A situação é dramática, mas não há sensatez que entre na cabeça dos governos espanhol e português, que, na avidez do negócio (e viva o crescimento económico liberal, que, como se vê, não é exclusivo do partido que o reivindica para si!), continuam a destruição do ambiente e a promoção da desertificação, aumentando violentamente ou mantendo a agricultura intensiva de regadio.
Consta hoje no Jornal Público:
„Esta terça-feira está reunida a Comissão Permanente da Seca, que congrega vários ministérios, para analisar a situação e eventuais medidas a tomar. A seca, que começou a agravar-se no país em Novembro, deixou Portugal continental no final do ano com 93,7% do território em seca fraca, moderada ou severa. O mapa de Janeiro do IPMA, além de indicar que 100% do território se encontra nessa situação, coloca já uma vasta área do Algarve e do Alentejo em seca extrema.“
Em Espanha, a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, afirma que:
“Neste contexto, os planos hídricos não podem continuar a apoiar o tipo de práticas que têm levado à sobreexploração dos aquíferos, à contaminação das águas subterrâneas e à deterioração dos nossos rios”. “Precisamos de acordar para a realidade, simplesmente não há água suficiente para tamanha necessidade de irrigação. Os agricultores estão a cavar as suas próprias sepulturas”.
E as nossas também.
Mas persiste-se em fazer o jeito ao agro-negócio. Estou para ver quando começa a guerra pela água para as pessoas e a água para esta insana agro-ladroagem, à custa do planeta e das gerações futuras.
Há certa gente que só vê o que quer ver. Neste caso, não querem ver que o clima mudou e que a agricultura tem de se adaptar a essa realidade, goste-se ou não. A Terra se encarregará de lhes mostrar como é.
O problema é que a factura nunca é paga por quem autoriza essas explorações e por quem se limita a extrair o lucro.
Quando a coisa apertar pagam todos, mas uns mais do que outros.
A minha avó dizia sempre que Janeiro quente trazia o diabo no ventre e em Fevereiro enche o ribeiro. As televisões não sabem nada. O lucro acelerado é que estraga tudo. Portugal até tem das maiores reservas subterrâneas de água da Europa. Se for preciso vão buscá-la aos locais onde ela se encontra.
Tudo serve para a cruzada anticapitalista, ou seja a luta pela implantação de um Estado totalitário comandado pelos sabidões que a (co)mandam.
Lança-se mão de tudo , a demagogia é a ferramenta de eleição- Para a Aninhas até a falta temporária de chuva é culpa dos malvadões capitalistas agora rotulados de agricultores “Intensivos”. A Aninhas presta-se ao papel Malagridico de esclarecer que o castigo da seca é enviado pela deusa “Mãe Terra” à conta dos pecados do capitalismo . A Aninhas é o protótipo moderno do paganismo.
A Aninhas adora a Mãe Terra e logo á noite como é Vegana vai preparar um jantar com mirtilos mini tomates não intensivos. Ela deixa os “intensivos” para os pobrezinhos que são mais baratinhos.
Joana Quelhas
Pois todos sabem, ó Quuueellhhhass,
A origem do problema. O Dr. Cotrintin já o apontou, com a extraordinária argúcia que o carateriza quando fica arguto.
Privatizem as barragens que elas enchem-se logo! O Estado não tem vocação para gerir barragens. Deixa tudo ao abandono, a malta não pára de lá ir encher jerricans para cozinhar o bacalhau à borla e depois vê-se o resultado.
Entreguem as barragens aos arrojados empreendedores que, no dia de hoje, se acumulam às portas da “Uber” a queixar-se de passar fome e o problema estará resolvido!
Bem, pelo menos à sede já não ficavam!
O Estado é uma máquina repressiva ao serviço dos patrões, dos fascistas e dos liberais. A Joana quer um Estado a fingir para não ser acusada. Logo agora que o liberalismo está falido é que brotaram, vêm em busca do rebusco, às vezes saboroso mas sempre de pouca dura.
Temporária e cíclica. Os ciclos só apertam por causa do marxismo cultural.
Espero que tenha o mesmo a dizer quando vierem pedir apoios pelo azar: tivessem mérito, o papá não serve para isto.