Alerta da Protecção Civil
A minha praxe
Ainda a propósito das praxes no Meco, tentei esforçar-me para me recordar de como foi a minha própria praxe académica.
Há dois episódios que recordo de forma relativamente pormenorizada. Um deles foi uma «aula-fantasma», «leccionada» por um veterano na disciplina de Civilizações Clássicas. Fizeram-nos escrever uma extensa lista de livros a consultar, entre os quais «A Arqueologia Espacial aplicada ao Império Romano», de Robert Aldrin, e muitos outros que nos fizeram duvidar da veracidade daquela aula.
O segundo episódio ocorreu nos jardins da Faculdade de Letras. Em fila, os caloiros foram conduzidos até um espaço mais amplo. Um a um, os «doutores» deram-nos ordem para cantar individualmente. A mim, mandaram-me cantar muito alto uma música do Quim Barreiros. Eu não sabia quem era o Quim Barreiros (fui um adolescente estranho) e, mesmo que soubesse, não estava disposto a cantar em frente a tanta gente. Naturalmente, recusei.
Insistiram e, como viram que dali não levavam nada, disseram-me que estava expulso da praxe e que até ao fim do curso não podia participar em nada.
– «Está bem». [Read more…]
Aguardemos
Serenamente. No dia 28, tivemos ‘objectivo’. No dia 30 (ver artigo indicado pelo João), tivemos *projeto. No dia 1 de Fevereiro? Veremos. Sim, é infligir. Acontece. Adiante.
O flop da Aula Magna
As tentativas foram simpáticas mas o resultado foi perto de nada. Foi bom para o show-off, para alimentar egos enfatuados e para contribuir para o eterno mito de que o Soares não tem nada a ver com o lamaçal.
Nebuchadnezzar descarrega EMP no site da UGT
(site da UGT depois do ataque informático desta noite)
Há “rebeldes” chateados com o líder da UGT. Ser funcionário (e assalariado) de uma instituição tão importante para a matrix como o BES é um fardo pesado. Principalmente quando se trata de um líder sindical que aceitou renegociar com o governo, propostas referentes a alterações ao Código do Trabalho, recentemente chumbadas pelo TC. Propostas de popularidade muito questionável…
Será que o forçaram a tomar o comprimido azul?
Divulgação: Sementes de Portugal
Um blog sobre a nossa flora. Disponibilizam um catálogo de sementes seleccionadas para que os interessados semeiem nos seus espaços verdes.
Se calhar, é melhor pararem
Como é sabido desde o Fado do Kilas, cantado pela Lia Gama, “os que ainda andam na mó de cima/têm que saber que a roda não pára/e fatalmente o fim se aproxima/a vida não pára“.
O relógio também não.
Sim, apesar do prometido, o ‘objectivo‘, felizmente, mantém-se.
Alhures, cinco anos e quase um mês depois, verificamos que [Read more…]
A letargia da nação e a atonia da oposição
Santana Castilho
Dou por mim, amiúde, agora que se aproximam os 40 anos sobre Abril, a rever lutas e ilusões de poder mudar a história em que nasci e o futuro dos que se seguirão. Mas, em vez disso, vejo a letargia emocional duma nação, que permite o retrocesso e o êxito dos tiranos.
Para a situação em que Portugal está contribuiu fortemente um sistema político baseado na alternância de partidos fechados, que chegam ao poder sem linhas programáticas sólidas e fundamentadas e sem apresentarem a votos as pessoas que governarão. A saída da crise também passa por mudar este paradigma. Para ser alternativa, o PS deve varrer ambiguidades, perceber que o mundo político em que cresceu mudou e evoluir de simples estrutura de conquista de votos para instituição aberta à sociedade. [Read more…]
Metam-se na vossa vida
Ninguém tem nada a ver com isso, mas a Joana (mãe da Carolina e da Constança) e a Patrícia casaram-se uma com a outra. O casamento foi no Alentejo, e no bolo podia ler-se liberté, égalité, fraternité. Anabela Mota Ribeiro foi falar com a família toda, e pelos vistos está tudo óptimo. «É igual. Mãe, pai. Mãe, mãe. Pai, pai. O principal para as crianças é sempre o amor.»
