FC Porto: O milagre da dívida

Em entrevista na SIC a 21 de Novembro, Jorge Nuno Pinto da Costa anunciou que até ao final de 2023 a dívida do clube iria descer significativamente, ao ponto de os capitais próprios passarem a positivos.

Estamos em Janeiro de 2024, alguém sabe de alguma novidade quanto a esta matéria? A SIC já lhe foi perguntar? O Polígrafo já entrou em acção?

Ainda bem que não somos os EUA

Luís é um professor português que decidiu visitar Nova Iorque. Tragicamente, sofreu um aneurisma durante a estadia, foi internado e operado nos EUA e adquiriu imediatamente uma divida de 150 mil euros, porque o seguro só cobre até 30 mil.

Não sei quanto a vós, mas democracia americana, com a maior economia do mundo e o pior sistema de saúde público do mundo desenvolvido é, em bom rigor, uma democracia de merda. E o exemplo acabado daquilo que nos acontecerá se nos deixarmos levar pelo conto do vigário neoliberal, que tudo quer privado.

E sim, até o nosso SNS é melhor que aquela porcaria que eles lá têm. Mesmo de rastos, mal gerido e descapitalizado como está agora. Mil vezes melhor.

Mil.

Elon Musk a viver acima das suas possibilidades

Para adquirir o Twitter, pela astronómica soma de 40 e tal mil milhões de euros, Elon Musk teve que se endividar, pese embora o seu net worth seja suficiente para cobrir as suas despesas. Estará o sr. Tesla a viver acima das suas possibilidades? Se não está, parece.

Os saudosistas do tempo que não viveram

Existe uma faixa etária, dos 30 aos 45 anos, que anda pujante e frenética não só nas redes sociais, como, também, nas caixas de comentários um pouco por todo o lado, a defender tempos de outrora que nunca viveram.

Partilham e invocam frases de Salazar, textos de Marcelo Caetano, enaltecem a PIDE. Defendem, acerrimamente, o bom que seria se houvesse alguém a mandar nisto e que pusesse tudo na ordem. Sendo comum manifestarem-se com ódio – que os motiva -, desde o vocabulário até às soluções que preconizam.

Acontece que o ódio tem sempre uma razão para existir. Não nasce por capricho. E é um mercado altamente lucrativo. Porque arrecada seguidores que sofrem de um dos mais graves efeitos do ódio: a cegueira. O que permite o fim que se pretende: a manipulação.

É a cegueira que leva a partilhar tudo nas redes sociais, sem qualquer filtro crítico. Porque se certa frase satisfaz o ódio, não importa se é verdadeira ou falsa. Nem sequer o que ela realmente significa e qual o perigo que representa, até para o próprio.

Donde vem isto?

Das distorções de oportunidades e de méritos na sociedade. Da cultura da cunha e do frete que vem dos tempos da Monarquia. Dos “carreirismos” partidários, das influências, e das dificuldades criadas para suscitar facilidades compradas,  e que representam muito do lodaçal em que se têm afundado as diversas instituições da República.

Em cada adjudicação directa de escolha tribal; em cada obra faraónica rotulada de “desígnio nacional” e que endivida o país; em cada mega-processo inconsequente; em cada crime prescrito; em cada salário indigno contemporâneo com fortunas ganhas de forma ilícita e impune. Em cada qualquer uma destas traições, ou outras, está o descrédito da nossa Democracia.

A origem do ódio que leva à existência dos saudosistas do tempo que não viveram – fervorosos defensores do autoritarismo e do líder providencial -, não está nos mercadores de ódio que prometem o paraíso à custa da liberdade. Mas, sim, de quem traiu, e trai, a promessa de liberdade – económica, social, cultural, civil, etc. – em tempos de Democracia e se diz democrata.

Grupo Impresa: falido acima das sua possibilidades

Talvez nos cruzemos com eles numa qualquer comissão de inquérito no futuro, em que a Mariana Mortágua de então os entalará sem piedade, apenas para ficar a saber que todo o seu património se resume a um palheiro. Ou a uma mota de água. Como o vigarista protegido pelo bandido recentemente condenado, André Ventura. Ou como aquele grande empresário dos tempos do passismo, que tinha metade do passismo no bolso das moedas. Sem ter que pôr o Moedas a funcionar.

