Bilhete do Canadá – O que eles dizem

aventar news

ANTÓNIO BARRETO: “O mais impressionante é como tanta gente se acovarda hoje”.  Grande exemplo de valentia e coerência dá esta pantera que se esconde atrás do merceeiro que, por sua vez, se esconde atrás duma fundação. Haja dinheiro e paraísos holandeses.

MOURINHO FÉLIX: “O deputado Leitão Amaro  ou tem um profundo desconhecimento do RGIC (Regulamento Geral das Instituições de Crédito) ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária”.  Tanto floreado para dizer uma coisa que o país inteiro sabe: aquele deputado sustentado pelo dinheiro do povo, ou é um ignorante ou tem surtos de estupidez.

NUNO MAGALHÃES: “Se o CDS acreditasse em sondagens não estávamos aqui há muitos anos”.  Não é um problema de crença, deputado que sustentamos, é uma questão de descaramento e falta de coluna vertebral. Toda a gente sabe, e os membros do CDS melhor do que ninguém, que esse partido é uma sopa de restos do salazarismo que outros partidos, por falta de coragem, aceitam como capacho quando é preciso fazer mais votos.

JOÃO AMARAL: gritou contra a “esquerda envergonhada”.  Pois devia estar caladinho porque, para o país não se estatelar graças à direita desavergonhada, tem a esquerda que fazer alguns fretes.

Bilhete do Canadá – Ganda Rebaldaria

ivanka-trump-bracelet-2016-11-15

Ivanka Trump, que faz gala em exibir-se ao bom estilo da boazona pirosa, deu uma entrevista ao programa 60 Minutos, da CBS, e deixou perplexos os entrevistadores que se perguntam, agora, que jogo escondido tem a rapariga e o marido. Afirmou e reafirmou, com a maior candura, que o papá a convidou a fazer parte da sua equipa governamental… mas sem pasta. Vai lá estar, diz ela, apenas como filha. Todos estão desconfiados que vai ser, de facto, a primeira dama. De resto, Trump pai opinou a rebentar de orgulho: “A Ivanka é realmente uma beleza. Se não fosse minha filha, era minha namorada”. É de cavalheiro. God bless you America.
Durante toda a entrevista, Ivanka agitou o braço onde exibia uma espampanante pulseira de ouro. No dia seguinte, os responsáveis pelo programa foram abordados por um vendedor da ourivesaria de que a dama é cliente para sugerir que publicitassem a pulseira, posta à venda por cerca de 11 mil dólares, uma pechincha, desde que fosse adquirida através do website de Ivanka. É o que se chama ir com sede ao pote.
Entretanto, Obama e McCain prometem refilar, alto e bom som, quando surgirem anomalias trumpescas. Coitados, vão ser uns mouros de trabalho diário em full time.

Bilhete do Canadá – O que eles dizem

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PASSOS COELHO (a propósito da CGD) acusa governo de despudor, indignidade e total falta de ética. Esqueceu-se do imenso pudor com que se conduziu na Tecnoforma, na falta de pagamento de impostos por anos e na promoção escandalosa de Miguel Relvas. Anda tão esquecido que parece ter Alzheimer. Coitado, tão novo.

CRISTAS diz que “primeiro ministro não se pode esconder mais atrás de ministros e secretários de estado”. A rapariga anda a precisar de óculos. Quem se esconde, e atrás dela que tem farta saia, é o Portas caixeiro viajante pago ao quilómetro, o tal que diz que a ideologia mata os negócios. O Costa, com aquela largura toda, não tem onde se esconda. [Read more…]

