostos a ricos e pobres, foi capitalizando simpatia ao invés do escrutínio público que por certo teria o seu preço a pagar em votos. Os jornalistas passaram a apresentadores de um concurso de variedades destinado a medir a popularidade do espectáculo pelo espectáculo, mesmo que isso aconteça sobre a vala comum do jornalismo e do debate de ideias. A direita da direita cresceu, a esquerda da esquerda foi devorada pelo PS que ganhou às suas custas com maioria absoluta, há 12 fascistas medievais num parlamento democrático, mas as lições a tirar destas eleições não se ficam por aqui.
O eixo do debate político das últimas eleições mudou de flanco. Se desde 2015 o foco estava à esquerda, em 2022 passou a estar entre Costa e os partidos à sua direita e entre os próprios candidatos da direita. Nos anteriores ciclos políticos foi à esquerda e entre as esquerdas que se pautava o andamento eleitoral, desta vez os maestros foram outros. Sete anos de geringonça produziram um PS com maioria absoluta e uma direita mais diversificada, mais violenta e mais representada no próximo parlamento. Escrevi-o atempadamente que, fosse qual fosse a geometria desenhada pelas eleições, a única coisa certa era que o resultado ia ser apenas o princípio do preço a pagar pela ingenuidade que levou a esquerda a abdicar de si e do seu programa. A geringonça morreu antes mesmo de ir a votos, mas só agora é que o lado b das suas consequências vai verdadeiramente começar. A esquerda da esquerda sai destas eleições a precisar não só de balanço, mas também de um bom psicanalista, tal é o delírio com que continuam a não querer ver o abraço de urso que o PS consumou ao fim de seis anos de governação negociada.
Quem tentou combater o PS no terreno do PS e a extrema-direita no terreno da extrema-direita fez um serviço ao PS e à extrema-direita. Falar da corrupção sem falar do capitalismo e limitar a utilidade da esquerda à governação do pragmatismo institucional dos negócios comuns, não foi simplesmente uma estratégia errada, foi uma estratégia suicida. BE e PCP perderam perto de 350 mil votos em dois anos e se recuarmos até ao nascimento da geringonça, quando o PS estava à beira de pasokizar, esse número sobe para meio milhão. O mais espantoso é que depois disto ainda há quem, nesses partidos, conclua que a culpa foi de votarem contra o último OE do PS, sem se questionar sobre o erro de terem votado a favor de todos os outros que o precederam, com exigências abaixo de qualquer mínimo olímpico de civilidade. Os que queriam a esquerda da esquerda para o combate político ficaram desiludidos, os que ficaram felizes com a institucionalização e o pragmatismo acabaram a votar no PS contra si próprios. BE e PCP não foram castigados por um erro táctico de ordem parlamentar, foram castigados por um erro de estratégia política.
O elefante na sala destas eleições não foi a pandemia, foi a extrema-direita, incorporada, em diferentes matizes, em três partidos inconstitucionais que tiveram estampa no boletim de voto. Se pelo Adn e o Ergue-te poucos se deram conta, o Chega de Ventura foi o centro das eleições. Esteve presente em todos os debates, mesmo quando não estava presente, no articulado dos entrevistados mas também nas perguntas dos entrevistadores. Faltou esquerda à esquerda e, diga-se sem qualquer corporativismo, jornalismo aos jornalistas. A extrema-direita não ganhou, mas não será fácil de derrotar no actual quadro de complacência.
Foi uma campanha rocambolesca. BE e PCP fizeram uma campanha em defesa governação, a direita pareciam um gangue de agit-props a gerar instabilidade. Chicão a fazer de Ventura, Ventura a fazer de Cotrim, Cotrim a fazer de Rio e Rio a fazer de Costa, reforçaram Costa. No flanco oposto, Tavares a fazer de João e Catarina quando João e Catarina faziam de Costa, reforçaram, claro está, Costa. Para não ficar de fora Sousa Real fez pela vida, seja de Rio ou de Costa, mas acabou sem grupo parlamentar e também ela a reforçar Costa. Todas as alternativas parlamentares têm uma quota parte da responsabilidade na maioria absoluta de Costa, mas também na centralidade de Ventura no debate eleitoral.
