E o Irão, como poderá evoluir?

Não são só os aguerridos movimentos de oposição democrática que representam uma ameaça para o regime, os movimentos separatistas de regiões multi-étnicas, Curdos, balúchis,Azerbaijanas e Árabes que constituem 44% da população do país, dominado pelos Persas, são uma ameaça maior.

Trabalhando em conjunto, movimento democrático e movimentos separatistas poderão constituir uma alternativa muito séria, mas que até agora têm sido dominados pelas elites religiosas, militares e comerciais Persas que  têm negado o apoio às exigências das minorias.

Um dos objecticos é a autonomia regional sob a Constituição existente, outro é uma confederação de estados e, por último, a independência. São estes movimentos separatistas que os US estão a alimentar com armas e dinheiro “os americanos estão ocupados a construir uma conspiração.”

O pano de fundo desta situação é um regime totalitário, dominado pelos extremistas religiosos e com um plano militar nuclear de que todos têm medo. Se os movimentos de oposição interna mantiverem a pressão, organizando-se e juntando-se, é muito possível que se abra uma janela de oportunidade que leve Israel e os US a atacarem e destruírem as zonas de  desenvolvimento nuclear. Isto seria o fim do regime!

A repressão parece ser o único caminho que resta ao regime para sobreviver, já que a negociação é praticamente impossível e a revolução vai intensificar-se o que poderá levar a um estado de “rebelião generalizada.”

PS: Selig S.Harrison no i

Comments

  1. Amigo Luis, dizes tu que o pano de fundo desta situação é um regime totalitário, dominado pelos extremistas religiosos e com um plano militar nuclear de que todos têm medo. Que é um regime mais ou menos totalitário não tenho dúvidas, igual ao regime mais ou menos totalitário de muitos outros países, nomeadamente Israel, dominado pela mais ou menos extrema direita. Se não é totalmente totalitário dentro do país, é nazi (queres alguma coisa mais totalitária?) fora dele. No Irão há eleições, quer se queira ou não, quer a gente goste ou não, mais porcas ou menos porcas do que as que existem nos países “moralisadores”. Quanto ao poder nuclear de que todos têm medo, eu não tenho mais medo a esse poder nuclear do que ao poder nuclear dos EU e de Israel. E tenho filhos e netos, que por mim não tenho medo de nada. Só tenho medo da pulhice, da mentira e da hipocrisia dos “moralistas”. Ainda ninguém me conseguiu explicar porque é que os iranianos não têm o mesmo direito dos americanos, dos ingleses, dos franceses, dos indianos, dos paquistaneses, dos israelitas, ao poder nuclear. Dizes tu que se os movimentos de oposição interna mantiverem a pressão, organizando-se e juntando-se, é muito possível que se abra uma janela de oportunidade que leve Israel e os US a atacarem e destruírem as zonas de desenvolvimento nuclear. Achas isso correcto? Achas que o direito internacional é isso? Não têm os iranianos o mesmo direito de bombardearem as centrais nucleares dos outros? Que sagrado ou divino direito lhes assiste, para atacarem um país que não lhes fez mal nenhum? Israel tem algum direito ou alguma ponta de moral para ditar o que quer que seja, quanto mais invadir seja que país for, por mais que não goste dele? Se alguém tivesse de ser atacado eram os israelitas pelo monstruoso crime genocida da Palestina, e os EU como seu patrão, e ainda como um ataque profiláctico, dado que foram os primeiros e os únicos autores do maior e mais bárbaro crime nuclear contra a humnidade!

  2. Luis Moreira says:

    Adão, eu não digo que estou de acordo, limito-me a fazer uma análisa foleira da situação. Mas que será de lá de dentro que virá a luz verde para Israel atacar, não tenho dúvidas!
    Essa janela de oportunidade (como lhe chamo) é que tem mantido este equilíbrio de terror, o Irão não quer abri-la para não dar pretexto ao ataque, e Israel faz chantagem…
    Um Irão, mais conciliador (como é o ex-primeiro-ministro que perdeu as eleições…) era bem-vindo para todos…
    Mas os movimentos internos que querem uma democracia livre dos religiosos, anseiam uma precipitação da situação.

  3. xico says:

    Adão Cruz
    É claro que se pode discutir o direito de os estados terem ou não a bomba.
    Mas há-de convir que os estados onde a representação democrática é muito limitada, havendo concentração de poderes muito forte, isso torna-se perigoso para os outros, principalmente não havendo liberdade de imprensa e por isso falta de opinião pública.
    Lembre-se que o presidente Obama tem menos poderes que Sócrates. Parece um paradoxo mas não é.
    Eu também não gosto do que Israel faz, mas comparar a pseudo democracia do Irão com Israel, é um insulto à nossa inteligência.
    Quanto aos americanos no Irão, eu preferia que estivessem quietos. Afinal foram eles os responsáveis pela vitória do actual regime contra o Xá. Assim mais vale estarem quietos e que as coisas evoluam naturalmente.