A comunicação social portuguesa, no geral, está financeiramente enterrada num buraco sem fundo. Quando a coisa rebenta, os bancos encaixam mais uma imparidade, que, mais tarde, pela via da gatunagem político-empresarial, acabará transferida e assumida pelo cofre fiscal de todos os portugueses. Porque, neste país, quem paga dívidas são os remediados e a periclitante classe média. A elite dos empreendedores parasitas não paga, reestrutura. E foge para o Brasil, ou para uma ilha paradisíaca qualquer, quando a coisa dá para o torto.

O que não se percebe, é como o Grupo Impresa mantém tantos canais no ar e títulos nas bancas. Como paga salários astronómicos a Ricardo Araújo Pereira e equipa. Como adquire formatos estrangeiros de sucesso. Como se financia uma instituição tão enterrada em dúvidas? Melhor: quem financia tal instituição? Aparentemente, não falta quem. Como não falta quem viva acima das suas possibilidades, ainda que falido.

Cinco tostões sobre a passagem do inimputável Luís Filipe Vieira pela comissão de inquérito ao Novo Banco

Foto: António Cotrim@Expresso

Na semana passada, Luís Filipe Vieira deu o ar da sua imensa graça na comissão de inquérito ao Novo Banco. Sobre a sua passagem por aquele show de variedades, já tudo foi dito, escrito e esmiuçado. Não obstante, aqui ficam cinco tostões sobre o que vi e que a equipa do Isto é Gozar com Quem Trabalha fez o favor de esmiuçar:

  1. Sem surpresas, Vieira apresentou-se amnésico, fanfarrão e não hesitou no momento de puxar pela cartada Benfica para se vitimizar. Esta comissão de inquérito, que corre o risco de resultar em rigorosamente nada, é um hino à impunidade e a uma certa reverência por fatos caros, status social e nomes de família pomposos, outrora amplamente elogiados pela imprensa económica, hoje convertidos em socialistas, uma vez caídos em desgraça. Tirando Cecília Meireles, o puxão de orelhas de Fernando Negrão a Luís Filipe Vieira e a habitual MVP nestas andanças, Mariana Mortágua, o cenário não inspira. Cotrim de Figueiredo esteve particularmente infeliz. [Read more…]

O feudalismo da dívida

A Europa optou por criar liquidez com duas técnicas: 750 mil milhões de euros, dos quais 500 mil milhões serão distribuídos a fundo perdido pelos Estados-membros e os restantes 250 mil milhões via empréstimos.

Empréstimos no valor de 250 mil milhões! Com deliciosos juros para que os imensamente ricos fiquem ainda mais ricos através dos seus empréstimos.

A solução que teríamos antes do euro seria cada estado membro imprimir moeda e colocá-la no mercado. Em consequência, haveria empobrecimento de forma homogénea entre todas as camadas sociais, reflectindo a diminuição da capacidade produtiva trazida pelo confinamento.

Recorrer à emissão de dívida, como tem sido feito nos diversos “resgates” e agora na “solução” covid, produz empobrecimento e enriquecimento selectivos. Os muito ricos ficarão melhor, ao lucrarem com a dívida, e os remediados e os pobres ficarão mais pobres, ao terem mais impostos para pagar e menos regalias. Os fundos que paguem a dívida hão-de vir de algum lado.

Há um séculos, o feudalismo era o instrumento de enriquecimento selectivo. Agora chama-se crise. O resultado é o mesmo. Captura da riqueza individual por parte de um grupo restrito.

E se o grupo Cofina pagasse o que nos deve?

O grupo Cofina, dono do Correio da Manhã, CMTV, revista Sábado, Jornal de Negócios e Record, entre outros títulos, prepara-se para comprar a TVI, num negócio que rondará os 181 milhões de euros e do qual resultará o maior grupo de comunicação social do país.

O mesmo grupo Cofina deve 13,5 milhões de euros às Finanças e à Segurança Social, isto após um perdão de 5,7 milhões do anterior governo, e pediu, já este ano, um plano de recuperação, por não conseguir fazer face a essa dívida. [Read more…]

Só???

Tribunal arresta dois imóveis pertencentes a Joe Berardo.