A 22 de Janeiro, com as sondagens (cujas empresas devem ser rapidamente investigadas pelo Ministério Público), candidamente, a dar uma bem imaginada ultrapassagem de Rio a Costa, foram ouro sobre rosa nas pretensões do Largo do Rato, e ficou claro, depois das eleições, que foi o PS quem mais ganhou com a distorção gerada pelas sondagens. Por um lado alertaram o campo do PS contra o facilitismo, depois conseguiu que se passasse a discutir mais o charme do voto útil do que a pouco publicitária maioria absoluta. Cereja no topo da sondagem ainda deixou a direita a marinar na sua indefetível bazófia, com o Chicão, que acabou sem representação parlamentar, a profetizar ser Ministro da Defesa e Rio, que acabou sem qualquer futuro político e a perder deputados, a aconselhar a Costa que começasse a preparar uma derrota com dignidade.
Costa esteve sempre no limiar da maioria absoluta. O spin sobre o alegado empate entre o PS e o PSD e a certa altura até a ultrapassagem de Rio, serviu apenas para fins publicitários, com os olhos postos na mobilização da sua base natural e para aumentar a pressão do voto útil. Para a história fica mais uma tareia de táctica política de Costa a todos os demais, da esquerda à direita, mas que gerou duas consequências incontornáveis, com os novos liberais e velhos fascistas com mais votos do que a esquerda da esquerda somada, que paga de forma cruel o preço de ter aceite por demasiado tempo a bitola baixa da geringonça.
Já sabemos que só a luta muda a vida, mas era importante que os retrocessos não viessem do próprio processo democrático, com o beneplácito maior ou menor de todos os intervenientes. À direita ou à esquerda ficou claro que há uma nova linha divisória na sociedade e, de forma distorcida, na Assembleia. Para que a civilização continue a sobreviver à barbárie importa defender a sociedade da repetição de velhas ameaças. Votar à esquerda e à esquerda da esquerda não basta para derrotar a direita e a direita da direita, será nas ruas que se dará o combate decisivo contra todas as variações do poder absoluto, não num parlamento entregue a 12 fascistas e a uma maioria absoluta do PS de António Costa.
Ficou claro, à direita, que as diferenças entre todos são passíveis de articulação. O debate eleitoral foi esclarecedor para se perceber que é muito mais o que une Rio e Ventura do que aquilo que os separa. Assim que forem maioritários, novos e os velhos liberais vão dançar o tango com qualquer bota cardada e qualquer bota cardada estará, sorridente, à disposição. Os liberais e os democratas cristãos inalam mas não fumam, são crentes mas não têm fé, e os fascistas dizem querer moralizar o mesmo sistema que dizem querer destruir. Não sobra coerência nem projecto político, sobra uma palete de salteadores da coisa pública, dispostos a destruir o que sobra de Abril de todas as maneiras. Os novos fascistas parecem-me todos iguais, autênticas máquinas do tempo com bilhete só de ida para o século passado. Não sei se vamos a tempo de evitar a repetição da tragédia, mas vamos a tempo de combater a farsa por todos os meios necessários.
Não se compre, porém, a tese de que os novos liberais e fascistas são uma recomposição do CDS, mesmo que nas suas melhores votações os 21 deputados do CDS de 2009 ou os 24 de 2011 sejam quantitativamente equivalentes aos 20 de IL e Chega de 2022. Percebo que seja uma conclusão cómoda para a esquerda apavorada, mas é precipitada. Em primeiro lugar têm mais distribuição nacional e geracional, quando o CDS foi sempre um partido de gente velha, mesmo quando tinha candidatos mais jovens. Depois têm outro radicalismo, seja em matéria económica seja em matéria de costumes. O CDS sempre foi um partido pastel de saudosistas tão mitigados como envergonhados, já liberais e fachos são fervorosas milícias de doutrinação e hooliganismo. Uns nunca saíram do armário, os outros já nasceram fora dele.
Teremos quatro anos de estabilidade política e de instabilidade social para entender as razões que terão levado novos precários e velhos trabalhadores a votar em liberais e em fascistas. O que levou mais de meio milhão de eleitores, muitos jovens e trabalhadores, a confiar em quem lhes vai agravar, de forma ainda mais dramática, o modo de vida? Perguntas fundamentais às quais a esquerda terá que dar resposta, caso contrário, pior do que a repetição do ambiente dos anos 20 do século passado, será a impotência de evitar a repetição da década seguinte, que pariu uma ditadura que viria a durar, como sabemos, mais de 40 longos anos de obscurantismo.
