Deus perdoe a Rio….

 

150 mil votos de portugueses a viver na Europa foram para o lixo. Qualquer coisa como os votos de um concelho inteiro da Área Metropolitana do Porto ou de Lisboa. Foram só 80% dos votos. Só! Porquê?

A imprensa conta a coisa com detalhe. Primeiro o PSD aceitou que fossem validados os votos sem cópia do cartão do cidadão e depois voltou atrás com a sua decisão. O representante do PSD nesta brincadeira chama-se António Maló de Abreu, vice-presidente do partido. Certamente, confundiu as eleições para a sua concelhia com eleições legislativas. Que o senhor deputado esteja habituado a batotas nas eleições internas do seu partido, estou como o outro, quero lá saber. Agora que adopte o mesmo tipo de pensamento para umas eleições sérias e a sério, isso já é outra conversa. É que isto foi uma cuspida na cara aos portugueses que, vivendo fora do seu país de origem, entenderam exercer o seu DIREITO de voto. Um direito que foi conspurcado e violado pelo senhor Maló. No alto da sua arrogância e na sua pequenez mentalidade este vice-presidente do PSD desrespeitou os seus eleitores e a história do seu partido. Num partido decente e com liderança o senhor Maló já tinha ido borda fora. Num país a sério os senhores Maló não teriam este tipo de poder. 

Ora, António Costa, ainda tentou que Rio demovesse a figura. Não foi fácil. Até que o “sabidola” do Costa jogou a cartada essencial para convencer o contabilista que ainda lidera o PSD: anular 80% dos votos era um rombo considerável nas contas da subvenção dos partidos. Foi tiro e queda para Rio se mexer da cadeira. Mas foi tarde. Isto realmente não se inventa.

Em toda esta história fica uma conclusão: a liderança de Rio no PSD é absolutamente tóxica. Deus lhe perdoe. Eu não.

Processo de normalização do nazismo em curso

No Brasil, a ascensão de Bolsonaro, e subsequente normalização da narrativa da extrema-direita, deu palco a extremistas como o YouTuber Monark, que, por estes dias, se tem batido pela reabilitação do nazismo, como se de uma questão de liberdade de expressão se tratasse.

Em Portugal, os neo-nazis do NOS, grupo entretanto extinto, que tinha nas suas fileiras inúmeros criminosos condenados por crimes violentos, como Mário Machado, seu fundador, foram literalmente absorvidos pelo CH, ocupando hoje em cargos de direcção do partido. Não se iludam: é uma questão de tempo, até que tenhamos esta gente a romantizar Adolf Hitler.

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Ao cuidado daquela malta que acha que o Facebook é uma entidade pública eleita por sufrágio universal

Acho muita piada, muita piada mesmo, à malta que se queixa da falta de democracia do Facebook, quando a plataforma restringe ou censura um conteúdo. Como se o Facebook fosse uma entidade pública eleita por sufrágio universal. A coisa torna-se ainda mais engraçada quando este tipo de críticas parte daquela malta que defende, com unhas e dentes, a liberdade absoluta das empresas privadas de fazer o que lhes dá na real gana. Pois bem, meus amigos, não sei se já deram conta, mas o Facebook é uma empresa privada. De maneira que, se não estão bem com as regras do tio Zuck, a minha sugestão é que fechem a conta e mudem de rede. Não é que não se passem as mesmas coisas nas outras redes, também elas – preparem-se para o choque – propriedade de empresas privadas, que decidem em função dos seus interesses, não da democracia ou do bem comum, mas sempre dá aquele arejo virtual. Agora misturar democracia, liberdade de expressão e decisões racionais feitas por empresas privadas no sentido de maximizar o lucro é só parvo.

Licença menstrual

 

Desde aquele longínquo momento em que tive a primeira menstruação que me indignei com o primitivismo da Natureza no que toca a esta absurda “solução”. What??? Uma pessoa está em qualquer sítio, em qualquer momento, no meio de qualquer tarefa ou divertimento e começa a escorrer-lhe sangue das entranhas??? Mas que despropósito é este??? E depois tem de gramar isto ao longo da vida, bem como, frequentemente, as dores de cabeça e de ventre que lhes estão associadas???

Enfim, uma mulher acaba por se conformar com estes malfadados dias do mês aos quais atribui nomes do mais idiota que há porque continuam a ser tabuizados, procurando ignorá-los e ultrapassá-los sem acidentes de maior. Mas eles lá estão, e, mais ou menos, incomodam.

Gostei, pois, da notícia vinda de Girona, que passou a ser a primeira câmara municipal a conceder uma licença para dores menstruais, com direito a oito horas por mês, consecutivas ou não, que podem ser compensadas durante o trimestre seguinte.

Parece-me isto muito bem, já que se tem de aturar esta aberrante ideia da mãe natureza…

P.S. Sobre a “solução” encontrada para o parto já nem digo nada…