FNE: Negociar concursos às escondidas não é sério

O Ministério da Educação e os representantes dos Professores têm vindo a discutir as alterações à forma como se realizam os concursos de professores. Usando uma linguagem simplista, diria que esta em cima da mesa o “modelo de selecção de recursos humanos do maior empregador nacional, com mais de cem mil funcionários”.

Não vou, pelo menos neste texto, discutir as diferentes propostas. Procuro, antes, equacionar o comportamento político de cada um dos agentes no terreno. Os professores, até pela sua dimensão, têm um conjunto muito amplo de organizações sindicais, algumas das quais pouco mais representam do que os próprios dirigentes. Há sindicatos que abusivamente fazem uso desse nome, porque em boa verdade são outra coisa qualquer.

Sublinho, ainda, a campanha da direita que nos últimos tempos têm perguntado pelo Mário Nogueira e a sua (que é a minha!) FENPROF. Curiosamente, essa direita usa agora o argumento oposto ao que usavam antes – com os PAFientos no poder, a crítica era que a FENPROF escolhia a rua pela rua. Agora, criticam a ausência da FENPROF dessa mesma rua.

Mas, porque não se pergunta onde andam os outros? Porque ninguém pergunta onde andam os dirigentes maioritariamente social democratas da FNE? Porque não ocupam eles a rua que, supostamente, a FENPROF deixou vazia?

E, permitam-me que assinale uma diferença que mostra como a FENPROF é completamente diferente, para melhor (sublinho eu, naturalmente parcial na análise e na escrita) quando se compara com outros.fenprof

Vejamos os respectivos sites: no site da FENPROF e dos seus sindicatos podemos encontrar todas as propostas do ME e, obviamente, o que a FENPROF também defende. Temos as propostas do poder e as dos trabalhadores. À vista de todos e disponíveis para todos.

O que fazem os outros?fne

Escondem o jogo e não mostram as suas propostas. Porquê?

 

 

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Goste-se ou não dela, e eu sou um forte crítico da CGTP, que por vezes perde a razão ao deixar-se instrumentalizar nas agendas do PC, interfirindo demasiado na sua ação, a verdade é que só existe uma central sindical em Portugal, a CGTP. É só existe um sindicato dos professores, a FENPROF. O resto são bouquet’s com flores de laranjeira e rosas sem espinhos, para enfeitar a secretária do professor.
    A UGT desde que Cavaco comprou o silêncio de Torres Couto escafedeu-se. Hoje não passa de um cãozinho amestrado, que por vezes lá faz um chichizinho na sala.
    Portanto, os Ministérios da Educação quando negoceiam com estes sindicatos ou associações profissionais, negoceiam com quem é o quê? Qual é o seu grau de influência no sector?
    Rigorosamente nada!

  2. martinhopm says:

    A CGTP tem sido acusada desde há´muito (agora os acusadores já não fazem tanto banzé) de ser ‘a correia de transmissão do PCP’. Pergunto: e a UGT é ‘correia de transmissão’ de quem? Do PSD? Do PS? Do PSD + PS?
    Claro que se desfez a unicidade sindical (dividir para reinar?) por obra e graça de Sua Excelência D. Torres Couto e do PS, a conselho (só a conselho?) dos sindicatos americanos. Aliás Torres Couto foi acusado de receber dinheiro dos EUA para esta finalidade. Já não falo nas cursos de formação, em que houve muito dinheiro malbaratado.
    Claro que a FNE não vale um peido. Permite ‘tachos’ a uns quantos, que pouco ou nada valem. E também não estão ali para se maçar, muito menos batalhar em defesa da classe docente. Esperavam o quê? Que actuasse? Em prol dos professores? Deixa-me rir. E assim vamos nós ‘cantando e rindo’

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