Muito bom.
No início ainda fiquei com dúvidas sobre a data das eleições, em título. Depois de ler o artigo percebi a analogia com a data das ocorridas na primeira república.
Ainda bem que nos alerta para esses exemplos, ocorridos no início do século passado, os quais degeneraram numa ditadura.
Não tenho dúvidas. Se António Costa e o PS falharem desta vez, repetindo mais ou menos os mesmos erros de Sócrates, fica aberta a porta para a direita se perpetuar no poder durante muitos e longos anos.
Depois não se queixem.
Tudo muito bonito, mas o Renatinho esforçou-se por esquecer o mais importante elefante na sala. Refiro-me evidentemente ao facto de a esquerda sempre se ter recusado unir-se a sério. A insistência absurda e suicida de irem “cada um na sua bicicleta” só pode dar no que deu. Mais grave ainda, parece que ninguém está disposto a aprender com o desastre. Fala-se de reflexão, mas, a julgar pela história, as poucas e envergonhadas reflexões nem sequer o chegam a ser de facto. E isso paga-se caro, muito caro.
Bla, bla, bla… e voltamos à questão de sempre? Uniao para quê?Gerir o sistema de privilegios da grande burguesia? E imposições da UE?
O PS está livre, mais livre que nunca, para secar a esquerda melhorando as condições laborais e pensões, investir em transportes, preocupar-se com o ambiente, finalmente rever as carreiras com 20 anos de atraso, regular os casinos financeiros, cortar o rentismo, construir habitação, melhorar escolas e saúde, etc.
Não quer, por isso tudo ficará na mesma.
«Assim, a direita que quer …cobrar os mesmos impostos a ricos e pobres»
A cambada nem sabe bem o que lhes aconteceu e, como lerdos espantados com as suas próprias acções, inventam o papão que lhes justifique a imbecilidade.
É a descodificação da imbecilidade da taxa única, mamífero JgMenos, que o unifica ao Cotrim, a Ventura e a quem se seguir a Rio no PSD.
É a descodificação da imbecilidade de sempre: fazer dos outros estúpidos quando se armam de uma superioridade moral que a todo o tempo desmentem com uma desonesta e repugnante manipulação de palavras e ideias.
Ó “menos” !
Ainda não percebeste que a imbecilidade continua a ser tua !
Ainda não percebeste, que a maioria absoluta do PS, junta com a actual minoria da Esquerda, são suficientes para fazer um cerco sanitário ao chega e a metêl-lo num gueto ?
E a fazer fé (a ver vamos…) em que o PSD e a IL cumpram a sua palavra de só querer distância do ch. como se os 12 venturas tivessem lepra, o garrote será ainda mais apertado ?
Porra, ó “menos” ! Ainda não fizeste este simples exercício de “aritmética política” ?
Irra ! És mesmo um imbecil…
Para um otimista que vê o Chega pelo que convém à cretina pesporrência de uma esquerda – no seu âmago antidemocrática – pode o futuro trazer-lhe surpresas.
Nada indica que o Chega possa vir a ultrapassar todo o lodo, toda a merda, toda a desonestidade que a esquerdalhada vem dando provas há já 48 anos.
Pois. Citando…
“Nada indica que o Chega possa vir a ultrapassar todo o lodo, toda a merda, toda a desonestidade”
Ou seja: nada indica que a Agremiação do Venturoso Quarto Pastorinho possa vir a ultrapassar…a Agremiação do Venturoso Quarto Pastorinho!
PS. Passei a fazer como Vosselência. Agora cito só o que me convém.
Aliás, o resto da frase foi anulada pelo Supremo, como toda a gente sabe!
O “menos”
Como é que o ch. pode vir a ultrapassar o “lodo”, se o próprio LODO, é todo ele, no seu âmago antidemocrático, toda a merda, toda a desonestidade, toda a mentira em que chafurda ?
E queres uma prova viva do que eu digo ?
ÉS TU !
