Para sublinhar o ridículo da argumentação da PAF..

… nada como ouvir Mora Amaral hoje no Fórum TSF. “Não estamos à beira de um regime totalitário”, respondeu ele quando o moderador o interpelou sobre as declarações incendiárias dos dois líderes da coligação PAF.

Diz Nuno Magalhães que “é bom termos todos, nesta fase, muito cuidado com as palavras”. E bem poderia, ele mesmo,  dar o exemplo.  Perdeu o líder parlamentar da extrema direita uma boa oportunidade para estar calado ao se entregar ao exercício da “argumentação destinada a impressionar a opinião pública”, tal como explicou o vice-presidente do PSD, Mota Amaral.

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Pan consegue a primeira vitória

Ninguém me tira da cabeça que foi a pressão do PAN que salvou o leitão.

Não há nim possível para o PC

No nosso parlamento são estes números:

  • PaF: 107
  • PS: 86
  • BE: 19
  • CDU: 17
  • PAN: 1.

Logo, a alternativa a uma “minoria” da PaF só poderá acontecer envolvendo, pelo menos, três partidos: PS, BE e PCP para um total de 122. Uma colaboração entre o PS e o BE só teria 105 deputados. E, se estas contas, parecem dar importância ao PC, mostram também que um acordo entre o PC e o PS também não seria suficiente. Ou seja, para este efeito, ou estão os três, ou nada feito, o que, mais vírgula menos vírgula, tem vindo a ser dito por António Costa.

Ora, a espuma noticiosa tem vindo a colocar as negociações à esquerda num impasse: PS e BE estão de acordo, enquanto o PC continua no nim. Para comentar esta possibilidade podemos recorrer à expressão “não há fumo sem fogo” ou então ao clássico “isso é a direita a tentar condicionar o PC”.

As greves nos transportes ou a manifestação em frente ao Parlamento podem ser uma forma do PC continuar a condicionar o rumo das negociações, mas, prefiro continuar a pensar que a Manifestação da próxima semana é uma manifestação de apoio a um governo de esquerda e, se assim for, até simpatizo com a ideia, mas para isso, mais do que exigir o deita abaixo, devem dizer queremos a Esquerda a governar.

Verdade ou não, creio que em Democracia é a primeira vez que o sonho de muitos se poderá concretizar. E, o Partido Comunista Português não pode desta vez deixar de estar na parte da solução. Seria mais confortável dizer que não, que continua apenas na luta e a liderar a classe operária, mas neste momento há uma forma muito mais simples de colocar a coisa:

  • ou o PC está ao lado do PS e do BE e permite um governo liderado por António Costa, ou, então, junta-se ao Assis e permite um governo liderado pelo Marco António.

 

Cavaco defendeu o TTIP no discurso de tomada de posse do governo

Falta de vergonha na cara é isto. Defender um tratado secreto, nem sequer conhecido pelos eurodeputados, e vir depois exigir conhecer o acordo PS/BE/PCP.

Ex-actriz porno apoiante do PàF em conferência no Porto

Sasha Campos

Laura Campos, activista ao serviço da coligação PSD/CDS-PP durante a campanha para as Legislativas e conhecida no mundo artístico como Sasha Grey, famosa actriz pornográfica, estará amanhã no Porto a participar no Fórum do Futuro 2015, uma iniciativa do pelouro da cultura da Câmara Municipal do Porto. Fiel aliada da incontornável Maria Luz, ícone maior não da pornografia mas da prostituição política, sob a égide de um qualquer spin doctor ao serviço dos radicais do PàF, Laura Campos – Sasha Grey se preferirem – irá debruçar-se sobre o tema “O prazer na arte“, numa possível alusão à arte pafista de fornicar os portugueses com propaganda galdéria e/ou ao imenso prazer que qualquer fanático da extrema-direita Tea Party nacional retira do seu meretrício inabalável, enquanto participa no assalto às estruturas de poder e no enxamear da Administração Pública de boys e outras prostitutas, versadas no alpinismo político e exímias trepadoras da escada do felácio. A não perder.

Foto: Facebook de Laura Campos

Ora, deu agora ao miúdo para ir brincar com aqueles gandulos que moram nas barracas da extrema esquerda da rua.

«Quando a direita mais moderna, mas sempre respeitadora da família, fala em falta de responsabilidade, é a esta desgraça que se está a referir. O patriarca Cavaco teve de dar um berro, claro.»

