Foto@Dario Silva
Seguindo a linha eleitoralista que tem marcado a actividade recente do PSD, que longe de se estar a lixar para as eleições se vai desdobrando entre anúncios de programas de impacto residual (mas muito interessantes no que à propaganda diz respeito), operações de charme junto de empresários, assegurando ser capaz de ganhar as próximas eleições sem recorrer sequer ao táxi do Capelo Rego, e piscadelas de olho ao contribuinte, a quem não revela ainda o próximo programa de governo apesar de deixar escapar a intenção de reduzir impostos, Maria Luís Albuquerque continua em grande forma, no humor como na hipotética corrida para suceder a Passos Coelho.
Depois do “multipliquem-se” ou dos cofres cheios de novos empréstimos no país dos cortes e da carga fiscal brutal, a simpática ministra das Finanças deu uma entrevista aos amigos do semanário SOL, onde pontificam a biógrafa do chefe e o homofóbico Saraiva, na qual afirmou que “Em Abril veremos se há espaço para devolver os salários e eliminar a sobretaxa“. Se duvidas restassem sobre a intenção de mandar lixar as eleições, penso que ficamos esclarecidos depois desta demonstração do mais acérrimo além-troikismo. Pedro Passos Coelho bem avisou que se ia bater por uma maioria absoluta.
Apesar do dinheiro que os partidos torram em lixo panfletário, concertos de música pimba e porcos a assar, o tempo de eleições apresenta-se cada vez mais como a única altura em que podemos aspirar a uma simbólica melhoria na nossa cada vez pior qualidade de vida. O cinto da austeridade, como por magia, parece alargar-se, e durante alguns meses tudo é novamente possível. E mesmo perante a premeditada aldrabice eleitoral, é expectável que voltemos a eleger quem nos trouxe até aqui. Ou engrossaremos as fileiras da abstenção e deixaremos que as redes organizadas dos partidos da central de negócios elejam os seus caciques com o apoio de 25% dos eleitores portugueses. Por nós está tudo bem enquanto houver Superbock.
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P.S. Perante a pergunta: “Como tem sido trabalhar com Paulo Portas?“, a ministra das Finanças respondeu aos seus entrevistadores com um “Tem sido bom. Nós nunca tivemos uma má relação pessoal. Nunca. Nem antes, nem depois de eu ser ministra.“. Opinião diferente terá Portas, que por altura da sua manobra irrevogável-demissionária, alegou que ficar no governo após a escolha de Maria Luís Albuquerque configuraria “um acto de dissimulação“. E como sabemos, dissimulação é coisa que não assiste a Paulo Portas.
há tantos fluviários de negociatas em preticale e baldes de cal
Este governo enganou o seu povo. Ameaçou tirar 20 e acabou por tirar “apenas” 19. O povo diz: “graças a Deus, podia ter sido pior”. Agora prepara-se para devolver 10 e dirá que é aumento de salários e diminuição de impostos. O povo diz: “graças a Deus, valeu a pena o sacrifício”. Entretanto, 9 foram para galheiro e povo diz: “conseguiram dar a volta a isto, graças a Deus. Merecem o meu voto”. Com um povo assim, quem é que precisa de Passos e Portas?
Amen Alcídio!
3 bancas rotas!
Todas responsabilidade de quem?
Já chega!
Todas responsabilidade de PS e PSD. Com o ocasional taxi ou não. Chega sim senhor!
E os culpados disto tudo continuam em grande a fugirem das responsabilidades no dia das eleições. No meu concelho o partido que ganhou as eleições com maioria absoluta teve 18% dos eleitores a votar nele, graças aos 60% de cidadaos que acham que isto não é com eles. Pulhas!!