A confrangedora ingenuidade dos revisionistas

mulheres policia 1972

Há na Helena Matos historiadora (tomo aqui a palavra no sentido amplo, de quem investiga mas também daquele que divulga) uma candura e uma habilidade que me encantam. Ouço-a ainda ensonado na Antena 1 nos Sons de Abril, que nas metáforas mais poéticas dos meses tresanda a Sons de Dezembro, e apetece-me voltar para a cama, readormecido nos sonhos de uma realidade imaginada.

Talentosa, não se lhe escuta um erro, antes qual discípula do cientista político Rui Ramos nos enreda com palpitantes omissões, e o que não se conta é como se nunca tivesse acontecido.

Ouça-se a croniqueta  de hoje sobre as primeiras mulheres na PSP.  Saltita sobre a fonte (onde se disse que algumas tinham o actual ensino secundário brotam miraculosamente licenciadas) e explica tudo nada explicando: “como praticamente não havia desemprego…

Ah que saudades do Marcelo Caetano e seu  presidente de Deus Rodrigues Thomas. Bons tempos, os do anterior milagre económico ainda mais beato que o actual, faltou apenas reforçar que desemprego jovem, desse nem vestígios. A mobilização obrigatória para a guerra, a deserção e o emigrar massivo e maciço (em recorde que pouco falta para alcançarmos) são meros detalhes, uma vaga poeira que não pode estragar o retrato. Estava tudo tão bem como estava e só poderia ter ficado pior, era, não foi?

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Comments

  1. Pois, coitadinha da senhora.

  2. Maria Helen says:

    “e explica tudo nada explicando: “
    Acrescento. sabe tudo de nada. Já não se aguenta a Helena Matos,. socorroooooo

    Helena, mas não matos

  3. Joam Roiz says:

    Está na linha dos novos “intelectuais” proto-fascistas, saudosos de um passado que não viveram, miseráveis revisionistas da História. A sorte, é que daqui a meio século já ninguém os lê ou citará. será a História a matá-los.

  4. A.Silva says:

    A leninha de tanta ruindade está a ficar demente,

  5. Roger says:

    Mas a Helena Matos não militou na extrema esquerda?

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