Carta do Canadá – O Albertino

Ilustração: Atlanta Sketch Group

Ilustração: Atlanta Sketch Group

Naquele tempo o Ti Xico Porto era o tesoureiro do Comando Geral da PSP, na Avenida António Augusto de Aguiar, e uma vez por semana eu ia almoçar com ele. Geralmente à sexta-feira e a seguir ao almoço íamos para Tomar gozar o fim-de-semana. Eram almoços reinadios, na messe, e tomávamos café um pouco acima, na mesma rua, mesmo em frente a um chalet arte nova, na esquina da Luís Bívar, se bem recordo, que exibia uma placa explicando que ali tinha vivido António José de Almeida, grande figura da 1ª República. Volta e meia aparecia o Albertino,   construtor civil feito a poder de baldes de cimento desde os 12 anos, porque o país era o que era e a vida é o que é. Gostava muito do Ti Xico e vinha quase sempre só para o ver  e se regalar no café com os amigos dele. Todos achavam piada ao Albertino e puxavam por ele, que era um meia leca magrote, esturricado, olhinhos matreiros de rato. E muito rico. Podre de rico. Abria a boca e dizia coisas espantosas. Inesquecíveis. Sentenciava, por exemplo, que os alquitetos mandam mais que os inginheiros.  Devia saber disso, porque era um gaioleiro desembaraçado que cirandava pela câmara e pelas ruas de Lisboa a impingir projectos, a fazer e vender casas. Tinha ideias claras. Os pretos, dizia, era para estarem em África e porrada neles que eram uma cambada de malandros. Uma ocasião, naquele café manhoso da Avenida Conde Valbom, que era o quartel-general dos empreiteiros, leu num jornal que a Inglaterra se propunha legalizar as uniões de homossexuais  e não esteve com modas: meteu-se num avião  para Londres,  onde o filho estudava, e obrigou-o a regressar a casa sob pena de o pôr fora de casa se não obedecesse.  Sobre mulheres, era definitivo: quando inquirido de qual discurso tinha gostado mais nas festas regionais, nem pestanejava ao declarar que “dos discursos o que eu gostei mais foi das pernas das gajas”, que ele observava palitando os dentes enquanto os oradores  palravam. [Read more…]

Bilhete do Canadá – Olha quem ele é

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O PSD, pela voz tronitruante de Carlos Abreu Amorim, pediu explicações sobre o novo cargo da ministra da Justiça como juíza do Supremo. Serena e educada, Francisca van Dunem explicou a situação. O paquidérmico Amorim deve andar a encher-se de vento com o trampismo americano.  Nada racista, como se sabe. A fazer pendant com o passado extrema direita do deputado.

Em contraponto, está o chefe do partido, o Passos Coelho: sempre azedo, sempre casmurro, sempre de trombas, a tartamudear desgraças que aí vêm, a pôr defeitos a tudo. Não há pachorra para aturar estes mecos.

Bilhete do Canadá – Tempestade Americana

São 3 horas da manhã em Toronto e New York.  Donald Trump acaba de ser eleito presidente dos Estados Unidos da América e de fazer o seu discurso de vitória, após ter recebido um telefonema de Hillary Clinton reconhecendo a derrota.  Vitória por margem mínima e um discurso paroquial, muito ao estilo babado dos patos bravos contentes consigo mesmos e distribuindo agradecimentos a vivos e a mortos, que enumeram pelo nome e parentesco. A multidão delira. E começa agora o caminho para o detestar porque, tendo recebido todas as promessas, será defraudada.  Donald Trump, um construtor civil, um outsider sem preparação nem experiência, com ousadia e sem medir aquilo que são as consequências políticas, não pode saber neste momento que a realidade é uma trela curta e dura.  A partir de agora, está nas mãos da oposição e da comunicação social que não lhe há-de perdoar nada.  O povo, esse será o eterno adiado. [Read more…]

Bilhete do Canadá – Atrás duma grande mulher

Todos sabemos, geralmente de ouvido, que atrás dum grande homem está sempre uma grande mulher. Foi assim com Bill Clinton e com Barak Obama. E aqui chegamos a esta coisa gira: Hillary já foi primeira dama e agora, não havendo azar, passa a ser presidente da República. Jornalistas bem dispostos do Canadá resolveram reinar com a situação e perguntam, deslavados, se Bill Clinton vai ser primeiro cavalheiro.  Mas reconhecem que, sendo ele muito macho, não vai conseguir encher o tempo com chás de caridade, hortinhas orgânicas, galinhas de campo com ovos cheios de saúde (a fazer inveja à Senhora Maria do Salazar, se ela ainda por cá andasse).  Ninguém está a ver o Bill, dizem, na tv a cantar louvores ao mel orgânico e à dieta vegetariana. Para isso, Michelle Obama é que é uma artista, garantem os ditos jornalistas. E solícitos, sugeram que a Hillary deixe o Bill à solta e contrate a Michelle como primeira dama.