Os parasitas da democracia

O caso Berardo é apenas mais um exemplo daquilo que acontece quando o capitalismo, na sua versão mais selvagem, anda a solta, sem travão, manobrado por parasitas com os bolsos cheios de políticos corruptos. Não existe regulação (ou não funciona), à partida ninguém é responsável, todos têm excelentes alibis e uma série de saídas de emergência legais (cortesia da proveitosa e duradoura parceria público-privada entre indivíduos que de manhã legislam no parlamento e à tarde ajustam directo num qualquer escritório fancy de Lisboa) e nem dívidas têm, como muito bem explicou Joe Berardo, que, tal como os seus pares que se envolvem neste tipo de artimanha financeira, não têm dívidas nem património. É tudo da fundação. Ou da empresa. Um indivíduo destes tem no máximo uma mota de água e a roupa que traz no corpo. [Read more…]

Berardo continua a fazer negócios milionários, apesar de não ter dinheiro

Fotografia: António Cotrim/Lusa@Público

Desta vez foi uma garagem de 30 mil metros quadrados, avaliada, segundo o Expresso, em muitos milhões de euros. Será, segundo o semanário, utilizada para expandir o negócio dos vinhos da Bacalhoa. Entretanto, Joe Berardo continua sem pagar as centenas de milhões de euros que deve à CGD. A todos nós. E o incompetente hemiciclo continua com défice de tomates para aprovar legislação radical e retroactiva que confisque tudo o que este indivíduo possui, até que a dívida esteja saldada. Ele e os outros caloteiros que vivem acima das suas possibilidades com o dinheiro daqueles a quem o fundo do esgoto político acusa de viver acima das suas possibilidades.

O capitalismo do calote

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Fotografia: Lusa

Joe Berardo não fez um favor aos bancos. Fez um favor ao país. Demonstrou bondade e compaixão por todos nós, pobres portugueses, ao apresentar-se perante a comissão de inquérito sem máscara, o que lhe permitiu gozar, abertamente e sem rodeios, com a cara dos deputados, do Parlamento e dos portugueses, deixando a nu a verdadeira face de uma certa elite parasitária, famosa por manobrar políticos sem espinha e viver à custa do erário publico. [Read more…]

A farsa do rating

O jornal Expresso avançou ontem que o Estado português paga a um consultor francês para fazer lóbi junto das agências de rating. Os plebeus convencidos que a economia e os mercados, acima das paixões e defeitos do comum dos mortais, funcionam sem necessidade de intervenção humana, e, vai-se a ver, é preciso sustentar um antigo economista-chefe da Moody’s para interceder pelo país junto dos terroristas de colarinho branco que comandam as agências de rating.

Não tens nada que agradecer, Sporting

Nunca falta dinheiro para salvar bancos. Nunca. Pode faltar na Saúde, na Educação, na Acção Social ou na Cultura, mas para salvar bancos, o que muitas vezes significa assumir calotes de devedores multimilionários que, pela posição que ocupam, poucos ousam incomodar, nunca falta um cêntimo.

De igual forma, nunca falta nos bancos dinheiro para salvar clubes de futebol. Pode faltar para as famílias, pode faltar para as empresas de outros sectores de actividade, mas para salvar clubes de futebol, o que muitas vezes significa assumir os custos de operações que, por mero acaso do destino, encheram os bolsos de meia-dúzia de agentes e dirigentes desportivos, também não falta um cêntimo que seja. [Read more…]

Quanto é que é mesmo a dívida da Madeira?

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Fotografia via Dinheiro Vivo

E o que é que isso interessa? Para quem em 10 anos “emprestou” 17 mil milhões de euros a bancos geridos por piratas e incompetentes, sabendo que nunca os irá receber de volta, manter o buraco madeirense não dói nada. E Alberto João Jardim sempre fez umas autoestradas e umas praças catitas, já os piratas e os incompetentes comeram tudo e não deixaram nada. Merece ou não merece a mais alta condecoração madeirense?

Bandeira à meia-haste na sede do PSD

Os terroristas da Fitch decidiram que a perspectiva do rating da nação já não é tão má e as carpideiras já começaram a chegar à São Caeteno à Lapa.

