Quem vai à guerra dá e leva começou por dizer o comunista António Filipe, até há pouco tempo considerado um comunista fofinho e por quem muitos verteram umas lágrimas por o povo não o ter reeleito deputado. Ontem, na TVI 24 o socialista Sérgio Sousa Pinto disse-lhe, olhos nos olhos, o que tinha de ser dito. O que já devia ter sido dito ao PCP, a este PCP. A história do PCP no combate ao Estado Novo, o trabalho do PCP a favor dos direitos dos trabalhadores não merecia este PCP.
Podem ver aqui na íntegra:
Pois foi!
Aliás o Sérgio já tinha a todos surpreendido pela sua frontalidade, aqui há tempos, na Convenção do MEL, quando se virou para o Venturoso Quarto Pastorinho, que estava na sala incógnito e, para disfarçar, disfarçado com um disfarce, e lhe disse com surpreendente desassombro:
“Ó Venturoso, diz lá á malta das tuas páginas para serem mais cuidadosos! Eh pá, parem lá de chamar ao meu Adorado Soares “o maior corrupto” e a “pedófilo” ao meu companheiro Ferro Rodrigues.
Vocês estão a exagerar, ó Venturoso, e a prejudicar o debate que temos de ter convosco para vos compreender. Francamente!”.
Também por este comovente momento teremos de nos curvar em agradecimento perante esta tão grande sumidade que, sabemos agora, já está a caminho da Ucrânia para dar o corpo às balas.
Parte depois de almoço e conta chegar lá para maio do ano que vem. Vai fazer umas paragens pelo caminho para debater com Altos Intelectuais qual a sua intervenção no conflito. O Putin que se cuide!
Surpreendente a proximidade ideológica entre Sergio Sousa Pinto e o Bugalho, reaccionário, mas um autêntico gentleman, ao pé do discurso cínicamente porcino do Sousa Pinto. Apetece perguntar. O que faz Sousa Pinto, que preferia um governo de Passos Coelho à geringonça de Costa, no PS ? Será Sousa Pinto, vagamente social-democrata ? Ou pelo contrário, Sousa Pinto, represente aquilo que é hoje o pensamento predominante nas cúpulas do PS, abertura completa ao grande capital, e lacaio incondicional do Império baseado em Washington. Em contrapartida, saúdo a coerência do comentário anterior. Num blog com esta orientação ideológica, não seria de esperar outra coisa, senão um apoio incondicional a tudo o que Sousa Pinto tem defendido nos ultimos anos. Tenham paciência com esta voz discordante a irromper no vosso espaço, mas já não há paciência para tanta arrogância, insensibilidade e prepotência, vosso apanágio. Continuem assim. com socialistas como estes, o futuro para vocês afigura-se risonho…
“o combate do PCP ao Estado Novo” visava substituir uma ditadura autoritária, por outra, totalitária. Em várias das épocas em que o Estado Novo interditou o partido comunista e perseguiu os seus militantes (nos anos 20 e 30 e, depois, nos anos 50 – porque durante a II Guerra precisaram do Estaline), quase todos os estados europeus, e mesmo a maioria das (poucas) democracias, fez o mesmo – o único aspecto em que somos originais é em entregar a gestão de “museus contra a resistência à ditadura” a pessoas que dizem que o Gulag nunca existiu, um tacho oferecido pelo PS, quando (fingiu que) julgou que o PCP tinha deixado de ser aquela seita estalinista que (até precisar deles para ter o poder) sempre tinha denunciado e isolado.