Dirão: mas, num momento tão sério, põem-se com estas graçolas?  Bom, é mesmo o momento de as inventar e dizer, assim como quem canta pela estrada deserta ou assobia no escuro.  Para espantar o medo.

Bilhete do Canadá – Pois

A história, velhíssima, foi assim: um soldador, empoleirado num andaime, soldava uma janela de alumínio. Vários metros abaixo, o seu ajudante olhava para cima, de nariz no ar. De repente, um pingo de solda caíu-lhe num olho e as dores violentas abiram-lhe a boca em todas as injúrias que cabem na língua portuguesa. Estomagado, o soldador processou o ajudante, sob a acusação de lhe ter chamado os nomes mais obscenos. Quando foi presente a tribunal, o soldador ouviu o juiz acusá-lo de ter chamado ao seu patrão os palavrões mais escabrosos. O ajudante explicou com grande aprumo: Palavrões? Eu? Nunca, senhor doutor juiz. Quando o pingo de solda me entrou no olho, eu só disse oh Manel toma cuidado.

Foi mais ou menos isto que eu percebi da briga entre os presidentes do Arouca e do Sporting, ao ouvir o adido de imprensa dos leões: O presidente do Sporting não chamou nome nenhum nem empurrou o responsável do Arouca. Este é que estava a brigar e Bruno de Carvalho só lhe perguntou o que se passava. Nuno Saraiva disse isto com as bochechas como um pudim flan. Está visto que não nasceu para estas baldrocas.

Bilhete do Canadá – No tempo em que os animais falavam

Ilustração: Arthur Rackham, 1912 (fonte: Wikipedia)

Naquele tempo, por andarem à frente, como os bois da guia, até chamavam PAF ao fenómeno, aconteciam coisas engraçadas.  Foi, por exemplo, o caso dum burro criado nas Necessidades que se estabeleceu com um negócio de raparigas da vida airada num país africano.  Aconteceu o que é costume: primeiro, foi a rebaldaria e o pilim a cair na carteira; depois, foi a chatice do inquérito. No fim, o silêncio e o esquecimento.  Mas parece que o burro deixou asno que lhe sucedeu, um que lhe guardou o apelido e o vezo de ver negócios em tudo sem se lembrar que quem tem telhados de vidro não deve andar à pedrada. Ou mais claramente: compreende-se que esteja muito ufano por pertencer à Loja, mas será bom não esquecer que muito boa gente não tem medo de lojas.  Até se ri delas.   Grande vassourada isto anda a pedir.

Bilhete do Canadá – Que saudades que ele já tinha

Da sua submissa Luizinha, do seu lambe-botas Gaspar, do seu invertebrado Passos, do governo afinal manipulado pelo Portas salta-pocinhas. É o que se deduz das parangonas do jornal:

Schäuble diz que Portugal “estava a ser bem sucedido até entrar um novo governo” – Público

O homem que, em cadeira de rodas, vai a caminho duma derrota eleitoral no ano que vem, maila parceira Merkel, não podia dizer menos porque lhe está na massa do sangue o desejo desenfreado de mandar na casa dos outros, de espezinhar os povos dos outros países. Heil estafermo!