A verdadeira tradição coimbrã
Praxe, tradição, universidade, boémia, andam estas palavras metidas no mesmo novelo, a ver se o desenrolamos, fica o desenho de um jantar, para quem anda baralhado:
Tradição coimbrã é quando dois cotas veteranos entram no Zé Manel, são sentados na mesma mesa onde um jovem casal já debica as espinhas porcinas, caloiros, e coincidindo nos cogumelos aporcalhados em segunda degustação a Isabel pede o verde da travessa de grelos, travessa para quantos? quatro, como estamos sentados, ora essa.
Naturalmente, depois de nos agradecerem o corte no refogado , pagaram silenciosamente a verdura que salvou a segunda arremetida proteica, não é para meninos, o Zé Manel conhecido internacionalmente como dos Ossos.
Coimbra e tradição, não é de esquerda nem direita, é para quem sabe.
A ilustração, Zappa na Retrete, viveu em forma de poster durante décadas no Zé Manel, ao lado de outro clássico com moscas, e desapareceu, como outras preciosidades, após uma Asae qualquer. Que se saiba o “conselho de veteranos” não se manifestou.
Quem és tu?
Num dos programas “O amor é” da semana passada, na Antena 1, Júlio Machado Vaz contava uma experiência interessante, passada no lado de lá do Atlântico. Discutia-se a exteriorização dos sentimentos e o tempo que passa sem que sejam expressos ao conjugue. O grupo era composto por um conjunto de mulheres e foi-lhes pedido que enviassem um SMS ao marido dizendo “Amo-te”. A seguir, as participantes trocaram de telemóvel e leram as respostas. Algumas foram:
– Para quem era esta mensagem?
– O que é que fizeste desta vez?
– Deixa-te de rodeios, de que é que precisas?
– Diz-me já quem é ele ou mato-te.
– Quem és tu?
Bem se vê como somos animais de hábitos. Na dúvida, o melhor será não sair do padrão.
Maradona a dançar o tango
O golaço de Maradona à selecção inglesa, sob um ângulo diferente do clássico e com “El Pibe de Oro” a dançar ao som deste excelente El pañuelito.
Marcelo não vai ao congresso do PSD
mas paga inscrição para ajudar o partido. Um cata-vento altruísta.
Fim
António DE Almeida, no exercício da sua liberdade, escreveu o seguinte comentário neste post: “Por acaso eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis”
Na altura, nem sequer dei grande importância, afinal “eles” andam por aí a enxamear as caixas de comentários.
No dia seguinte, durante a leitura deste blogue, cruzo-me com um post a elogiar um artigo de Henrique Monteiro ilustrado com uma frase de Milton Friedman. Fui ver quem era o autor do post e reparei que o nome não me era estranho. De seguida, perguntei se era a mesma pessoa. Para minha surpresa, respondeu que sim, era o defensor da “existência de partidos nazis”.
Quando aceitei participar no Aventar já sabia que neste espaço escreviam várias pessoas com ideias muito diferentes uma das outras. E isso agradou-me. Sempre acreditei que da discussão nasce a luz. Mas tudo tem um limite.
A Europa atravessa um período muito difícil da sua História. Ainda ontem tomámos conhecimento de que a extrema-direita está à frente nas sondagens para as próximas eleições europeias. Na Hungria é aquilo que vamos sabendo. Ou seja, eles andam aí e, pelos vistos, também por aqui.
Por isso, por uma questão de princípio, não participarei mais neste blogue. Nunca, jamais, em tempo algum, aceitaria partilhar o mesmo espaço com alguém que defende “a existência de partidos nazis”. Isto é o grau zero da discussão política.
Porque não quis tomar esta decisão de forma precipitada, ainda fui ler os posts anteriores de António DE Almeida. Infelizmente só confirmou a minha decisão.
Já agora, vou aproveitar este parágrafo para sublinhar quanto é irónica esta nossa passagem terrena. Pelo que percebi dos posts anteriores de António DE Almeida, este está (ou estava, não sei) a trabalhar em Angola. Portanto, não deixa de ser irónico alguém que defende “a existência de partidos nazis”, que têm como uma das suas bandeiras o lema “morte aos pretos” (a realidade demonstra que o praticam), estar a trabalhar precisamente no território da Mãe África. Ah ironia!
No entanto, gostaria de alertar que nesta casa, no Aventar, continua a existir muita gente valorosa e defensora dos mais elementares princípios da convivência em sociedade. E, por isso, continuarei leitor deste espaço plural.