A revolução bolivariana vergada ao capitalismo selvagem

Um homem lê uma coisa destas e fica de lágrima no canto do olho. Com a economia arrasada e um clima de guerra civil iminente, a Venezuela está em péssimos lençóis. Maduro não é Chávez, os rendimentos do petróleo já conheceram melhores dias e os expedientes usados pelo regime afastam os cada vez menos simpatizantes da revolução bolivariana. E no momento de maior aperto, quando já quase tudo escasseia, eis que surge o Goldman Sachs, o (nada) improvável salvador, a comprar 2,8 mil milhões de dólares de dívida pública venezuelana, pela módica quantia de 865 milhões de euros. Get rich or die tryin’, motherfuckers! [Read more…]

Juros negativos?

Outra vez? Oh naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão!

Então? Hoje os juros da dívida portuguesa não foram notícia?

Não houve extensas análises, gráficos, opiniões e reopiniões. Nada de destaques de primeira página, nem abertura de telejornais. Apenas uns simples artigos, com o destaque de uma qualquer corriqueirice.

O Tesouro português colocou esta quarta-feira 1.250 milhões de euros com juros negativos recorde

Conseguiu arrecadar 1.000 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a 12 meses, tendo registado um juro médio de -0,112%, abaixo do juro de -0,047% que havia observado há dois meses numa operação semelhante. E obteve ainda 250 milhões de euros em títulos a seis meses, com a taxa a situar-se nos -0,158%, que compara com os -0,091% do último leilão. [jornal ECO, 15/3/2017, Alberto Teixeira]

Onde andam as camilorencíces e as insurgências? O que é feito das jotas dos cartazes do feicebuque? Onde pára o diabo?

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Cumpriu-se a profecia e o precipício chegou, aleluia, aleluia!

juros

Espero ainda ir a tempo de me arrepender e conseguir a salvação da minha alma esquerdalha e pecadora, passe-se a redundância. Passos Coelho tinha razão e, pelo menos desta vez, a profecia da desgraça estava certa: os reis magos chegaram mesmo em Janeiro. São as décimas que faltavam para os juros da dívida ultrapassarem a fasquia mágica dos 4%, valor a partir do qual os fanáticos da Igreja do Neoliberalismo da Catástrofe dos Últimos Dias podem erguer as mãos aos céus e agradecer a Deus pela chegada do apocalipse anunciado, que lhes permitirá governar sobre os escombros, cortando e vendendo tudo o que ainda houver para cortar e vender. Já não se fazem seitas suicidas como antigamente. [Read more…]

Temos contas para ajustar, senhores banqueiros

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Caros banqueiros deste nosso Portugal, temo apresentar-me perante vossas excelências como portador de más notícias. Tudo indica que os senhores andaram a viver acima das vossas possibilidades, apesar do péssimo trabalho que vêm desenvolvendo, o que levou a que fôssemos forçados a disponibilizar-vos uma considerável fatia das nossas parcas economias, pelas quais pagamos juros altíssimos, sem falar em todos os cortes e aumentos de impostos que vieram por arrasto.

Vai daí, e depois de tantos anos a sustentar os vossos Bentleys, Rolexs e Zegnas, as vossas “férias” nas Bahamas e no Panamá, as vossas viagens de “negócios” para o Luxemburgo e para a Suíça e os casamentos de luxo das vossas filhas, chegou a hora de fazermos contas e de pagarem o que nos devem. Como somos gente de bem, pacífica e sensata, seremos magnânimos e garantiremos, a todos vós, um salário mínimo e uma habitação social numa localização à vossa escolha. Se milhares de portugueses conseguem sobreviver, alguns com muito menos, vocês, habilidosos que são, também vão conseguir. Depois é uma questão de empreender e, num ápice, estão de volta à casa de férias na Comporta. O resto, pelo menos até que o vosso calote seja saldado, é nosso. E mesmo assim não deve chegar.

Paga o que deves, Benfica

Dizem os adeptos do Vasteras, que exigem ao Benfica o pagamento de uma dívida de 250 mil euros, referentes à compra do central Lindelöf. Vai daí, fizeram este vídeo, onde apelam aos encarnados que cumpram com os seus compromissos, o que, dada a recém-anunciada saúde financeira de ferro do clube, não deve ser muito difícil. Vá, paguem o que devem e deixem o Vasteras viver o sonho!