Bilhete do Canadá – A vindima americana

trump hillary

Vai atirar para Novembro, até ao lavar dos cestos é aposta. Talvez venha a dar a primeira água-pé no Natal. Só depois do Ano Novo o mosto assentará de vez e haverá vinho, talvez bom, talvez assim assim. Para já, está fechado o tempo da vindima. Segundo as sondagens, depois do terceiro debate em Las Vegas, que é terra de incerteza e jogo, Hillary ficou à frente com 52% e Trump levou 32% e foi um pau.  Debate metido em baias pelo moderador: não houve palmas nem assobios, bravos ou pateada. O auditório esteve sempre de trela curta e açaime. Apesar disso, Trump estendeu-se ao comprido mais duma vez.  Voltou às baixarias que são o seu natural.  Ontem, com ressonância mundial, o director da poderosa Harpers Magazine, de New York, John Rick MacArthur, afirmou displicente que considera Trump “um vadio milionário”. Eu, que não sou nada, penso que o Trump se pôs a jeito para ouvir destas.  Por isso, e porque a experiência aliada à inteligência faz boa mistura, Hillary brilhou. Nem sei se Trump ter dito que não aceitará os resultados eleitorais, se lhe forem adversos, terá mais importância do que o “irrevogável” dum caixeiro viajante que andou a brincar de ministro no governo de Passos Coelho.  Calhando, é só garganta. O pior é o mundo e os Estados Unidos com ele estarem cobertos de nuvens negras.  Tudo parece prometer borrasca. Não é garantido que Hillary, apesar de ter nos bastidores dois homens de peso, Obama e Bill Clinton, tenha altura para um sarilho destes. Mas nunca se sabe e como dizem os cauteleiros, “há horas de sorte”.  Oxalá que assim seja.

Carta do Canadá – Estes dias inquetantes

Há uma menininha em Alepo, obrigada a viver no meio da guerra, que escreve um diário e conta como corre o seu tempo de martírio. Um dia destes, em pleno bombardeamento, pôs as mãozitas a tapar as orelhas e perguntou ansiosa: “Deus, estás a ouvir”? A imagem correu mundo e devia pôr de rastos os que fazem a guerra, dum lado e do outro da trincheira, se eles ainda tivessem um resquício de consciência, de pudor, de vergonha. Mas a guerra continua no desgraçado Médio Oriente e um pouco por onde recursos naturais são motivo de cobiça, um pouco por todo o lado onde se dá largas ao fanatismo mais criminoso.  Dolorosas as reportagens que mostram os milhões de refugiados desses países a encherem os caminhos do mundo, os acampamentos de acaso, as crianças violadas e raptadas, o abandono por parte dos países ricos, a intolerância e a raiva pregada por arautos ansiosos de ditadura. Apenas os países mais economicamente fragilizados, como Portugal, a Grécia e  Itália, os acolhem com o pouco de que dispõem.  A Europa, que se quis exemplo de democracia e civilização, ergue muros e dá largas à discriminação. Fora da Europa, também os Estados Unidos exibem um muro e ouvem promessas doutro por parte dum candidato a presidente da República, o Trump da ignorância, da estupidez, do descaramento, o membro dum partido que não se afligiu com isso e apenas se sobressaltou quando vieram a lume sórdidas aventuras sexuais. Este é o Partido Republicano e a sua bitola moral.

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Bilhete do Canadá – Um debate desgostante

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Uma superpotência como os Estados Unidos, responsável por muito do que bom e mau vai pelo mundo, não devia ter candidatos à chefia do estado ao nível da extrema baixeza.  Tinha, isso sim, de manter uma fasquia alta quanto à qualidade dos concorrentes por simples respeito ao estado. O Partido Republicano mostrou não entender essa escala de grandeza ao não cortar cerce o passo a um candidato tão ordinário como Trump. A mediocridade do Partido Republicano ficou escancarada ao só reagir, na pessoa de vários senadores, ao video de há uns anos atrás em que Trump, julgando-se muito viril, usou um palavreado de habitué de casas de passe para relatar as suas (não sabemos se inventadas) aventuras sexuais. A fraqueza actual do Partido Republicano fica demonstrada pela sua incapacidade de evitar que este energúmeno chegue à boca das urnas e, vergonha das vergonhas, tenha ainda um número razoável de pessoas a votar nele.  Roberto De Niro chamou-lhe aquilo que, de facto, ele é e ficou largamente demonstrado neste debate: um rufia.