[um caramelo no Vida Breve]

Assim seja, caralho*

Liberdade. Ser livre não é para todos. Primeiro, é preciso a consciência e a vontade de ser livre. Não se é livre sem saber que se é livre e sem assumir essa responsabilidade: as crianças, seres nefelibatas, não são verdadeiramente livres; não se é livre abdicando de o ser, o que sucede muitas vezes, entre outros motivos, por falta de coragem, por fragilidade de carácter, por cálculo de compromisso; não se é livre se, em prol de outros valores, mais ou menos venais, se aliena total ou parcialmente a possibilidade de ser livre. Para ser livre é preciso ainda contexto político e jurídico, ou fugir. A tudo acresce a medida. Muita gente seria, em hipotética igualdade de circunstâncias, intrínsecas e extrínsecas, diferentemente livre consoante o quantum de liberdade que lhe bastasse.

Acredito que poucos saberão dizer se são livres ou reféns das teias da sua liberdade. Embora lhes seja fácil identificar nos outros os traços de liberdade que admiram.

É aqui que me situo, eu que procuro ainda, desta forma analítica e ociosa, digerir a morte prematura de alguém que foi, para mim, sinónimo de liberdade e talvez o meu melhor amigo. [Read more…]

Os fracos, os mais fracos e os mais fracos dos mais fracos

hqdefaultO Estado Social, segundo Isabel Jonet, deve limitar-se a ajudar os mais fracos dos mais fracos. O Estado Social não deve, portanto, ajudar os que são apenas fracos, porque os fracos, no fundo, são fortes e fortes do pior tipo. O fraco é um forte que se limita a fazer força para parecer fraco. Não é por acaso que dos fracos não reza a História: não porque não sejam fortes, mas porque não são suficientemente fracos. Para Isabel Jonet, fraqueza é algo que se resolve com um copo de água e açúcar.

E os mais fracos? Não deveria o Estado Social ajudá-los? Os mais fracos são só fraquinhos, gente tão desprezível que é olhada de lado pelos fracos. Cálculos recentes permitem, aliás, saber que um fraco terá a força de dez mais fracos.

Os mais fracos terão, todavia, força suficiente para, pelo menos, pedir esmola, o que isenta o Estado Social do dever de os ajudar. Se os mais fracos, aliás, tiverem deficiências físicas, Isabel Jonet poderá, até, dizer-lhes: “Vá lá pedir esmola, que tem muito mau corpo para isso!” Não há, afinal, como uma boa chaga para que o mais fraco não vá chagar o Estado Social. [Read more…]

A esquerda e um novo encontro com a história constitucional

Santana Castilho*

As afirmações que se seguem são correctas no essencial, ainda que uma análise mais longa pudesse melhorá-las, com detalhes:

  1. Nos 41 anos da nossa democracia, o PS suportou demasiadas vezes políticas de direita, corroendo, assim, a sua matriz ideológica.
  2. Porque o PS, finalmente, resolveu fazer diferente e negociar com o PCP, PEV e BE, logo soaram as trombetas do alarme social e financeiro, sopradas pelos monopolistas do “arco da governação”.
  3. A tradição de desentendimento político entre a esquerda e a acusação sistemática de que PC, PEV e BE preferiam o protesto à responsabilidade de governar, agora que parecem em vias de reversão, viraram virtude para os arautos da inevitabilidade. Assumiram-nas como garantidas e aterroriza-os a hipótese de se ter fechado esse ciclo.

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Marco António Costa, o absurdo democrático do PSD

MAC

Depois de meses de campanha eleitoral na sombra, não fosse a sua presença tóxica aumentar ainda mais a sangria de votos e deputados à direita, Marco António Costa ressuscitou na noite eleitoral. Desde então, é vê-lo dar voz ao partido que o remeteu temporariamente para a penumbra, sempre com aquele seu ar de senador impoluto que não tem telhados de vidro.

Em entrevista à Rádio Renascença, o vice-presidente do PSD voltou à carga contra as negociações à esquerda, e por entre os chavões extremistas que têm marcado a propaganda pós-eleitoral da coligação, Marco António Costa afirmou que “o país está a viver um absurdo democrático”. E pela primeira vez, vejo-me perante a inevitabilidade de ter que concordar com o arquitecto da ruína da CM de Gaia. [Read more…]