Olha a pegada

Circula pelos telejornais a notícia de que Portugal – pobre dele – é culpado de funestos prejuízos ao planeta por comer muito …peixe. Chiça, que nada nos é poupado. E nada excita tanto os noticiários e os seus aparolados jornalistas como uma qualquer agência da treta (não, não é a respeitada WWF), com um pomposo nome em inglês, proclamar qualquer suposta descoberta que, servilmente, possam transformar em verdade absoluta. Assim, piscívoros impenitentes que somos, com as nossas simples e pouco invasivas artes de pesca, promovidos ao desonroso 4º lugar entre os países europeus que maior pegada ecológica deixam sobre o nosso martirizado planeta, só nos resta, dizem eles, limitarmo-nos a “comer carapaus e cavalas”. E ceder os restantes mimos marítimos aos países ricos que, coitados, mal deixam uma pegadinha e não largam na atmosfera nem o ar rarefeito de um modesto traque.

Só se for igual à tua

Este pequeno peixe viveu há 419 milhões de anos e tinha uma cara (quase) igual à nossa

Quem vê caras

Pode parecer bizarro, mas acho que já vi esta cara noutro corpo e não era peixe

O Mar – o recurso ignorado

No Expresso Luisa Meireles, aborda o assunto do momento mas que, de tão presente, deveria ser prioridade dos nossos políticos. Mas a verdade é que nada ou muito pouco se faz !
“É o terceiro recurso ignorado depois do solo e da floresta”! A ciência já mostrou que há uma verdadeira “mina oceânica” que pode contribuir de maneira decisiva para a resolução dos nossos problemas económicos. No Programa do Governo está apontado que “o mar deve ser um desígnio nacional”, mas é ignorado.
As autoestradas e meios rodoviários vão elevar os nossos impostos de ambiente que vão carregar na factura da circulação terrestre. Mas o transporte marítimo foi morrendo aos poucos!
Temos uma enorme Zona económica exclusiva (ZEE- 1,7 milhões de quilómetros quadrados ) que pode extender-se a quase o dobro se a ONU vier a aceitar o pedido de soberania sobre a plataforma continental que encerra enormes riquezas .
Temos a quarta maior frota pesqueira da UE mas pescamos pouco (220 mil toneladas/ano) que não cobre as necessidades da população que mais peixe come na Europa. Produzimos cerca de 10 mil toneladas de peixe em aquacultura, quando a República Checa produz o triplo, apesar de estar rodeada de terra por todos os lados.
Sem contar com o turismo costeiro as actividades marítimas empregam cerca de 185 000 pessoas.
(continua…)

A mulher que amanha o peixe

A mulher que amanha o peixe

Sempre que a vejo no supermercado onde vou, reconheço que não é por acaso. Muito bonita a mulher que amanha o peixe – não sei se amanha se amanhece! -.

Rosto combatido, dorido, olhar sofrido e manso, não sei o que faz desta mulher um poema, se os olhos negros e fundos, se o desenho rasgado da face, se um gesto brusco da natureza revoltada de cansaço. [Read more…]

Pensamentos XXXV e XXXVI

XXXV

Encontra uma árvore habituada a viajar.

Encosta-te a ela e deixa que te conte histórias.


XXXVI

Se um peixe se passear de guarda-chuva

isso não significa que detesta molhar-se.


Conheça o primeiro Caderno de Pensamentos do Sr. Anacleto da Cruz.

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