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Carta do Canadá – Um rapaz do meu tempo

Acabo de saber da morte do Mário Wilson e fico triste. Não que eu seja grande coisa em futebol. Na verdade, o pouco que sei aprendi-o na emigração. Saudade é assim. Sempre que há jogos internacionais, lá estou a ajeitar o horário para me pôr frente à TV, a sofrer e a rejubilar. Mas tenho memória e lembro bem os tempos gloriosos da bola, que arrastavam multidões aos estádios. E, naturalmente, houve nomes que fixei. Um deles foi o de Mário Wilson.

Mário Wilson

Mário Wilson (foto via Diário Digital)

Mas vivíamos em mundos diferentes e separados. Nunca me passou pela cabeça conhecer um jogador de futebol. E, no entanto, isso aconteceu. Em 1976, fui convidada a ir a São Miguel, nos Açores, assistir a um desafio amigável entre o Benfica e o Sporting que iria inaugurar um estádio local. O convite partiu de João Rocha, então presidente do Sporting e amigo de alguns jornalistas que, durante o PREC, defenderam a liberdade e a democracia contra a ditadura à sua maneira. O pretexto foi calcular que eu estaria a precisar duns dias de repouso e que apreciaria ter por companhia nos passeios sua mulher e filha. [Read more…]

Bilhete do Canadá – Bumba no toutiço

Vi ontem um substancial naco da televisão francesa, incluído no serviço noticioso de uma hora que em Paris, creio, passa às 19 horas e no Canadá ao meio dia. Adianto estes pormenores de horário para se apreciar que audiências apanha.  Pois, como ia dizendo, desta vez, o naco foi condimentado por um Prof. de Direito Europeu, em Paris, que desancou o Barroso e depois, com um sorrisinho entendido, explicou que o primeiro  ataque de Juncker esperava por uma reacção em cadeia dos dirigentes dos países membros mas, afinal, só Hollande é que se chegou à frente. Dito à nossa moda do Ribatejo: foi uma pega dum maluco e dum rabejador que o safou de ficar ensarilhado nos cornos do animal.  Coisa mais sem jeito.  Ora, se somarmos tudo quanto já se disse e escreveu sobre a nobre escolha de emprego do Barroso, levantam-se umas perguntas: a Goldman Sachs ainda o quer? Ainda serve para alguma coisa?  Perguntas mais sérias do que parecem. Se, de facto, a Goldman Sachs persistir em ter o figurão nas suas hostes, então aquilo não é namoro recente. É mancebia antiga.  Daquelas que custam mais a a acabar do que um casamento canónico.

Bilhete do Canadá – O debate americano

trump hillary

Foi assim rotulado e por comodidade, assim fica. Mas não foi um debate. Foi o ataque enervado dum gaioleiro a uma intelectual que se manteve em pose de chefe de estado, dum pato bravo sem cultura nem educação a uma política que sabe não responder a provocações. São dois mundos opostos. Ao eleitorado cabe escolher. Em termos gerais, Hillary foi superior e é bem possível que tenha sensibilizado os indecisos: deixou  claro que vem duma família onde se trabalhava duramente, ao passo que Trump vem dos milhões dados pelo pai e arranjados em negócios de que se recusa a mostrar a declaração de impostos. Trump é assim um Passos Coelho de marrafa loira para disfarçar a careca que aparece, tomando a mesma oratória catrastrofista do homem de Massamá.  Antes dele foi tudo uma desgraça e ele é o salvador. Vamos ver o que isto dá.  É bom não esquecer que há uma grande massa de gente atrasada e desinformda que vota.

Carta do Canadá – Pesada herança

A tempestade arruaceira que os dirigentes do PSD e do CDS fizeram por causa das declarações de Mariana Mortágua no último congresso do PS, merecem ser analisadas.