    • Luís Moreira says:

      Eu tambem tenho muita dificuldade em comparar países democráticos com teocracias, embora admita que ninguem está isento de culpas.

  4. Amigo Xico, respeito solenemente as suas opiniões, como as de qualquer outra pessoa que as tenha seriamente. Se bem que haja insultos à inteligência, e eu conheço muitos, não é, de modo algum, este a que se refere. Talvez o seja dizer “Eu também não gosto do que Israel faz”. É um comentário demasiado “soft”, demasiado contido, demasiado prudente, demasiado inócuo, um pouco como se eu dissesse “Eu também não gostei do que Hitler fez”.

  5. Amigo Luis, o que te faz pensar que as eleições do Irão não são tão legais como as dos EU? Ou são mais ilegais do que as dos EU? Ou são menos sérias do que as dos EU? O que te leva a pensar que o governo do Irão é uma teocracia e o dos EU uma democracia? Diz o amigo Xico que há no Irão uma concentração de poderes muito forte. Pois eu digo que não conheço nenhum país onde a concentracção de poderes seja mais forte do que nos EU. Uma concentracção absolutamente concentraccionária do poder do dinheiro, o verdadeiro poder de todas as sociedades capitalisticamente teocráticas que até lhes dá o direito de comprar a verdadeira democracia, apresentar a falsa democracia como exemplo de verdadeira, e colher a compreensão e a aceitação ao nível de uma boa parte da humanidade?.

    • Luís Moreira says:

      Amigo Adão, perfeitas não há, e tens muita razão no que dizes, mas no Irão ninguem me apanhava a viver e como eu, não há ninguem que queira ir para lá viver. Nos US, tambem não me apanham lá, mas é um Estado de Direito, há sempre hipótese de aparecer na imprensa um caso “watergate”. E isso faz toda a diferença.

    • Luís Moreira says:

      Caro Adão, nos US, local onde eu não gostaria de viver, há sempre a hipótese de a imprensa trazer à luz da opinião pública, um caso “watergate”, e isso faz a diferença toda. Se estiver numa prisão tenho sempre direito a um advogado ou a alguem que me ouça. Há os casos “Guantanamo? Pois há…

  6. Luis, há um Estado de Direito para quem? Fantasias. Só fantasias. Há um Estado de Direito para quem eles querem que se veja que há um Estado de Direito. Ou então quando não há qualquer hipótese de escamotear o Estado de Direito. Pode haver algum Estado de Direito num povo que fez a sua história contra todos os Direitos? Pode conceber-se um Estado de Direito numa nação que cometeu recentemente a maior violação de todos os Direitos internacinais, invadindo e assaltando da forma mais sanguinária e cruel povos soberanos, como o Iraque? Pode haver algum Estado de Direito numa nação que mantém milhares de bases em todo o mundo, não admtindo uma única no seu território? Falar de Estado de Direito na vergonhosa pinochetada Chilena ou na cruel e sangrenta invasão do Panamá? Para além dos crimes fora de fronteiras, que negam toda e qualquer forma de Direito, são inimagináveis os crimes no interior do país, que existem contra o Estado de Direito. Basta ver a quantidade de inocentes condenados à morte. Basta ver que a percentagem de condenados negros é brutalmente superior à dos brancos. Que Direito em Guantanamo? Que Direito para manter presos há tantos anos,cinco cubanos acusados de espionagem, quando há milhentas provas contrárias a essa tese? Qual o Direito de não entregarem a Cuba um famoso terrorista de todos conhecido, responsável por numerosos atentados contra este país soberano, quando consideram dever patriótico procurar no Afeganistão, Argélia, Iémen, os terroristas que lhes interessa encontrar? Não me fales, Luís, em Estado de Direito, no país que mais tem subvertido os Direitos Humanos, dentro e fora de fronteiras.
    E tudo isto que referi é a ponta do iceberg.

    • Luís Moreira says:

      Meu caro Adão, quem tem a força usa-a. Quem quer que seja, homem , mulher ou país . Ai, se a força estivesse do lado de uns certos países que alguns defendem .É melhor não ser ingénuo.E não há país nenhum, apesar de tão mau, que seja tão procurado por tantos infelizes de países ditos
      mais justos.

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