E só como anedota, vens aqui falar de… antidemocracia…da Esquerda !
Porra, os portugueses nunca vão deixar de trair o país! Só mesmo com um iluminado golpe de estado…
«será nas ruas que se dará o combate decisivo»
Com uma Direita que abandonou a canga abrilesca e uma esquerda que nunca mais fez que promover ‘confisco e distribuição’, será interessante de ver.
Pois tá bem!
Já comprou bilhete? Tenha cuidado! Foram 48 anos à espera do espetcáculo! Veja lá se fica cá fora!
E leve uma mantinha, que é capaz de ter de esperarum bocadinho, talvez outros 48 anos, pelo início do espetáculo.
O Venturoso Quarto Pastorinho leva muito tempo a apurar a “maquillage”.
Joseliveira, tenho por hábito ler os seus comentários e subscrevo muitas vezes as suas observações ou análises. Em boa parte até concordo com quase tudo o que escreve neste comentário.
Mas há um pormenor que nos escapa. Pormenor esse que o BE e PCP também não intuíram. Subestimaram a capacidade dos portugueses se unirem em torno de um mal menor. Neste caso, o PS com a maioria absoluta, mesmo não gostando dela. Aliás ela só ocorre fruto de circunstâncias específicas, as sondagens publicadas. Essas criaram a ilusão de que a direita poderia vencer, ou, no mínimo, o PSD a ser o partido mais votado, mesmo que no final pudéssemos ter uma maioria de esquerda, obrigando no entanto o Presidente, o PS a aceitar um governo do PSD em minoria, por dois anos, uma vez que Costa iria embora.
Estas eleições fazem-me lembrar aqueles fogos de Verão, em redor das nossas aldeias, onde no meio de muita confusão e desorganização, toda a gente se põe a berrar e a deitar água no incêndio, sem se perceber no final quem perdeu os bens e quem se safou. Neste caso safou-se o mais forte. Já agora, o incendiário chama-se Marcelo Rebelo de Sousa. Só que ele também saiu chamuscado. Queria uma coisa e saiu-lhe outra.
Eu já aqui escrevi por diversas vezes, que a maioria de nós não vota por convicção num político específico, e muito menos num partido. Vota na expectativa de reduzir as hipóteses de quem não gosta, de alcançar o Poder.
O que aconteceu no domingo foi só isso.
Esta análise é fabulosa (no sentido literal do termo)… LOL.
Fábula: Narração de um facto ou conjunto de factos inventados ou imaginados. = FALSIDADE, FICÇÃO, INVENÇÃO, MENTIRA
“fábula”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/f%C3%A1bula [consultado em 01-02-2022].
Só espero que a extrema-esquerda continue assim. Ainda não perceberam o que lhes aconteceu e continuam a viver num universo de “faz-de-conta”, a olhar para o seu umbigo pensando tratar-se do mundo.
Fabuloso é você ainda não ter interiorizado a monumental derrota da direita tradicional, no qual a sua habitual prosa se insere, preocupando-se com dois partidos de protesto, a que chama de extrema esquerda, como se isso fosse algum estatuto de menoridade, que nunca quiseram assumir o ónus de exercer o poder, veja lá, tal é a ambição deles, com todas as suas vantagens e riscos. Estou à vontade porque até sou eleitor do BE. Mas não me deu azia, garanto-lhe.
Agora que tenho algum receio das maiorias absolutas do PS, lá isso tenho.
A monumental derrota de Marcelo Rebelo de Sousa e das suas intrigas palacianas, a dramática derrota do PSD, cada vez mais remetido para um gueto, o desaparecimento do CDS, esteve três vezes no governo da república, uma com Mário Soares e duas com o PSD, O aparecimento de uma direita xenófoba e claramente racista, no Chega, a ocupar o lugar da chamada direita democrática, isso não parece preocupá-lo.
Você parece aquele adepto do Porto que perdeu o campeonato, e acaba a falar na derrota do Santa Clara com o Benfica.
Ou você ainda não digeriu o resultado do dia 30 de Janeiro?
Está enganado. Preocupa-me e tenho muita pena do resultado do CDS. embora fosse algo que, infelizmente, já se previa. Mas o CDS teve. ainda assim, mais votos que o PAN e o Livre, sendo que ambos conseguiram ficar representados no parlamento, enquanto o CDS ficou de fora.
