Observatório de Atenas

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Um novo blogue, Observatório da Grécia, preenchido por conhecidos e reputados blogueiros, propõe-se “disponibilizar mais informação do que a que se pode atualmente encontrar, favorecendo uma leitura informada sobre os acontecimentos” da Grécia. Uma missão inovadora, de que nunca ninguém se tinha lembrado entre nós, que tal como tanto Zé fazia falta.

Acho muito bem. Pela nossa parte é um sossego saber que já não precisamos, no Aventar, de traduzir ou publicar textos como Não há tempo para jogos na Europa (17.154 visualizações), Carta Aberta de Alexis Tsipras aos Leitores do Handelsblatt (16.531 visualizações), Carta aberta de um estudante liceal grego (4.644 visualizações), Petição sobre a dívida da Alemanha à Grécia em reparação pela invasão na II Guerra Mundial (mais de 8.765 visualizações) ou Como um grego ensina a um alemão a História das dívidas (mais de 27.048 visualizações).  Muito melhor que nós a casta, perdão, a nata da nata se encarregará dessa tarefa (ainda podia acrescentar umas legendagens de uns vídeos, mas nem vale a pena) com um alcance muito mais vasto. Por outro lado parece-me que artigos como o do Rui Curado Silva, Paralíticos Gregos vs Donas de Casa da HSBC, se remeterão à simplicidade dos seus 4.146 leitores, o que é preciso é disponibilizar mais informação e comentário de forma a alcançar quem a leia.

É um sossego, a partir de agora a malta de Lisboa (com duas notáveis excepções, eu sei) trata do assunto, nós cá pela província pensaremos, talvez, em divulgar o que de helénico se passa fora de Atenas.

À atenção dos liberais encostados ao estado e, também, dos arrependidos, como Carlos Abreu Amorim

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A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) cobrou em 2014, de forma coerciva, 26,5 milhões de euros em dívidas pelo não pagamento das taxas das portagens, receita que reverte na totalidade para as empresas concessionárias das auto-estradas. [P]

Falem-me outra vez de menos estado e de iniciativa privada, depois de terem posto o estado a trabalhar para empresas privadas.

(Mais) Merda nos canos do governo

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Enquanto José Sócrates, o principal trunfo eleitoral da recentemente renovada coligação PSD/CDS-PP, continua a ser cozinhado em lume brando, as últimas semanas têm sido férteis no emergir de inúmeras polémicas que colocam o regime passista numa situação de extrema fragilidade. Para além dos habituais tachos, das incompetências e irresponsabilidades ministeriais, dos calotes e das mentiras de Passos Coelho, a denúncia feita na passada semana pelo ex-dirigente social-democrata Paulo Vieira da Silva sobre uma suposta rede de tráfico de influências que gravita em torno do vice-presidente, antigo secretário de Estado e homem forte de Pedro Passos Coelho, Marco António Costa poderá significar um duro golpe nas aspirações políticas daquele que em tempos abria as portas todas.

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E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão? (III)

Guardas de uma cadeia no Nevada, EUA, são acusados de terem instigado presidiários a lutarem ao estilo dos gladiadores. A morte de um recluso está a ser investigada.” (JN)

Ritalina: hiperactividade, educação ou negócio?

Em democracia não há territórios sagrados, apesar de existirem algumas reservas, na sociedade não médica, à entrada na esfera clínica. Normalmente, quem arrisca, leva com uma bateria de batas brancas em cima que, com argumentos, quase sempre básicos, acaba por intimidar.

Aviso, portanto o leitor, de que não é minha intenção entrar na discussão médica sobre a Ritalina, até porque, ao ler parte da informação oficial disponível, fiquei suficientemente assustado, para nem tentar perceber o mecanismo da droga mais comum nas escolas, por estes dias. O meu olhar é o de Professor.

Nas nossas escolas a quantidade de crianças medicadas é absolutamente assustadora – quase não há turma em que dois ou três meninos não tome algum tipo de medicação para a hiperactividade. E, diz-me o senso comum, que não é possível que cerca de 10% das nossas crianças sejam portadoras desta “doença”. Não é possível.

E, parece-me que há três  factores que contribuem para este manifesto exagero da Ritalina nas escolas: [Read more…]

Ars moriendi

Uns 20 anos antes de eu nascer, certa mulher da minha família ganhava a vida a assistir a missas pela alma de perfeitos desconhecidos. Nem sempre seriam desconhecidos, claro, a cidade era uma aldeia, mas o que quero dizer é que não existia nenhum laço entre ela e os defuntos a não ser esse, contratual, e que nem fora da iniciativa deles. Pagavam-lhe os enlutados para estar presente durante a cerimónia e para rezar pela alma que partira, cedo ou tarde e provavelmente descontente, porque eles, os que deveriam fazê-lo, não tinham paciência, tempo, ânimo, o que fosse. E assim ganhava ela a vida, correndo igrejas, rezando aqui e ali por um Manuel, uma Alfredina, um Viriato, sem deles nada saber, tão só que levavam uma semana, um mês, um ano mortos, e que quem ficara ainda os lembrava  ou tinha, pelo menos, medo de enfrentar a sua raiva além-túmulo se as missas devidas ficassem por dizer. [Read more…]

E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão? (II)

Escola católica expulsa criança que se encontrava em tratamento de uma leucemia linfoblástica por acumulação de faltas, “devido à sua incapacidade de corresponder aos nossos padrões académicos e de assiduidade“. Como reagiríamos se fosse uma escola islâmica?

A Mahler o que é de Mahler

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Eu sou do tempo em que o JN era uma escola de revisão. Conheci alguns profissionais desse jornal com quem fiz amizade, e habituei-me a respeitar a prosa lavada com que se apresentava. Hoje, continuo a lê-lo, diariamente, mais não seja, por esse respeito quase histórico.

Outros tempos vieram, e com eles, os correctores ortográficos, muito mais leves que a sala de revisão, cheia de fumo e silêncio. Mas impessoais e dados a erros, se mal utilizados ou se utilizados de forma distraída…

Duvido, aliás, que qualquer corrector permita, sem o rasurado a vermelho, que se confundam nomes imortais.

O caderno “etc.” de hoje traz uma entrevista com a fadista Aldina Duarte, à luz do seu mais recente trabalho discográfico.

Ficámos a saber que a fadista gosta de muitos géneros musicais e que, entre outros, não dispensa Gustav Mahler.

Fica-lhe bem!

Ao jornalista que a entrevistou é que fica mal a troca de Mahler por “Mhaler”. Não se trata de gralha fortuita no título. No corpo da entrevista, o plumitivo volta a trocar o nome. Não sendo uma gralha, é incompetência.

Gustav-Mahler-KohutComo serviço público, que gostamos de assumir, aqui fica a fotografia do músico e o seu nome correcto: Gustav Mahler, nascido na Boémia em 1860, faleceu num sanatório em Viena, no ano de 1911.

Se fosse vivo, Mahler teria, por certo, agarrado o jornalista do JN e, tal como Lopegui a Jorge Jesus, ter-lhe-ia dito: “Se voltas a trocar-me o nome, apanhas um murro”.

E seria um folhetim!

A caminho do fundamentalismo?

No Brasil, o poder das instituições religiosas é cada vez maior. A radical IURD, com os seus “exércitos” de aparente inspiração fascista e a fraude da venda de indulgências é apenas uma face de um país onde a laicidade parece não ter lugar.

Arte urbana e intervenção

à solta no Porto e também em Lisboa. O turismo agradece!