Elísio Summavielle nomeado por João Soares para substituir António Lamas no CCB

Há quatro anos, o Aventar confirmava a notícia que tinha dado em primeira mão sobre a nomeação de Elísio Summavielle para Director-Geral do Património. Hoje, Elísio Summavielle volta a ser notícia por outra nomeação, desta vez para o CCB. Há pessoas assim, toda a sua carreira profissional é uma nomeação. Vão fazendo currículo aqui e ali, nomeados de galho em galho, até que chegam à prateleira dourada onde, face ao seu CV feito de artigos publicados no Diário da República, todos dirão que era a escolha óbvia.

Mas é nestas alturas que dá jeito ver o percurso profissional do nomeado, para separar o trigo do joio. Vá, dê lá um salto. O quê, ainda aqui está? Ainda não foi ver o CV de Elísio Summavielle? Tome lá este rebuçado:

Para caracterizar o trabalho de Elísio Summavielle, bastaria pegar num nome: Museu Nacional de Arqueologia. [de: “A incompetência é a imagem de marca de Elísio Summavielle, o novo Director-Geral do Património“]

Eis o pequeno mundo da mão-que-lava-mão.

Com a chegada ao Governo da coligação PSD-CDS, Summavielle enfrentou muitas críticas por ter aceitado o cargo de director da DGPC, a convite do então secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Comentava-se nos corredores da Ajuda e fora deles que tinha sido escolhido pelo escritor porque ambos eram maçons. Militante de base do PS, maçon que não frequenta muito as sessões e “republicano fora de época” – assim era parte do retrato que de si mesmo fez na referida entrevista de 2012 -, rejeitou sempre tal associação. [P]

É este o país onde o povo é que ordena, mas é a Opus Dei e a Maçonaria quem manda. Porque à mulher de César não basta parecer séria, é preciso sê-lo. Ou vice-versa.


PS: Dado que o artigo do jornal i já não se encontra disponível, fica aqui uma cópia para memória futura.

A maçonaria também vota na Assembleia da República?

O assunto é delicado e são poucos os deputados que se deixam embalar na conversa quando o tema é a influência da maçonaria nas decisões da Assembleia da República, mas a eleição de Fernando Nobre veio relançar a discussão sobre até que ponto a maçonaria pretende influenciar as decisões políticas.

O que se sabe é que vários maçons terão entrado em acção para conseguir os votos que faltavam para o ex-candidato à presidência da República – que terá ligações à maçonaria – ascender ao cargo.

Há, pelo menos, dois ex-deputados que não evitam o assunto e revelam que é real o poder da maçonaria em algumas decisões políticas. Henrique Neto, que foi deputado nos tempos em que António Guterres era primeiro-ministro, já tinha abordado o tema publicamente e diz ao ique, a partir de certa altura do seu mandato, começou a perceber que algumas posições “inexplicáveis” assumidas por alguns deputados residiam no facto de estarem ligados à maçonaria. “Há sempre uma quota de pessoas nas candidaturas que não se percebe o que estão ali a fazer, mas a gente sabe quem são”, diz Neto, que acusa a instituição de funcionar como “uma espécie de agência de emprego”, que aproveita o “secretismo para eleger pessoas para alguns cargos do Estado”.

Também Ana Benavente, que foi deputada e dirigente socialista, fala de “um mundo subterrâneo, muito poderoso e que não se assume à luz do dia”. “Eu não compreendia algumas decisões e quando, em busca de alguma racionalidade, procurava alguma explicação, o que me diziam era: não te esqueças que ele é da maçonaria.”

A ex-governante não tem dúvidas de que a instituição tem influência na vida política e não só. “A maçonaria é um elemento que está presente na tomada de posição política. Funciona como um lóbi com poder na política e nos negócios.”

Uma convicção contrariada pelo ex- -grão-mestre do Oriente Lusitano, António Arnaut, que não aceita a tese de que a instituição tem um papel nas decisões dos políticos. “É uma regra absoluta da maçonaria não se envolver na vida política. Não se pode envolver e eu não acredito que se tenha envolvido”, diz ao i Arnaut, garantindo que “é contra os seus valores” pressionar decisões políticas.

O tiro de partida – de que a eleição de Nobre estaria assegurada pelos votos dos socialistas – foi dada por Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu comentário na TVI garantiu que muitos socialistas poderiam votar por “afinidades que não têm que ver com os partidos”. Uns dias depois, Pacheco Pereira, na crónica que escreve na “Sábado”, deixou claro que “a maçonaria está a mover-se a favor de Fernando Nobre”.

Guilherme Silva, vice-presidente da Assembleia da República, reage com cautela e garante que, nos muitos anos que leva de parlamento, nunca percebeu que a maçonaria andasse a meter o dedo nas decisões dos deputados. “Eu pessoalmente nunca me apercebi, mas como se trata de uma organização tendencialmente secreta é natural que não nos apercebamos”, diz ao i, garantindo que é com “dificuldade” que encara a hipótese de “decisões da Assembleia da República serem motivadas por intervenções ou influências”. “Esse tipo e especulação não tem sentido”, assegura.

Nobre acabou por não ser eleito, mas não faltam na história do parlamento casos de maçons que chegaram à presidência da instituição (ver caixas ao lado). “É verdade que havia a convicção de que a maçonaria influenciava bastante a eleição do presidente da AR, mas nunca nada ficou provado. O PS era muito conotado com a maçonaria e a seguir à revolução havia essa impressão”, diz Narana Coissoró, que foi vice-presidente do parlamento.”

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/132823-a-maconaria-tambem-vota-na-assembleia-da-republica, via A Arte da Omissão.

Comments

  1. É o mundo cão que temos hoje, onde o polvo encontra o terreno ideal para se camuflar, mimetizando de cor, textura, brilho e padrão…

  2. O que me espanta é o silêncio e a passividade do mundo da cultura.

    • Nascimento says:

      A “cultura” tem um mundo neste país pequenino? E eu que pensava que tinha mais “divã”!!!Ou, se quiser ,mais “horizontalidade”. É evidente que houve Grandes: Zeca, Adriano,Paredes, Fanhais, etc, que nunca “ajoelharam” ,isto no que á musica toca.

  3. Simpatia e União!

  4. joão lopes says:

    o problema é apenas este:a familia soares é odiada em portugal por alguns que aproveitam tudo para desancar os ditos cujos.nada a ver com nomeações,e tudo a ver pelo facto de joao soares ser ministro da cultura.pura inveja e veneno de alguns.apenas isso…

    • j. manuel cordeiro says:

      Reparou que o artigo não é sobre João Soares, não reparou?

      • joão lopes says:

        reparei.e tambem reparei que perante a “polemica” nomeação,existe sempre uma solução pafista:vender o CCB,e voltar a nomear o senhor professor.

    • Nascimento says:

      Gosto da familia Soares no que diz respeito a tudo o que é koltura.
      Lisboa deu um salto e de que maneira enquanto Soares (filho) foi Presidente da Camara.
      Ele e Carrilho foram de longe as pessoas mais abertas e audazes que este país teve nos últimos anos .E no Porto ,Carrilho, pôs a andar um “senhor” banqueiro,mui amigo de um nojo chamado António Barreto….ui, de quem me fui recordar!!!

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