A histeria da direita sobre a habitação

Mas, mas… afinal não é a direita que condena, desdenha e tem asco ao que chama histeria? Não eram os betinhos que eram os das boas maneiras, da souplesse, do estilo, da nonchalance, da superioridade???

Afinal não. São aos montes os artigos e opiniões com reacções histéricas à proposta do governo “Mais Habitação”. Afinal também gritam, quando lhes dói, o que, como é óbvio, só mesmo muito raramente acontece. Foi desta e logo se ouve a chinfrineira: ai o PREC! ai o socialismo! ai os direitos individuais!

É como diz Leonor Caldeira, basta um toque e saltam das tocas os “activistas das casas vazias”. Só não sairão à rua, como fazem os activistas contra os fósseis, porque têm instrumentos de lobby bem mais poderosos e subtis. E ao contrário dos primeiros, é certo e sabido que vão alcançar os seus objectivos, de conluio com os media que têm no bolso.

O artigo de Carmo Afonso é absolutamente certeiro quanto ao que está em jogo:
Costumava caracterizar-se um homem bom como aquele que é capaz de dar a própria camisa. Para um liberal um homem bom é aquele que defende a sua própria camisa e mesmo que não esteja a usá-la.

Nem mais, trata-se de princípios, trata-se de valores (de ética e não da bolsa).

Porém esta cambada dominante de neoliberais a única coisa que respeita e idolatra é o homo economicus, darwinista, predador, egoísta e insaciável. Ao verem um faminto ainda defendem o seu próprio direito individual a não lhe darem de comer. O maior gozo obtêm em fazer finca pé de que venceram a competição.

Vão destruir o mundo, é mais que certo.

A histeria estorva a acção

O humorista Ricardo Araújo Pereira escreveu uma crónica a “atacar” a tentativa de pinkwashing da Fox News, em parceria com o braço armado da comunidade LGBTQI+ do Partido Socialista, a ILGA, onde aponta o facto de, nessa mesma parceria, se descolar o género da identidade sexual (que, na verdade, andam e andarão sempre de mãos dadas, pois um não existirá sem o outro). Conclui o humorista que, se querem tirar a carga sexual das atracções que são, fundamentalmente, sexuais, então que chamem homogenerais aos homossexuais.

Para melhor compreensão do tema, recomendo também a crónica de Carmo Afonso no jornal Público, onde a mesma tem uma frase salutar: “É uma chamada de atenção para a esquerda. (…) Leiam antes de atirar as pedras. Pode não ser uma blasfémia.” O que parece ser a espuma das ondas em que se mergulha hoje em dia: a opinião imediata, nunca fundamentada e que procura dividir, à esquerda e à direita, a sociedade entre “nós” e “os outros”, sem atender ao que, de facto, está escrito e fundamentado.

Digo isto com alguma pena de mim próprio, porque, infelizmente, parece que não podemos ser crianças para sempre; mas sou do tempo em que a esquerda se unia em torno de causas que achava primordiais e saía à rua, fazia barulho na rua pelos direitos que achava serem inalienáveis. Hoje, também com muita pena minha, denoto que esquerda, em vez de se unir nas ruas por esse país afora, inunda as redes sociais e as caixas de comentários com opiniões enraivecidas que, ao invés de tentarem “educar”, tentam impor uma visão unipessoal de alguns temas, sem que o debate se faça seriamente e com fundamento. [Read more…]

O incêndio que tarda

Histeria

Existe um número significativo de portugueses para quem ler jornais se resume à leitura dos títulos. Nada contra, cada um sabe de si e de como usar o tempo livre que tem. Acontece, porém, que muitos destes leitores de títulos, quando na presença de um título polémico, tendem a correr para as redes sociais e a publicar a notícia na sua totalidade, levando por vezes a situações embaraçosas ou a incitamentos paranóicos ao pânico e à histeria. [Read more…]

A entrega absoluta

Retomando de “Tintarela di Luna“, os escritos que nos foram deixados por ” místicos” como as já referidas Joana D’Arc, Tereza D’Avila, Catarina de Siena e João de Deus da Cruz, revelam a necessidade da “oferta” sem limitações, a “entrega em Deus”.

Esta entrega não está só testemunhada em escritos, mas tambem em obras de grandes pintores do Renascimento, incluindo Leonardo da Vinci.

Ao corpo nú da mulher em total e absoluta entrega, aponta-se o “dardo incandescente” num rasgar de carne sem contemplações, numa “penetração” que motiva o êxtase, a “fusão” entre o “ser” e o seu “criador”.

Estas manifestações místicas eram encontradas desde logo nos mosteiros, onde a “entrega” era o motivo da reclusão, levada a extremos condizentes com situações de “falta” como a alimentação e o sono. As deficiências alimentares e de sono levavam a situações limites de “entrega” bem conhecidas actualmente pela ciẽncia ( o exemplo da “estátuta de sono” onde o prisioneiro é levado a situações limite de “delírio”, como a PIDE bem sabia, e o nosso Carlos Loures pode testemunhar) .

Outra manifestação de “misticismo” era a “possessão” por um ente superior e que se manifestava por reacções como a “histeria” como forma de negar a evidência de uma  gravidez indesejada, por exemplo.

Nestes dois textos tratou-se de dar testemunho para a descoberta de literatura maldita, que contra tudo e contra todos, sobreviveu à noite do obscurantismo!