Carta do Canadá: A sobremesa e o café

bolo de laranja

É de elementar bom senso e inteligência servir uma magnífica sobremesa e um soberbo café quando a refeição é má ou, pelo menos, de duvidosa qualidade. Porque, se for excelente o que se toma por último, é essa excelência que fica na memória dos nossos convidados.

Não é preciso tirar nenhum curso para saber isto. Basta, repito, ter bom senso e inteligência.

Cavaco Silva, enquanto Presidente da República, e a dupla governamental Passos e Portas, auto-proclamados arautos da direita radical que eles julgam salvar a Pátria, falharam completamente a parte final da sua prestação pública depois de, durante quatro anos, terem servido ao povo uma mistela intragável de incompetência, ignorância, amadorismo, mentira, trapaça, abuso e nepotismo. Em suma, uma refeição que o povo rejeitou em impressiva percentagem. Dizem eles, agora, que a União Europeia assim o quis e a troika assim o exigiu, esquecidos de terem entrado ao som do berro triunfante: vamos além da troika. E assim foi, num desejo canino de lamber os pés à Alemanha. Nisso queriam parecer-se com Salazar.


Quatro anos depois, o governo foi derrotado no parlamento. Minoritário e acossado, levou anos a tourear o PS até este partido ter um líder que, sem ilegalidade nem estardalhaço, lhe tirou debaixo dos pés o único tapete com que poderia manter-se no poder. Passos & Portas, e Companhia, ficaram de pés no ar. Compreende-se muito bem o ódio que chispa dos olhos de Passos, de Portas, Maria Luís Albuquerque, Assunção Cristas, Jorginho Bilderberg Moreira da Silva (o que não teve competência para resolver o caso de legionela que grassou nas terras de Vila Franca de Xira), Nuno Magalhães e Luís Montenegro (dois trunfos ridículos da maçonaria), Paulo Rangel (o queixinhas e intriguista de serviço em Bruxelas), Nuno Melo (o boçaloide armado em pimpão), Marco António Costa (o calhau preso a Gaia e sua crónica), e quejandos. E entre estes, os quejandos, o rabejador que se meteu na arena, de seu nome José MRPP Manuel PSD, Durão UE Barroso Bilderberg, o mesmíssimo que foi uma nódoa como governante, um colaborador atento e obrigado do George Bush para a invasão do Iraque (grande alavanca do chamado Estado Islâmico), de novo nódoa como presidente da Comissão Europeia, como muitos que lá trabalham têm dito e escrito. Sem profissão certa e reconhecida, vivem dos partidos. Sabendo-se como são falsos os partidos, nas suas lutas internas e assassinas, têm razão para estar com medo e cheios de raiva: perdem o cargo e o penacho, o carro com motorista de borla, as mordomias todas, e lá terão de ir trabalhar, se arranjarem onde.

Ora, perante isto, esperava-se que organizassem um grande final, uma apoteótica saída de cena, isto é, com garbo, dignidade, altura, brio. Eles e o PR estão a cair de forma feia, indecorosa, mesquinha, muito baixa. É bem verdade que ninguém pode dar o que não tem.

Aqui estão a sobremesa e o café servidos por Cavaco e a choldra da PAF. Nunca mais nos vamos esquecer.

Comments

  1. jorge lourenço says:

    Pode ser que com a nova ministra da justiça se faça luz sobre os submarinos, a compra venda das ações do bpn, aonde se ganhou milhares de um dia para o outro, pandures, helicópteros e outros negócios mas escondidos, isso é que devia ser servido ao jantar.

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