Gritar histericamente que com essas declarações regressavam os tempos do estalinismo e o assalto à propriedade privada é, em 2016, mais do que despropositado: é estúpido. Mais estúpido ainda porque os autores da balela sabem muito bem que não é assim e estão a usar uma arma de arremesso salazarista que, como foi provado em 1974, não funciona. O comunismo, o fascismo, o nazismo, não se evitam com atoardas para amedrontar. Evitam-se com governação séria, competente e transparente que garanta aos cidadãos liberdade de expressão e reunião, igualdade perante a lei, direito a habitação, saúde, trabalho, ensino e apoio social em caso de fatalidade, assim como uma digna representação do  país no mundo e respeito por todo e qualquer cidadão. Governações injustas é que dão origem a extremismos de má memória.

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Ganda Miséria!!!

Carlos Carreiras e Isaltino Morais

Carlos Carreiras, coordenador autáquico do PSD, e Isaltino Morais, retratado no seu livro

É a conclusão que se tira quando, por declarações do próprio à comunicação social, se sabe que Isaltino Morais foi convidado a regressar à Câmara de Oeiras pelo PSD e recusou. Mai nada. Passos Coelho e Paulo Portas não se ficaram só por lançar o povo na fome, também levaram os seus partidos à miséria da falta de credibilidade. Nem os compagnons de route já os querem.  Noutro tempo, eram partidos em que pontificavam pessoas que, ao menos, tinham brilho académico e boas maneiras.  Agora, não têm ponta por onde se lhes pegue. Uma cambada.   Terão razão os que ao anterior regime chamam Outra Senhora e ao actual, Esta Gaja?  Porque, na verdade, é de gajos e gajas que falamos quando apontamos a PAF.

Bilhete do Canadá – Dupond & Dupont, Secos e Molhados

dupont e dupond

Às ordens de Vocências, era a legenda apropriada para a imagem transmitida pela televisão: Jorginho Bilderberg Moreira da Silva e Nuno Magalhães, lado a lado, muito anchos, com todo o ar de quem se julga necessário.  Como as mercearias de bairro.  Jorginho, agora de barbas para ver se a malta o leva a sério.  Nuno, a roncar grosso para ver se assusta a malta.  Ambos para comunicarem ao país esta coisa transcendente e urgente: nunca pensaram que a Mariana Mortágua fosse a verdadeira Ministra das Finanças.   E estão passados com a descoberta, logo trombeteada  por aquela televisão onde palra o Orelhas, aquele escritor que cresce um palmo a dar notícias más.   Ora, sendo o Nuno daquele partido que até mandou o Aguiar de Vizeu à festa do MPLA, porque os extremos encontram-se sempre, e sendo Jorginho Bilderberg o mesmíssimo que, enquanto Ministro do Ambiente, foi uma nódoa, e não apenas no caso da Legionela que matou várias pessoas, sendo assim, é de caras que todos queremos que fechem a loja e vão dar uma curva.  Vendem  bolachas a cheirar a bafio.  E a televisão que tome tento e dê notícias de facto importantes, porque quem paga o pato somos nós todos.  É que já não há pachorra para tanto despautério.  E a Mariana que leve com paciência, porque lidar com jericos foi sempre uma chatice.

Bilhete do Canadá – Carlos Alexandre

Numas entrevistas que ficarão para a história da magistratura portuguesa  como Antologia dos Grandes Tiros no Pé, o juiz Carlos Alexandre, que a si mesmo fez questão de chamar “o saloio de Mação”,  afirmou estar  preocupado com a corrupção que alastra em certas esferas do país. Acontece que os contribuintes também estão preocupados com isso, mas muito mais com a inépcia, a ralacice e os jogos baixos de quem administra a justiça.  Estamos perante um escândalo nacional que, mais dia, menos dia, aparece em novela chunga acerca de Boys & Girls.  Tudo pago pelos contribuintes.

Moral da história: vá chorar para a terra dele, onde talvez haja alguém que acredite e lhe dê colinho. Com aquela cara mesmo boa para levar a esponja do vinagre na procissão do Senhor dos Passos, fora dos afectos não se governa nem convence. Bye bye.

