Culpem o Heavy Metal


A TVI 24 faz-nos saber que os prisioneiros de Guantanamo foram expostos a música em altos berros, música… H-e-a-v-y M-e-t-a-l. E como no Bataclan tocava ontem uma banda de heavy metal (o que nem é verdade), será que há relação entre a música e o banditagem a que assistimos ontem em directo?
“É só uma coincidência? É só um pormenor que nos ajudar a compreender o que se passou em Paris?”
E como sobreviveremos a este “novo tipo de terrorismo que, por acaso, repara, até já tem comunicações por satélite?”

Intimissimi e as pessoas que valem LIXO

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Intimissimi é uma loja fina de Lisboa e vende lingerie de design italiano.
Às vezes, contrata umas pessoas após análise do seu curriculum.
Contrata umas pessoas e das outras atira para o caixote do lixo o respectivo curriculum, à mão de semear.
Lixo, lixo, lixo, é quanto as pessoas descartáveis valem…

A música que importa

“Imagina que não há países,
Não é difícil se tentares,
Nada por que matar ou morrer
E nada de religiões
Imagina todas as pessoas
A viver a sua vida em paz

Podes dizer que sou um sonhador
Mas não sou o único a sonhar
Espero que um dia te juntes a nós
E o mundo seja uno e apenas um”

John Lennon, Imagine, 1971
[adapt.]

O que responder?

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Voltaire, Dicionário Filosófico, excertos do artigo “Fanatismo”:

Resumindo, todos os horrores de quinze séculos podem ser renovados num só, desde as pessoas sem defesa chacinadas aos pés dos altares, dos reis esfaqueados ou envenenados, um vasto Estado reduzido a metade pelos seus próprios cidadãos, desde a nação mais belicosa até à mais pacífica dividida pela espada desembainhada entre o pai e o filho, os usurpadores, os tiranos, os executores, os parricidas e os sacrilégios violando todas as convenções divinas e humanas pelo espírito da religião: cá está a história do fanatismo e dos feitos.

Não há outro remédio a esta maldita epidemia que o espírito filosófico, que espalha, passo a passo, os costumes dos homens e que impede os acessos do mal. As leis e a religião não chegam para lutar contra a peste das almas. A religião, longe de ser um alimento salutar, torna-se um veneno nos cérebros infectados. Os miseráveis inspiram-se sem cessar no exemplo de Aod que assassinou o rei Églon; de Judith que cortou a cabeça de Holopherne enquanto dormia com ele; de Samuel que desfez o Rei Agag; do padre Joad que assassinou a sua rainha etc. etc. Eles não percebem que estes exemplos, que são respeitáveis na Antiguidade, são abomináveis no tempo presente: eles põem a sua loucura na própria religião que os condena.

O que podemos responder a um homem que te diz que prefere obedecer a Deus que aos homens e que em consequência disso ele está certo de merecer o céu por te matar?

Os líderes dos fanáticos, que colocam os punhais nas suas mãos, são uns velhacos maliciosos. Eles assemelham-se ao Velho da montanha que, diz-se, deu às pessoas fracas uma pequena amostra do paraíso, prometendo-lhes uma eternidade de tais prazeres, desde que eles matassem todos aqueles que ele lhes ordenasse. Em todo o mundo só uma religião não foi conspurcada pelo fanatismo, a dos literatos chineses. Quanto aos filósofos, em vez de serem infectados por essa pestilência, eles foram um remédio contra ela pois o efeito da filosofia é compor a alma e o fanatismo é incompatível com a tranquilidade. Relativamente à nossa santa religião ter sido tão corrompida por estes infernais impulsos, é a loucura dos homens que se deve culpar.

O autodenominado Estado Islâmico

acaba de reivindicar os ataques de ontem.

Uma imagem que diz tudo: o terrorismo tem que ser uma luta sem tréguas.

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O terrorismo não vencerá.

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