Cavaco Silva – a escola privada e a escola pública

Em tempos Cavaco Silva, político que me merece o respeito que destinamos apenas a quem é chefe de estado – nada mais que isso! Dizia eu, que Cavaco Silva em tempos terá sugerido:

“Considero importante que crianças, jovens, pais e professores venham para a rua para defender a sua escola. É um sinal de vitalidade da nossa sociedade civil”, disse Cavaco Silva em Aveiro, no jantar comício de hoje.

Pois bem, esta semana tivemos o mesmo Político profissional não remunerado a fugir de uma manifestação de estudantes na Escola António Arroio.

O que distingue uma coisa e outra?

O sentido do trânsito ou antes, a inversão de marcha, isto é, de um lado, um sinal obrigatório para o ensino privado – vão para a rua! Do outro, um sinal de trânsito proibido: por aí não, que os putos vão-me chamar nomes!

Mas, há outra coisa a separar este momento do brilhante mandato presidencial: o apelo à rua é feito para os que se batiam pela continuação do apoio dos contribuintes às suas suas escolas privadas!

E a inversão de marcha é feita perante uma escola pública, ainda por cima da área artística!

Sinais dos tempos – um Presidente, um governo, uma maioria que têm os olhos colocados na Escola Pública! Antes fossem cegos!

A quem serve a RTP pública?

Um estado em falência, cada vez mais endividado, com uma economia exígua e a decair, a primeira lição a tirar é que um Estado assim não é sustentável. Ouve-se que é preciso fechar Centros de Saúde e Escolas, despedir funcionários públicos, congelar concursos e progressões, mas ninguem ouve falar na RTP pública.

Ninguem ouve falar das centenas de milhões que o Orçamento Nacional todos os anos transfere para a RTP para que faça um serviço que pode ser feito por outros, imensamente mais barato. Há serviços públicos importantes que devem ser mantidos (RTP África, RTP internacional…) sem dúvida, mas esse tempo de antena pode ser comprado às televisões privadas. Sem custos fixos, sem megalomanias, sem pessoal a ser pago de forma milionária, sem estruturas caríssimas que custam milhões ao contribuinte.

Aumentam-se os impostos, acabam-se as SCUTS, diminuem-se as pensões, reduzem-se os subsídios, fecham-se escolas e Centros de Saúde desertificando o interior do país, tudo se lança mão para alimentar o monstro insaciável, mas cortá-lo no que não faz diferença nenhuma em termos de serviço, mas muito em termos de poupança, aí o governo e os políticos não mexem.

Será por causa dos telefonemas do gabinete do primeiro ministro a alinhar os telejornais? E será por isso que se pagam estes vencimentos?

– A directora-adjunta. Judite de Sousa, 14.720 euros.

– José Rodrigues dos Santos recebe como pivôt 14.644 euros por mês.

– O director-adjunto do Porto, Carlos Daniel aufere 10.188 euros brutos,
remunerações estas que não contemplam ajudas de custos, viaturas Audi
de serviço e mais o cartão de combustíveis Frota Galp.

De salientar que o Presidente da República recebe mensalmente o
salário ilíquido de 10.381 euros e o primeiro-ministro José Sócrates
recebe 7.786 euros

Outros escândalos:
– Director de Programas, José Fragoso: 12.836 euros
– Directora de Produção, Maria José Nunes: 10.594
– Pivôt João Adelino Faria: 9.736
– Director Financeiro, Teixeira de Bastos: 8.500
– Director de Compras, Pedro Reis: 5.200
– Director do Gabinete Institucional (?), Afonso Rato: 4.000
– Paulo Dentinho, jornalista: 5.330
– Rosa Veloso, jornalista: 3.984
– Ana Gaivotas, relações públicas: 3.984
– Rui Lagartinho, repórter: 2.530
– Rui Lopes da Silva, jornalista: 1900
– Isabel Damásio, jornalista: 2.450
– Patrícia Galo, jornalista: 2.846
– Maria João Gama, RTP Memória: 2.350
– Ana Fischer, ex-directora do pessoal: 5.800
– Margarida Neves de Sousa, jornalista: 2.393
– Helder Conduto, jornalista: 4.000
– Ana Ribeiro, jornalista: 2.950
– Marisa Garrido, directora de pessoal: 7.300
– Jacinto Godinho, jornalista: 4.100
– Patrícia Lucas, jornalista: 2.100
– Anabela Saint-Maurice: 2.800
– Jaime Fernandes, assessor da direcção: 6.162
– João Tomé de Carvalho, pivôt: 3.550
– António Simas, director de meios: 6.200
– Alexandre Simas, jornalista nos Açores: 4.800
– António Esteves Martins, jornalista em Bruxelas: 2.986 (sem ajudas)
– Margarida Metelo, jornalista: 3.200



Prós e Contras – A escola autónoma

Ontem o Pós e Contras foi um programa de enorme importância. A vários títulos. Desde logo porque o assunto era a escola e a sua autonomia, porque participaram pessoas das escolas, que estão no terreno, e porque com grande surpresa minha, estão basicamenet de acordo.

Uma escola com autonomia, capaz de se “individualizar” na medida em que tem que se adaptar ao ambiente  em que se insere, írreptível, e por isso, única.

Uma hierarquia decisória e displinadora, com rosto, democrática, mas sem dúvidas quanto a quem manda e a quem representa a autoridade e a disciplina.

Responsável na medida em que tem que responder pelos meios e pelos objectivos que lhe são consignados.

A possibilidade e a liberdade dos pais escolherem o que consideram melhor para os seus filhos.

Uma escola “local” interagindo com o universo de alunos e de famílias, com os poderes locias e ser capaz de dar resposta apropriada e célere aos problemas, eles tambem únicos, que tem que enfrentar. O que ficou tambem claro, é que não há fatos feitos cozinhados num qualquer gabinetes, entre burocratas, que sirva às milhares de situações com que as escolas se confrontam todos os dias.

No essencial, gente responsável, que trabalha arduamente, está de acordo.

A escola autónoma caminha inexoravelmente para ser uma realidade, contra os que vêm na escola campo de experiências e de luta política. Uma boa notícia!

Quem paga a escola pública?

Uma das diferenças que se quer estabelecer, não inocentemente, é que as escolas privadas são pagas pelos pais, remetendo, implicitamente, para o limbo das coisas não terrenas o pagamento das escolas públicas.

 

É como se as escolas públicas funcionassem sem ter patrão, sem ter quem as pague. Daí decorrem vários vícios de pensamento que são tidos como certezas não analizáveis, certezas absolutas. É assim, pronto!

 

Decorre que todos podem chegar ao topo, porque não há que dar satisfações a ninguem. Ao Ministério nem vê-lo, paga e cala. Á sociedade em geral, não se reconhece direito nenhum nem pelo facto de pagarem impostos.Aos pais, nem vê-los nada têm a ver com a escola, eduquem os filhos em casa e deixem-nos em paz.

 

Ouvem os trinados do Mário "alucinado", outro que não paga, nem faz esforço nenhum que lhe dê algum merecimento sobre o que se passa na escola pública. Reinvindica mandar, ter muito poder, todas as benesses para quem lhe paga o vencimento de sindicalista, não vá deixarem de pagar as quotas e ele ter que arranjar emprego onde tenha que labutar.

 

Numa palavra, na escola pública só há direitos, não há dever nenhum, é que ninguem paga nada, são todos a quererem mundos e fundos porque tudo vem de um saco muito fundo, que o homem da floresta trás às costas.

 

No privado, nada disso, os pais pagam a bem pagar. Completamente diferente!