Repare:
CDS: 1,61 % – 86.578 votos (o mandatos)
PAN: 1,53 % – 82.250 votos (1 mandato)
L: 1,28 % – 68.975 votos (1 mandato)
Isto quer dizer que é fundamental alterar o nosso sistema eleitoral, criando de uma vez por todas círculos uninominais, os quais irão obrigar os eleitos directamente perante os seus eleitores, e um círculo nacional, onde TODOS OS VOTOIS CONTAM.
Isto sim, seria uma grande reforma democrátic,a e evitaria que “partidozecos” como o Livre e o PAN entrassem no parlamento, graças ao voto de meia-dúzia de wokes urbanos.
Quanto à “direita xenófoba e claramente racista”, se calhar você é um dos que chamava fascitas ao CDS em 1975/1976. Eu ainda não me esqueci do cerco ao Palácio de Cristal, bem como do sequestro à Assembleia quando Pinheiro de Azevedo era primeiro-ministro. É desses tempos que “gentinha” como este Renato Teixeira (e se calhar também o Rui) tem saudades. Mas desenganem-se – esses tempos não vão voltar. NUNCA MAIS.
Pois!
Até porque os “wokes” do CDS passaram a navegar noutras águas, uns “liberalizaram” as amarra, outros “chegaram” as outras bandas.
Agora, aquilo que escreveu:
“Isto sim, seria uma grande reforma democrátic,a e evitaria que “partidozecos” como o Livre e o PAN entrassem no parlamento, graças ao voto de meia-dúzia de wokes urbanos”.
Então o tal círculo nacional não serviria para todos?
Todos os votos contam, menos os dos tais “wokes”?
Só mais uma nota: a última tentativa de invasão da AR foi tentada por…polícias! Já não se lembra???
Mas lembra-se de 75! Dizem que isso é Alzamar, ou lá que é!. Corre-nos a todos!
Só mais uma coisinha…
Foi pena que o CDS, enquanto esteve repimpado no Governo e com 19 deputados, para não dizer muito antes quando pertenceu a maiorias ainda maiores, nunca tenha feito depender alguma coisa da alteração da lei eleitoral.
E do tal “círculo nacional”.
Quando eu tiver paciência (tenho de consultar umas coisas…), até podemos ver o que o CDS preconizou ao longo dos tempos da democracia.
Vosselência ficaria bem surpreendido! Uma pista: oscilou conforme os tempos lhe eram ou não favoráveis.
Devia ver a lei eleitoral que se propunham fazer nos tempos da primeira AD! Com círculos eleitorais desenhados à medida!
Chama-se a isto, lá na minha terrinha, oportunismo puro!
Se o chamado PREC teve um final sem grandes atropelos e dramas, apesar das várias tentativas de assalto ao poder por parte dos comunistas, isso deve-se quase exclusivamente aos militares do CR, a Eanes e a Mário Soares, bem como ao PS. O resto eram figuras decorativas que se colocaram na sua sombra, como os líderes dos partidos da direita. Tanto o PSD como o CDS.
Mario Soares que com inúmeros defeitos e virtudes, passou a ser logo que o regime estabilizou, o principal inimigo da direita.
É verdade que Soares estava caucionado pelos Norte Americanos. Mas ainda assim, estes reconheciam-lhe a força e a capacidade para ser o líder dessa oposição aos comunistas.
Agora, há uma realidade que você não aceita, apenas por puro sectarismo, que foi a evolução para a democracia, que o PCP fez. E isso viu-se ao nível autárquico, por exemplo.
Para si uma Zita Seabra, ex PCP, Fátima Bonifácio, ex PCP, um Luis Filipe Pereira, ex PCP, são democratas. Na altura do PREC, estavam do outro lado. Já o Jerónimo de Sousa e “sus muchachos”, são todos perigosos comunistas ortodoxos. E logo estes que já apareceram todos depois do 25 de Abril, Jerónimo só se tornou militante depois da revolução.
Confundir o BE com o Chega é só para “gente ousada e com vistas largas”, como o Fernando.
“… deve-se quase exclusivamente aos militares do CR, a Eanes e a Mário Soares…”
Está a esquecer-se de Jaime Neves e de Pires Veloso, entre outros.