Carta do Canadá – Que vergonha

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Parte do tesouro da caravela Bom Jesus, encontrado na Namibia. Imagem: Dieter Noli

Confesso que fiquei enraivecida com o  SEXTA ÀS 9 transmitido pela RTP, aquele que abordava a tragédia dos incêndios e os preciosos salvados arqueológicos duma nau portuguesa do século XVI ao largo da Namibia. Grande adepta do jornalismo de investigação, que considero uma das traves mestras em que se sustenta uma democracia digna desse nome, é com desgosto que olho para a descredibilizada imprensa escrita, essa que serve partidos e interesses bastardos.  Mas, até agora, tenho seguido com apreço o programa acima citado por ser aquele que salva a honra do convento. Até quando, é o que vamos ver.

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Bilhete do Canadá – Um debate para não esquecer

Um dia destes a RTP transmitiu um debate entre João Soares e um tal Luvualu, apresentado como embaixador itinerante para limpar a imagem do governo de Angola, (bem) moderado por Ana Lourenço. Foi, a vários títulos, um debate que fica para memória futura.

João Soares, Ana Lourenço, António Luvualu

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Bilhete do Canadá – Olha que dois

Passos afina com Mitsotakis visão que supere “insuficiências” de Costa e Tsipras [DN]

Foto: EPA/Nuno Veiga

O grego pertence ao partido Nova Democracia, um dos três partidos que, sozinhos ou em coligação, entraram na batota financeira organizada pelo Goldman Sachs, com os olhos oportunamente fechados da União Europeia do Barroso, caldinho esse que levou a Grécia à bancarrota e ao calvário da austeridade e da humilhação.  Esta fotografia mostra que se juntou a fome com  a vontade de comer. A verdade é que o PSD e o Passos só têm parceiros desta laia.

Era Lisboa e ríamos

New Portuguese Letters to the World
Imagem: Google books

A notícia da morte de Isabel Barreno e a evocação mediática do escândalo armado no regime anterior, que ficou conhecido como o caso das Três Marias, levou-me a olhar para trás uns largos anos. 

O livro, assinado por Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, foi acusado de pornografia pelos censores oficiais quando, muito simplesmente, se tratava de dar relevo, artístico e literário, às cartas da freira Mariana Alcoforado que, num convento de Beja, se enamorou dum oficial francês, amigo e companheiro de armas de seu irmão. Como de costume, a coisa meteu interrogatórios policiais, tribunais e uma razoável tribuna de acusações por parte de todos os correios da manhã de que o governo fazia gato-sapato. O assunto, porque a lentidão está no ADN da justiça portuguesa, só viria a ser concluído por uma absolvição depois de 1974. [Read more…]

Bilhete do Canadá – Fenómeno curioso


Continua a Universidade de Verão do PSD, diz a RTP. Passam imagens de molhos de jotinhas a agitar bandeiras da loja e a babarem-se à ideia de virem a ter tacho garantido. Um magrote, sem graça nenhuma, disse sem se rir que está a preparar-se para ser primeiro-ministro. Temos de reconhecer que o Passos Coelho, a Maria Luís Albuquerque, o Relvas, o MarquinToino e quejandos, fizeram escola. O mesmo acaba de se passar com o CDS.

E eis que os criadores de gado entram em fúria porque a palha encareceu. É isto todos os anos. Coisa estranha! Porque será?

Bilhete do Canadá – Última hora

“Quem é que põe dinheiro num país dirigido por comunistas e bloquistas?”, pergunta Passos
Lusa, 28 Agosto 2016

Fontes que só bebem do fino e que adoram blogs, fazem chegar às nossas mãos um bilhete endereçado a Christine Lagarde, Angela Merkel, Schauble, Junker e Draghi.  Assinam Rockfeller, Selim, Soros e outros representantes do grande capital.  Reza assim a prosa:

“Queridos empregados – É de coração partido que ouvimos o grito de dor do nosso nunca por demais louvado Passos Coelho. O mainato tem razão.  Se não houver, em Portugal, um governo chefiado por ele que, garantidamente, conte com a Maria Luís Albuquerque, o Macedo, o Portas, o Relvas, a Cristas e o resto dos democrata-cristãos, nunca mais consentimos que se ponha um centavo em Portugal. Só entra dinheiro se o governo for deles, isto é, da nossa confiança. Ouro sobre azul seria entrar o Dias Loureiro para a pasta da Economia, o José Manuel Fernandes para tomar o travão de toda a comunicação social, o Duarte Lima para o Banco de Portugal.  Os Senhores, queridos empregados, têm a faca e o queijo na mão para procederem à mudança.  Tratem de agir. É uma ordem.”

