A Cristina Rodrigues foi deputada eleita pelo PAN e depois, em ruptura coma direcção do partido passou a deputada independente. Agora é assessora do Chega.
A confirmação é da própria nas suas redes sociais: “Com toda a transparência quero dizer vos q irei trabalhar p o chega. As minhas funções serão jurídicas e foi me assegurada a possibilidade de continuar a trabalhar certos temas q acho prioritários. Apenas vos quero dizer q continuo aqui, sp disponível p ajudar no q me for possível“.
Do fundamentalismo animal ao fundamentalismo ideológico é um saltinho.
Desde os idos anos de 1974, sempre assisti a uma enorme transumância entre políticos e partidos. Na altura, talvez por vergonha, ou será que era falso pudor(?), essa transumância remetia-se a uma transferência para o vizinho do lado. Do PCP para o PS. Do PS para o PSD ou vice versa, e por último do CDS para o PSD. Estávamos num primeiro período pós democracia, e cada um acabava por se ajustar ideologicamente às suas conveniências pessoais.
Com a entrada de Portugal na CEE e com os milhões de Bruxelas tudo mudou. Até porque a nossa entrada na Comunidade Europeia, abriu imensas portas, fora do país. Um sucedâneo de transferências entre partidos, tipo jogadores de futebol, em função do partido que estivesse no Governo, matou definitivamente a política no plano ideológico e até em certa medida no plano dos princípios.
Nada disto me é estranho, até porque o vira casacas faz parte da nossa tradição política liberal.
É por estas e por outras que não “compro” essa coisa da personalização do voto. As listas fechadas, se é que são um mal, são um mal menor.
De um modo geral, as pessoas têm a ilusão de conhecer e de serem capazes de avaliar a personalidade dos candidatos quando, na realidade, só conhecem a sua imagem mediática.
Depois a personalização só é possível por duas vias: ou a possibilidade de escolha dentro das listas, o voto preferencial (como acontece no Brasil – grande exemplo!), ou através de círculos uninominais.
O que mais atrai os partidários da personalização é esta última possibilidade, já que o voto preferencial é considerado complicado. Muitos pensam que irá ser possível eleger assim um dos vizinhos lá do bairro. Pois, na maioria do país, nem do bairro, nem da cidade, nem do concelho, nem até do distrito!
Ora bem, com o atual número de deputados, e admitindo que terá que ser acautelada a proporcionalidade através de círculos regionais e de um nacional, existirão círculos uninominais que irão corresponder a distritos inteiros, ou até mais que isso. Pode ocorrer, por exemplo, nos distritos do Alentejo e no Interior em geral. Ou seja, o tal deputado “aproximado” aos eleitores continuaria tão longe como agora.
Mas há mais: ou os círculos uninominais acabam com a paridade, ou situações haverá em que os candidatos escolhidos nas estruturas regionais não o poderão ser por serem do sexo errado. E se a distribuição por círculos tiver de ser coordenada pelos órgãos superiores dos partidos, lá se vai a cantiga da “proximidade”, que será igualzinha à de agora.
Terminando: a personalização do voto multiplicaria estes seres gelatinosos que se estariam a marimbar para as ideologias e mesmo para os projetos imediatos das forças políticas.
Tal como a Dona Cristina Rodrigues, muitos seriam os que estariam dispostos a trocar a militância anti-touradas, que dá uns votos, por um lugar de rabejadora no Grupo de Forcados Amadores do Quarto Pastorinho.
Onde irá contracenar com esse grande “diestro” que é o peão de brega Paulo Ralha, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos e ex-mais de um comboio de mercadorias de coisas. Também já com lugar assegurado no Venturoso staff.
Faz todo o sentido que a Cristina Rodrigues salte do PAN para assessorar o CH, que aquilo é só animais!
😂😋😂🤣😂
Só animais, será exagero. Também há um pastorinho.
E, pelo manifesto, a CR será mesmo a quinta pastorinha. Para estas coisas da pastorice é necessária alguma experiência.
Por aqui se vê a quem interesses este sistema eleitoral, se perguntarem a maioria dos votantes quem são os seus candidatos do circulo eleitoral a que pertencem, não sabem .. mas se perguntarem que são os jogadores do seu clube, vão ver que sabem… claro que existem responsáveis a AR, e a comunicação-social!!!