“Confundir o BE com o Chega é só para “gente ousada e com vistas largas”, como o Fernando.”
Está enganado. Não confundo o BE com o Chega. O BE é MUITO PIOR. Apesar disso, não defendo “cordões sanitários” para ninguém, nem ando por aí a insultar os bloquistas, e a dizer deles o que Maomé não disse do toucinho. São representantes do povo português, e enquanto tal têm de ser respeitados. Acho que todos têm direito a exprimir-se, dado que todos foram eleitos democraticamente. Se alguém pisar o risco da lei e dos limites impostos pela Constituição, então terá de ser punido de acordo.
Para mim são adversários políticos, não são inimigos. É isso que me distingue do autor do miserável texto que estamos a comentar, e do “troll” Mendes, autor de muitos outros textos miseráveis.
Ó homem a ignorância é tramada. O Major General Pires Veloso, na altura Coronel, foi membro do Conselho da Revolução. Se não sabe, informe-se.
Ele e o irmão ocuparam no Porto, lugares de importância política e militar de enorme importância na mesma época.
Nessa altura os manos Portas andavam nas manifestações universitárias a fumar umas ganzas.
O Jaime Neves que foi para a tasca?
https://www.dn.pt/gente/militar-de-elite-chega-a-general-na-reforma-1199189.html
O Coronel Jaime Neves e o Coronel Pires Veloso eram militares, que estavam sob o comando de Ramalho Eanes.
Acresce que nenhum deles tem a mínima afinidade com a direita. Muito longe disso. Aliás um deles até era irmão do Eng° Aureliano Veloso, republicano e socialista, antigo Governador Civil do Distrito do Porto.
Se há um partido com fortes ligações aos Comandos é o PS. Essa ligação advém precisamente do pós PREC.
Quase todos os Cmdt’s da Proteção Civil em Governo do PS são Generais com o curso “Comando”. Vários Chefes do ramo Exército, durante governos do PS, eram Generais com o curso Comando.
Não percebi onde foi descobrir essa analogia do Jaime Neves e Pires Veloso, com qualquer outra coisa que não os militares de então, e quando muito, isso sim, alguma afinidade com o PS.
Não sei o se o Coronel Jaime Neves estava ou não ligado ao PS e a Mário Soares. Acho que não, assim como Ramalho Eanes não estava (ao que sei, as relações entre os dois estavam longe de ser amistosas).
Ligado a Ramalho Eanes, claro que estava. Mas que a extrema-esquerda detestava Jaime Neves e este detestava a extrema-esquerda, é um facto:
https://www.dn.pt/politica/pcp-bloco-e-verdes-contra-voto-de-pesar-a-jaime-neves-3029211.html
Já agora, este artigo traz uma versão do 25 de Novembro difeente, e que enaltece precisamente a acção de Jaime Neves e de Pires Veloso:
https://www.publico.pt/2008/12/08/jornal/entrevista-pires-veloso-nao-se-pode-ensinar–as-criancas-que-eanes–foi-um-heroi-287212
E quanto a Pires Veloso, destaco aqui uma poassagem da entrevista cuja ligação publiquei acima:
“Durante o PREC, havia entusiasmo e terror ao mesmo tempo. Muitas pessoas foram agredidas, ou presas, por serem, alegadamente, fascistas. De mim sempre disseram que era um fascista e um bombista…
Não esteve ligado à rede bombista?
Não. Que rede bombista? Disseram-me que havia o ELP e o MDLP, que tinham muitas armas. Para mim, o ELP era uma fantasia, para meter medo. O MDLP, do Alpoim Galvão, onde eu sabia que estavam muitos oficiais meus…
Sabia que os seus oficiais pertenciam à rede bombista?
Sim. Quer dizer, não sei. Bombistas havia por todos os lados.
Mas estava informado de que oficiais seus pertenciam a alguns desses grupos armados?
Pois, constava. Mas o que eles queriam, no fundo, era ordem e disciplina. Não digo que pertencessem a esses movimentos. Mas havia um apoio tácito.
Da sua parte também havia um apoio tácito, então.”