Imagem: Miguel Baltazar

Carta do Canadá – Setenta e um anos depois

Quanza

Navio Quanza, da Companhia Nacional de Navegação (imagem daqui)

No dia 6 de Agosto de 1945 os Estados Unidos da América arrasaram com uma bomba atómica a cidade japonesa de Hiroshima, assim retaliando o ataque que sofreram dos aéreos nipónicos sobre a sua base militar de Pearl Harbor. Aliado de Hitler, pouco depois também o Japão se rendia. Estava consumada a vitória dos aliados europeus  e americanos sobre o hediondo crime dos nazis alemães que, aliados também aos fascistas italianos e contando com a simpatia colaborante dos fascistas portugueses e espanhóis, ensombraram o século XX com milhões de mortos e fortaleceram o comunismo soviético.  Este, como se sabe, foi depois o fautor dum desastre sangrento e horrendo nos países que a Rússia agregou a si, a ferro e fogo, propagando depois o terror à China, ao Vietnam, à Coreia, a Cuba e  alguns países africanos, designadamente Angola.

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Dijsselbloem desapontado com cancelamento de sanções, dizem os jornais

Dijsselbloem desapontado

Este sujeito com cara de gato capado com óculos, é um inimigo declarado do povo português. É para o lado que dormimos melhor, mas sempre é bom que as pessoas lhe fixem a fuça para o caso de ele um dia poder armar em “amigo”. Nem a banhos na Manta Rota o queremos em terra portuguesa. É poluente.

Bilhete do Canadá – Que pena, Madeira!


Há dias houve o comício anual do PSD-Madeira, no Chão da Lagoa, durante o qual, por muitos anos, Alberto João Jardim abria a torneira dos disparates e das ameaças para dali a pouco tempo, quando precisava de dinheiro do “Contenente”, dizer o contrário diante daqueles que tinha insultado. Sem vergonha nenhuma.

Este ano, Passos Coelho esteve presente. Em mangas de camisa, com aquele ar amarrotado e desfeito que resolveu arvorar depois de ter deixado o governo e as suas mordomias. Disse as alarvidades a que nos vem habituando e que, vistas as sondagens, não o beneficiam. Nem ao partido que diz servir.  Pois, desta vez, Miguel Albuquerque, o actual presidente do Governo Regional, saiu-se a dizer que “Passos Coelho salvou Portugal da bancarrota” e por ali fora, visivelmente ansioso de ver regressar a São Bento o Soba de Massamá.
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Carta do Canadá – Sombra dos nossos dias

Na Europa e no Mundo, não estamos a viver dias claros e límpidos. Somam-se as sombras da angústia, da preocupação, da incerteza.

Erdogan, o ditador turco cujas subterrâneas simpatias pelo Daesh são tão inexplicadas como as suas opiniões fanáticas acerca das mulheres que estudam, trabalham e vestem à ocidental, acaba de decretar o estado de emergência por três meses – depois dum golpe militar de origem mais do que suspeita que ele aproveitou para caír como um milhafre sobre a população. Tem sido um trágico cortejo de prisões e despedimentos de militares, magistrados, professores e jornalistas. Alguns turcos que fugiram para o mundo livre fazem saber, através das televisões, que há populares decapitando opositores de Erdogan na ponte do Bósforo. Tal qual fazem os membros da seita Daesh, a que não esconde querer estender o Califado à Europa ao mesmo tempo que as suas hostes são bombardeadas e dizimadas no Médio Oriente. Os sequazes de Erdogan que enchem as ruas de Istambul não precisam que a pena de morte seja instituída, por via parlamentar. Já a praticam. Impunemente.
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