Última chamada para o diabo

Como acumular uma dívida de 100 mil euros com apenas 12 anos?

A Google explica. E perdoa.

Nota-se um frenesim de esperança

DBRS preocupada com fraco crescimento e subida dos juros da dívida de Portugal“. É de registar o tom dos comentários na notícia. Haja esperança, ainda poderá haver um resgate que ponha fim a este governo usurpador e que permita ao ex-primeiro-ministro no exílio regressar ao poder. Será uma oportunidade de repetir a anterior receita de sucesso, equilibrando as contas públicas pelo combate às gorduras do Estado e sem aumento de impostos.

Haja esperança e ainda voltaremos ao desempenho económico sem par de 2015. Tudo pode acontecer e o diabo ainda poderá chegar a 21 de Outubro. Por isso, caros patriotas, vamos lá enaltecer a desgraça em que o país está e fazer como a Cristas quando há fogos: rezar.

O Diabo do Passos (2)

Portugal lidera descida dos juros da dívida. Querem ver que isto não piora?

Manipular a economia é desígnio divino e não merece castigo.

db

O Departamento de Justiça dos EUA pretende multar o Deutsche Bank em 14 mil milhões de dólares pelo seu envolvimento numa série de atentados terroristas que culminaram na crise financeira que afundou a economia mundial, levando países como Portugal e a Grécia na enxurrada. A jihad neoliberal arrasou tudo à sua volta, exceptuando, claro, as elites que tão bem souberam aproveitar o sangue nas ruas para comprar propriedade, como aconselhava em tempos um famoso terrorista venerado pela seita. [Read more…]

Soares da Costa reestrutura dívida com o alto patrocínio do contribuinte português

SdCosta

Sempre que se fala em reestruturação ou perdão de parte da dívida portuguesa, um golfinho falece nas águas quentes e cristalinas de um paraíso fiscal caribenho. Indignada, a clique neoliberal coloca-se imediatamente em bicos de pés e vaticina um qualquer fim do mundo que há-de estar próximo. Honrar compromissos e pagar a quem nos emprestou para mostrar que somos pessoas disciplinadas e de bem são palavras de ordem nas paradas do nacional-liberalismo.

Coisa diferente acontece quando uma empresa, que durante anos distribuiu milhões por administradores, accionistas e afins, alguns deles ligados ao sector político que melhor se desenrasca no jogo das cadeiras, decide, ela própria, optar por um plano de reestruturação financeira e consegue um perdão parcial da dívida, em parte à custa dos contribuintes portugueses. Instala-se o silêncio absoluto no edifício do ministério da propaganda.

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Ratos de laboratório

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O que mais choca no relatório não é a assunção dos erros, é perceber a descontração com que se fizeram experiências com as vidas pessoas, como se decidiu verificar como uma comunidade reagiria a um plano revolucionário nunca testado, como se decidiu friamente perceber se nós aguentávamos, como nos trataram como meras cobaias ao serviço de uns senhores que nunca tinham testado uma fórmula e que encontraram os ratinhos certos: obedientes, submissos e a sentir-se culpados (alguém os tratou de convencer) porque tinham feito muitas maldades, plasmas, viagens, carros fantásticos e por aí fora.

O artigo completo do Pedro Marques Lopes, Desculpem qualquer coisinha, recomenda-se e está disponível no DN. Aficionados da austeridade cega devem consultar o seu médico antes de iniciar a leitura.

Foto via Huffington Post

Juros negativos

Avaliando pelo que mostram as capas dos jornais de hoje, o financiamento ontem conseguido por Portugal não teve juros negativos.

Se é um feito ou não, é outra conversa. O  facto é que quando aconteceu pela primeira vez, com o governo da troika, foi um estrondoso acontecimento. E, então, ter sido um feito é, também, outra conversa, a mesma atrás referida.

Há duas ou três possibilidades para tão débil cobertura mediática. Ou os tipos da geringonça são uns nabos em termos de comunicação, ou a imprensa está sobre controlo da direita. Ou então passa-se um pouco de ambas as situações, que é o que me parece ser o caso.

Fantástico é observar as carpideiras da direita a assobiar para o lado. Revela que o entusiasmo e pessimismo que, selectivamente, delas se apodera não é mais do que tesão de mijo, pardon my French.