Mais uma vez, agradeço o convite e ressalvo que foi com muito prazer que aqui participei. Mas tenho princípios de que não abdico. Lá está, cada um tem os seus, estes são os meus. Apropriando-me de uma tirada de Marx (não é esse que estão a pensar, é outro) direi, “Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, não tenho outros…”
Continuarei no meu espaço a escrever e a divagar, orientando-me sempre pelos valores em que acredito e defendo diariamente. Ah, e nazis não são bem-vindos, claro…
Parafraseando alguém, “Não gosto de nazis, é uma coisa que me chateia, pá”.
PS. António DE Almeida, como prova de que não pretendo “tirar a Liberdade” a ninguém, sou eu que me retiro desta casa para que v. ex.a possa continuar a ter a liberdade de defender “a existência de partidos nazis”.
Bernardo Loubet da Nóbrega: Adivinhem em que Universidade estudou…
Um indivíduo seriamente perturbado, de cuja existência tive hoje conhecimento, aparece no Facebook a dizer barbaridades como as da imagem acima reproduzida. No mesmo local, dá os Parabéns a Passos Coelho por «mais uma grande vitória» ao voltar a vencer as eleições para o PSD. Confessa-se admirador de Ayn Rand, escritora que tinha um fetiche com William Edward Hickman. Tece loas a um texto intitulado «és pobre porque não mereces ser rico». Atira-se à Igreja Católica por estar transformada «num antro de esquerdistas». Atira-se a Fernando Tordo, mais um «artista da vida airada que quer viver à custa da cultura»; e à parasitagem dos «esquerdalhas»; e dos «comunalhas». Defende o regresso da escolaridade obrigatória para o 6.º ano («o CDS tem de ser mais persuasivo com este Ministro»). Sente-se enjoado com o pensamento social-democrata de Francisco Sá Carneiro; Exige a extinção do Tribunal Constitucional; decreta o fim da província; e muito, muito mais. Só visto!
Confesso que inicialmente pensei que era tanga, fina ironia de quem não se revias nas políticas deste Governo. Parecia surreal para ser verdade, ainda me continuaria a parecer se não fosse um detalhe no seu perfil. Adivinhem onde estudou. Exactamente!
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Emannuel Viollet-le-Duc, o nazi do património
Claro que este título é uma figura de estilo, mas aquela que o Google e seu doodle do dia merecem.
Viollet-le-Duc foi o pai de uma teoria genocida que imperou na relação entre arquitectura e património medieval a partir de meados do séc. XIX, entre nós com atentados praticados durante décadas. Tratava-se de repor a pureza original dos edifícios, como se a História morresse no séc XIV, arrasando tudo o que lhes foi acrescentado entretanto. [Read more…]
Pinheiro de Lafões
A bomba de gasolina ainda existe, a Estrada Nacional 16 tem agora asfalto. Anos 50-60 © Foto Beleza
A um cardiologista
No decorrer da minha segunda gravidez foram-me detectadas arritmias cardíacas, algo que eu suspeitava ter, já que sempre senti que o meu coração batia de forma descompassada, ora mais rapidamente, ora mais lentamente, mas nunca ao mesmo ritmo.
Tenho um ritmo cardíaco só meu, único e especial.
Encaminhada para o Serviço de Cardiologia do meu hospital de referência, o Santo António – Centro Hospitalar do Porto, fui atendida pelo Dr. Pinheiro Vieira, que passou a ser o meu cardiologista. [Read more…]
Dura Praxis, Sed Estupidus
Em 1974 o fim da censura fez de Escuta Zé Ninguém de Wilhelm Reich um sucesso de vendas, que arrastou a publicação de mais obras do autor, um discípulo chanfrado de Freud com um bocadinho de Marx mal lido à mistura.
Numa delas, O Combate Sexual da Juventude se bem me recordo, explicava o sucesso da Juventude Hitleriana junto dos adolescentes arianos por uma razoável liberdade sexual que reinaria nos acampamentos mistos, tipo campismo com quecas. Desconheço a veracidade de tal, mas recordo-me de na altura ter meditado no ascetismo que vigorava em grande parte da esquerda não sendo bem assim na direita, e cheirou-me a esturro. Assim foi, o assunto queimou-se.
A “restauração da praxe” nessa mesma década em Coimbra não foi fruto dessa leitura, mas vista hoje à distância até parece. [Read more…]
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