Um dia triste para a humanidade. Putin fez aquilo que eu e muitos outros não acreditavam ser possivel e lançou um ataque em larga escala contra o território ucraniano, em toda a sua extensão. A guerra está às portas da União Europeia e, parece-me, uma nova cortina de ferro voltará a dividir a Europa. A Ucrânia está entregue à sua sorte e Putin já deixou implícito que qualquer interferência externa elevará o conflito para o patamar nuclear.
As democracias têm agora a obrigação moral de se unir em torno de um embargo total à Federação Russa, sem excepções, como pretendem alguns sectores económicos, insensíveis ao drama ucraniano. Fecho imediato de fronteiras, congelamento de todos os activos russos no nosso território, suspensão de qualquer troca comercial, corte de vias de comunicação ao mínimo indispensável para manter aberta a via diplomática de serviço mínimo. Não podemos contribuir com um cêntimo que seja para o esforço de guerra russo.
Foram muitos anos, anos demais, a normalizar Putin e o seu regime. O resultado está à vista. Que nos sirva de lição para que percebamos a ameaça que a extrema-direita contemporânea representa. É por isso que não, não podem mesmo passar.
Aquilo que o João escreveu é verdade. A ameaça Russa não é ficção. É uma evidência.
Ficção é pensarmos que as sanções vão mesmo ser aplicadas em toda a linha e serão transversais. Que ninguém salta fora. Que o sacrifício é em nome de um mal maior.
Quando o vil metal entra nos negócios da guerra, sempre foi assim, começam os soluços, as dúvidas, o diz-se que diz-se.
Estou para ver os principais parceiros económicos da Rússia, nomeadamente na chamada Europa Ocidental, a terem tomates para aplicar sem rodeios as medidas agora sugeridas. Mesmo essas são ténues.
Portanto o que o João e outros defendem é que a civilizada Europa já tivesse invadido a Rússia como Os EUA fizeram com o Chile e outros países, para apear Putin do poder e democratizar o país, assim tipo Iraque ou Afganistão. E desse modo, a paz reinaria no império yankee. Brilhante raciocínio, não há dúvida.