O irrevogável e os medíocres

PPLM

No dia em que o Parlamento se vê finalmente livre de Paulo Portas, Luís Montenegro brindou o país com um belo momento de ternura e humor quando, na qualidade porta-voz de “uma nota muito sentida” da bancada do PSD, exaltou o respeito, a admiração e – pára tudo – o “sentido de colaboração e cooperação que foi possível manter com o CDS-PP e com o seu presidente, o deputado Paulo Portas, nos últimos anos“. Sim, estamos a falar do mesmo Paulo Portas que tirou o tapete a Passos Coelho quando, em Julho de 2013, apresentou a sua demissão, para rapidamente “reconsiderar”, perante a irrecusável oferta de se transformar em vice-primeiro ministro e amealhar mais um ministério para o seu pequeno partido. Escusado será recordar o embaraço, a crise política ou os custos para a economia que resultaram da fome de poder de Paulo Portas. Mas castas são castas e o sapo, indigesto que foi, há muito que atravessou o aparelho e lhes saiu pelo rabiote. Resta a admiração dos aprendizes que sonham um dia ser mestres do calculismo e da intriga política. Os tais a quem Portas, num momento de clarividência, um dia chamou medíocres.

Foto: João Relvas/Lusa@DN

Comments

  1. José Peralta says:

    Mas o que se espera deste montenegro, de sorriso idiota e permanente, um fantoche da mesma ralé de pulhíticos onde cabe todo o lixo que destruiu o Pais durante os últimos 4 anos ?

  2. “A vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor”.
    Adivinhem quem o disse.O medíocre Luís Monte de …

  3. Carvalho says:

    Que nojo de “gente”!
    E porque carga de vinho continuamos a sustentar estes chulos asquerosos?

  4. JOSE SEPULVEDA says:

    simples, pregunto quem vota neles? o Povo, logo o Povo é soberano, tem merece

  5. De um modo geral, não concordo com frases feitas, daquelas que parecem grandes verdades, dispensam a reflexão e eternizam-se e reproduzem-se de modo acrítico e acéfalo. Refiro-me, neste caso concreto à frase “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Por um vez, sem exemplo, sou obrigado a concordar com ela: esta imagem resume, sintetiza e epitomiza tudo aquilo que há de mais sombrio e negativo na vida pública portuguesa : um intriguista florentino, sibilante e demagogo, com um discurso fácil e uma extraordinária capacidade para a frase sonante, cheio de si mesmo e da sua importância, que faz da falta de verticalidade um simulacro de inteligência, acolitado por um idiota útil, um palerma que só diz parvoíces (mas,cuidado com ele; parece que se perfila como provável sucessor do grunho de Massamá, estando activamente a preparar o terreno) e um parasita ignóbil, metido até ao pescoço em obscuros negócios que deixaram a Câmara de Gaia como a mais endividada do país,com problemas que nem cinco legislaturas poderão resolver. A esta tropa fandanga só faltava acrescentar o Relvas para o quadro estar completo. Quanto ao irrevogável, que vá e não volte, que não revogue esta decisão, que vá tratar dos negócios (como se não andasse há anos a tratar deles…), que seja finalmente um homenzinho e assuma as suas decisões e as proclamações públicas que não se coíbe de exarar, de dedinho em riste, voz aflautada e o insuportável ar de superioridade moral que não sabe (eu não sei) onde encontra a legitimidade. No entanto, como dizia o outro, é só fumaça. Deixou agora a inocente Cristas, com toda a sua empáfia a fazer a travessia do deserto e, quando lhe cheirar à mais remota possibilidade de voltar ao poder, ei-lo que voltará, impante e convencido da sua natureza sebastiânica, pronto para salvar o país. Ou, para usar uma imagem marítima – não fazendo ideia como e porquê me ocorreu – o irrevogável é como os submarinos : emerge e submerge dependendo das circunstâncias.

Trackbacks

  1. […] dado razão, enfim, quase que vi Passos Coelho sentado de novo no trono e Paulo Portas a revogar a irrevogabilidade. Entretanto, a perigosa página Os Truques da Imprensa Portuguesa (parece que a corte do […]

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading