António Borges, os salários, e os crimes sem castigo

“Diminuir salários não é uma política, é uma urgência”  – António Borges

“A opinião pública sente-se enganada e pressionada pela austeridade imposta, em parte, para pagar os erros da banca e ainda nenhum banqueiro pagou pelos erros. Quando ponho a questão aos banqueiros eles respondem que a imoralidade e a falta de ética não são crime. Por isso, às vezes, calcam o risco amarelo da imoralidade mas não ultrapassam a linha vermelha da legalidade. Temos de começar a pensar em julgar a imoralidade”  Marc Roche, autor do livro “O Banco – Como o Goldman Sachs dirige o mundo”

António Borges decidiu seguir as pisadas de Madame Lagaffe. Ambos têm em comum o estatuto de isenção de IRS enquanto funcionários do FMI. Ambos têm responsabilidades nesta crise, uma enquanto ministra de Sarkozy, Borges enquanto homem da Goldman Sachs. Ambos ficarão impunes.

Ou talvez não. Nunca escrevam certezas sobre o vosso futuro com a mesma displicência com que falam sobre a vida dos que pagam IRS, viram os seus salários reduzidos e não têm pão para a boca dos filhos. Em determinadas situações os seres humanos são levados a actos espontâneos e irreflectidos, e tornam-se violentos. Uma dessas circunstâncias é a fome, coisa que para os filhosdaputa deste mundo é uma palavra mas para cada vez mais gente é um aperto no estômago que se mitiga com água, enquanto não a privatizarem. A fome faz milagres, António Borges; Marx deixou umas dicas sobre o assunto mas a simples lei da sobrevivência também serve. A fome faz do cobarde um herói, do amansado um rebelde, do cordeiro um bode selvagem.  E os bodes selvagens quando acossados perdem o medo, marram a direito, levam tudo em frente, incluindo os Borges e as Lagardes deste mundo. Chegará a vossa vez de terem medo, muito medo, e nessa altura não haverá paraíso fiscal que vos valha. A imoralidade não se paga com os portões do céu encerrados mas muitas vezes conduz directamente ao inferno, na terra. Fujam já, ou pensem nisso.

Comments

  1. No lugar desta gente eu não estaria tranquilo. Tal como na Grécia, infelizmente, não tardarão por cá os suicidios derivados de situações de desepero. Por mim, que nunca tive tendências suicidas, espero jamais vir a equacionar essa hipótese. Mas, se um dia tal ocorrer, tenho apenas uma certeza. NÂO IREI SÓZINHO.

  2. A ‘higienização da economia’ via diminuição dos salários proposta por António Borges é ‘esconder o lixo debaixo do tapete’.

    Antero Leite

  3. Nascimento says:

    Este FDP, não foi posto a andar do FMI?E agora, este monte de merda,com aspeto de Nazi,pavoneia-se á vontade, e ninguêm o manda desta para melhor?Dass…

  4. Quem é este desgraçado para se dar tal salário ?? e o que saca ao lado ? quem deu o exemplo a estes sacadores ? São livres ? de o fazerem ? não há nada a fazer a não ser ler em alguns jornais e mails e blogs ?? e Cavaco Silva tão procupado com a agricultura e desemprego e depois ?? esse imoral e tão ignorante que nem sabe soletrar as frases que arrota e parece menino a querer aprender a ler ?? e que parece ter engulido um pau de vassoura para mostar compustura ?? tirem-me esse senhor da minha frente E Louçã que tem a mania de que é defensor de não sei quê e denunciante de não sei quê ?? essa esquerda caviar para que serve ?? e a troika tira os meus subsídios e estes não conhece nem lhe interessa ? o que andam aqui a fazer ?? Há país mais imoral do que este ?? e não posso fazer nada ??? calaram o Otelo ???

  5. MAGRIÇO says:

    Partilho completamente a revolta que o autor evidencia no texto. E depois admiram-se que haja terrorismo! Ainda não perceberam qual a sua génese?

  6. Bruno says:

    Mas o fmi agora é um país? Porque há tempo s ao passar ao lado do prédio deles em lisboa não estourei com aquilo…. Mas a culpa não é deles e sim da cambada retrógada que vai que nem ovelhas para abate votar na troika.

  7. António Borges não surge no xadrez Português inocentemente.
    http://artedeomissao.wordpress.com/2012/06/03/goldman-sachs-de-olho-nas-nossas-privatizacoes/

  8. antonio azevedo says:

    acho indecente um individuo que ganha 240 mil euros livres de impostos por ano vir falar em diminuiçao de salarios.ele deveria começar por dar o exemplo e advogar pela dimunuiçao do salario dele.dao-me asco estes neo-liberais de merda!

  9. joaquim Ferreira says:

    Estamos perante uns otenticos ladrões, e vem uma porcaria destas falar em diminuir os salarios?
    Sera que esta escumalha não tem vergonha de se olhar no espelho?

  10. Fernando says:

    Como este há muitos meu povo ! Temos que fazer algo .

  11. Alberto Cunha says:

    Dr. António Borges :
    Sou “cliente” das suas teorias que espelham o bom aluno que foi junto de quem lhe deu “trabalho”.
    Surpreso estou com essas teorias que não acrescentam nada ao capitalismo e sou obrigado a dizer que o marxismo se encontra presente quando deveria estar “fora de moda” e que não reflecte os dias de hoje.
    Ainda bem que não aceitou nenhum cargo no governo, para o qual foi convidado, dado que só iria perder o seu “bem-bom” (DINHEIRO).
    Os seus patrões oriundos da América do Norte (EUA) devem estar orgulhosos como conseguiram formar um aluno tão fiel.
    Vou propor a sua nomeação para o prémioNOBEL.
    Saudações dum fiel amigo.

  12. Ze de Sousa says:

    Cito sòmente Miguel Torga:
    Fenómeno curioso. O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos socialmente uma colectividade pacífica de revoltados.
    Acrescento:
    Está na hora de aproveitar a indignação e na revolta limpar o sarampo a uma série de filhos da mãe, quanto mais não seja para dar o exemplo e pra ver se o resto da canalha se corta e vasa. Pena, nenhum destes filhos de puta viver perto cá do Zé. Sempre gostava de contrariar o M.Torga.

  13. Ze de Sousa says:

    Só voltei atrás pra dizer que gosto disto.

  14. francisco pedrais bilro says:

    bom dia,sou alentejano do redondo,e li aqui que hà um senhor paraplégico,que se queixa de estàr num lar aonde so hà velhos,eu tenho 76 anos dentro pouco, digo os velhos sâo o quê^?respeitar os velhos e com eles conviver é respeitar-se a si mesmo,la pelos anos 1955 fui enviàdo a lisboa pela c.m.de redondo a curar-me ,pois este senhor vendo que eu sofria e que eu possuia uma carta de salazar a quem tinha escrito,e na qual ele dizia que eu devia procurar ser assistido num serviço de neurologia,enviou- a lisboa aonde fui admitido em externo,almoçava no hospital sâo josé e ia dormir num albergue do estado,sito na rua de sâo bento,neste albergue nunca se comeu carne à parte no natal,mas no hospital era todos os dias carne, a discriminaçâo é pra mim uma falta de educaçâo,isto foi na altura em que no hospital dos capuchos houve uma synergia e que passaram neurologia para santa màrta,

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