DESTAQUE: “De mim sempre disseram que era um fascista e um bombista…”
Pelos vistos o seu pensamento, enquanto bloquista, evoluiu. Ainda o vou ouvir dizer que o Otelo era cúmplice de crimes de sangue.
E Mais esta citação: “Famoso sobretudo no pós – 25 de Abril, Pires Veloso foi o Comandante da Região Militar Norte, tendo tomado posições mais à direita do que era comum nessa época em que se vivia o famoso “PREC – Processo Revolucionário em Curso”.
Considerado por muitos o “Vice-Rei do Norte”, foi um militar todo-poderoso que tentou voltar a impor a cadeia hierárquica de comando às unidades que na altura obedeciam mais à ideologia marxista do que à pirâmide militar.”
https://www.rtp.pt/programa/tv/p26470/e7
“Aliás um deles até era irmão do Eng° Aureliano Veloso, republicano e socialista, antigo Governador Civil do Distrito do Porto.”
Seguindo a sua lógica, o Paulo Portas deve ser simpatizante do BE, já que é irmão de Miguel Portas, um dos fundadores… LOL
«derrota da direita tradicional»
Leia-se da direita empestada pelas circunstância de Abril, a saber: manu militari; traidores, covardes e agentes soviéticos à solta; idiotas sortidos; povinho a acreditar ter chegado o Pai Natal. Assim se chegou aos anos 90.
Seguiu-se a comedoria da União Europeia, com o sobressalto de 2010..
Está perto a hora de acabar a comedoria. o país vai encontrar-se em pleno com as consequências da estupidez esquerdalha, e vai reconhecê-la muito claramente!
Pois vai! Mas como?
Vai ressuscitar finalmente o António de Oliveira da Cerejeira de Santa Comba?
Finalmente! Tinham prometido que era ao terceiro dia e, até agora, nada!
Bem, pelo Menos acabavam-se as polémicas com as ruas e as estátuas.
E vocês continuam a achar que é possível que os portugueses acreditem que só não são milionários numa potência mundial por causa de quem é diferente enquanto for trivial observar quem lhes facilita ou dificulta, entre outras coisas, o acesso a saúde e educação, mas os outros é que estão no universo errado.
“Depois não se queixem”, diz o Naldinho. Muito boa.
Quarenta anos a apoiar a partidocracia, a ir botar o botinho nestes partidos-esgoto, a repetir ‘não há melhor que isto’, a tolerar pulhas e corruptos, calotes e bancarrotas, bandalheira e impunidade, a branquear o Centrão e o ‘mal menor’, a ignorar quem constata que o rei não só vai nu como fede… e diz não se queixem!
Não é só o Naldinho, claro: são todos os centristas, esquerdinhas e demais carneirada ‘moderada’ que anda de cu para ar, à espera de ser enrabada pela máfia xuxa ou laranja.
Aqui têm o vosso resultado: após cascatas de esmolas europeias, o país mais pobre, corrupto e atrasado a oeste da Albânia… prestes a ser novamente saqueado à tripa-forra pelo PS, o gangue da sucata. Parem de culpar os outros: a culpa é VOSSA.
Estão a ver o Chega e a IL? Também culpa vossa. E vai piorar. Mas continuem a fazer ‘análise’ pulhítica e a ir botar o botinho no mal menor. Depois queixem-se. Queixem-se muito.
“Beatriz Gomes Dias, Isabel Pires, José Gusmão, José Manuel Pureza, Moisés Ferreira, António Filipe, João Oliveira, Heloísa Apolónia, João Ferreira.”
Vamos ter 9 s(u)inos fora da AR, entre eles, 3 prcas e 5 prcos de extrema-esquerda. A luta não será na AR, mas na rua ! Preparem-se !
Mamado(s) Bas
finalmente o comentário passou. nao era neste post mas no post do porco do Maio(Perdas em combate. E quem perde é Portugal)
, mas o aprendiz de censurador apaga os posts que não lhe interessam, à comuna. Mama…
Pois tá bem, ó Luiz Mamacoiso!
De qualquer modo tenha cuidado! Não abandone ainda a sede da choldra que se arrisca a ficar sem casota!
Isto ainda não é o do Venturoso Quarto Pastorinho!
Ui, deviam-se ter lembrado dessa, ficava convencido, mas já é tarde…